O rei

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Off Jumpol era um homem elegante, mas considerado por muitos rude. Ele odiava muitas coisas, que vinham de brinde em certas interações humanas.

Off odiava proximidade, toque físico, conversas longas, enrolação, manipulações baratas, mentiras.

Mas existia algo, que podia realmente tirar Off Jumpol do sério.

Omissões, aquelas que as pessoas geralmente dizem que vem para proteger outro alguém.

Para o chaebol de terceira geração, aquilo era o cúmulo do egoísmo, em sua mais profunda espécie.

Porém, ele não se importava de ser hipocrita nesse sentido. Embora sentisse um sabor amargo daquelas omissões e mentiras que se acumulavam. Ainda assim ele se convencia, de todas as formas que podia, com todas as forças que tinha.

Que era por um bem maior.

O seus dedos esfregavam o copo de Whisky, sua cabeça estava tombada no próprio braço, o terno espalhado na mesa, o cabelo era uma causa perdida bagunçado e amaçado.

Sua mente embriagada lhe pregava a peça de ver Gun.

Gun Atthaphan, o filho da antiga amante de seu pai, que parecia ser uma herança de família.

Pequeno, doce e inocente.

—Porra que inferno! —Seu punho se chocou no balcão do bar, os nós dos dedos arderam. —Sai, sai!

Saia da minha mente!

Ele conseguia ver claramente, a imagem de Gun sendo beijado por aquele colega de escola, a forma como ele empurrou o garoto mais alto assustado, as mãos cobrindo a boca tremendo levemente.

Era doce, tão doce que Off quis provar aqueles lábios.

Mas tudo o que fez foi avançar na calçada da escola do menor e acertar um soco no rosto do cara que ousou tocar em Gun na sua frente. Ignorando os gritos assustados ao seu redor, ele derrubou o garoto no chão e continuou desferindo murro atrás de murro.

Sua mão sangrava, o rosto do outro sangrava junto. A mão segurava o colarinho daquele desgraçado e ele teria acabado com ele, acabado com a raça imunda dele se não...

—Papii!! —O apelido o parou, as mãos trêmulas e frias de Nong Gun seguraram seu punho, ele virou a cabeça minimamente para enxergar o rosto inundado pelas lágrimas, assustado do mais novo. —Por favor pare...

E ele parou, soltou o garoto ferido no chão e se levantou rapidamente, suas mãos molhadas de vermelho, tocando o rosto pequeno e delicado.

Desculpe Papii sim? Eu perdi a cabeça por um momento. —Era tudo o que podia falar, mas sua voz mudou para aquele tom carinhoso em segundos. Ele tinha assustado seu pequeno Gun, não era isso que ele pretendia.

Aquele rosto assustado molhado pelas lágrimas do terror de ver P'Off se envolver em algo tão violento. Era uma das imagens que adornava os pesadelos de Jumpol, esses sonhos desesperados em que tudo o que houve de mais sombrio entre os dois vinha a tona.

Off pressionava a cabeça no seu braço, esfregando a testa ali, como se fosse uma lâmpada mágica, onde ele podia fazer um desejo.

Como ver as épocas boas.

Em que os lábios sabor cereja, se misturava nos seus, dentro da sala de máquinas da enorme mansão dos Adullkttiporn, ele o pegava no colo, segurando o menor pelas coxas grossas, o sentando em cima da mesa de madeira.

Os olhos redondos e brilhantes, esperando ansiosos pelo que Papii faria, nos próximos segundos.

Mas tudo o que aquele Papii queria, era afundar sua boca naqueles lábios macios e cheios, que o recebia tão bem, entregues e quentes.

primeiro e único • OffGunOnde histórias criam vida. Descubra agora