Kiss Is Better

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Oi gente, capítulo novo. Espero que gostem e quero dizer que vou ficar um bom tempo sem atualizar porque não estou feliz com o rumo que a fic está tomando, quando iniciei tinha planos bem diferentes que saíram dos trilhos. Comentem bastante nesse capítulo e curtam, prometo que irei finalizar essa fic <3 tenho planos pra outras fics que espero postar em breve

     Maya

Carina claramente estava me evitando depois do nosso beijo, tinha duas semanas que ela não me acompanhava na psicóloga, obviamente depois da primeira consulta eu bem poderia fazer isso sozinha mas mentia para Carina que não pois queria a ver um pouco. Agora ela inventava sempre que estava de plantão, eu até acreditaria se não soubesse que às sextas ela está em casa. 

Ela havia me prometido que poderíamos repetir a noite de vinho, mas me deu a desculpa que estava lavando seu peixe, fala sério! Ela nem peixe tinha. Lavando o peixe, conta outra, se ela ao menos tivesse um eu até acreditaria. 

Agora estava em frente a minha psicóloga, ela me olhava com aqueles olhos verdes que pareciam ler minha mente. Ela me dava medo às vezes, a mulher era realmente bem intimidadora. Ouvia o relógio fazendo o barulho dos ponteiros, aquele som me irritava cada vez mais, estava a ponto de me levantar e quebrar aquela merda. 

- Você não contou a ela, não é? - perguntou
- Deveria?
- Bom, é uma coisa bem particular, então acho que sim. Você começou tudo por ela, não foi? Não se sente pronta para partilhar seus problemas? 
- Isso não é problema meu, sinceramente não estou ligando. 

Era mentira. É óbvio que ligava, afinal meu pai estava morrendo. Aquilo me apavorava tanto, mesmo que tantas vezes tenha desejado não tê-lo, agora com essa chance eu me sentia perdida. Ainda não conseguia perdoar, tivemos uma breve conversa onde ele me contou que estava com leucemia. Logo meu pai, um homem cheio de vida e ativo, isso era assustador. 

- Vejo em seus olhos o quão apavorada está. Olha, eu não conheço a Carina muito bem mas tenho certeza que deveria contar isso a ela, você não está sozinha e mesmo que diga que não se importa, pelo menos conte isso a ela. Um relacionamento saudável consiste em uma relação sem segredos.
- Não é necessariamente um segredo, se ela me perguntasse eu com certeza diria.
- Ela não é adivinha e não vai te perguntar sobre seu pai porque sabe como esse assunto é delicado. 
- Não estou pronta, não quero que ela tenha pena de mim. Logo agora…
- O que tem agora? 
- Nós nos beijamos. - falei baixo - Agora ela está me evitando, não sei se arrependeu ou o que.
- Como se sente com isso? 
- Nas nuvens. Queria fazer isso a tanto tempo, mas eu respeitei seu espaço, acho que no fundo ela sempre esteve certa que essa distância era necessária, mas hoje não sei mais se isso precisa continuar. Eu queria ela por perto, preciso dela. 
- Diga isso a ela.
- Ela vai vir com aquilo de "Maya está cedo e blá blá blá". Quando vai ser o momento certo? E se eu ficar doente e morrer? - meus olhos lacrimejaram - Eu posso perder ela como vou perder meu pai…
- Sua resposta sobre contar ou não está bem aí, você sabe como precisa dela e se existir um mínimo segredo, nada dará certo. Não a perca por medo de ser frágil por um momento, ela sabe que você é forte mas não tem mal algum ser frágil em algum momento. Não com ela. 

A sessão durou mais dez minutos, dez minutos em que fiquei em silêncio refletindo sobre tudo. Eu precisava de Carina, precisava de seu apoio, de suas palavras doces e seus beijos que curam. Saí da sessão direto para seu apartamento, o porteiro não estava em seu posto então subi sem problema algum. 

Bati na porta três vezes, meu peito subia e descia rapidamente. Estava nervosa. Ouvi ela gritando um "estou indo" e aparecendo um minuto depois vestindo um roupão e os cabelos presos em um coque desajeitado que a deixava com um ar sexy. Ela me olhou surpresa, talvez envergonhada. 

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