O cavaleiro de espadas

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Off Jumpol foi um homem contraditório durante toda sua história.

Ele sabia dizer juras de amor na juventude, embora acreditasse profundamente não sentir nada daquilo.

Ele sabia também como se gabar com os amigos por ter um amante entregue e
dedicado a ele.

Isso em si não era tão glamouroso, quanto ele pensava. Na verdade essas suas atitudes só o levaram para um buraco negro sem saída. Como o rei Henrique oitavo da Inglaterra e sua longa lista de guerras e esposas.

Anos depois e algumas semanas tendo que engolir o fato de que Gun estava com outra pessoa. Haviam o transformado da água pro vinho.

Aquelas semanas em que só a saudade se fez presente, foram capazes de transformações que nem a magia tinha ouvido falar. Off era outro homem, carinhoso, dedicado e amoroso.

Suas juras de amor já não eram mais da forma que ele sempre pensou ser, da boca pra fora.

Agora ele tinha plena ciência que tudo o que dizia sobre amor, era exatamente o que ele sentia e muito além.

Naquelas semanas sem Gun, Off Jumpol havia escrito com frequência em um pequeno livreto, sobre seus sentimentos...

E subitamente enquanto ele engolia em seco e decidia ouvir seu namorado, se afastando da porta a muito custo, aquela primeira carta, nunca endereçada, nunca postada, nunca dita ou relida veio a sua mente.

"Off Jumpol
One and Only

Sobre todas as promessas que fiz para você em silêncio.

O que nós podíamos ter sido?

Já teve essa pergunta circulando em sua mente? Nem que seja por um único momento... você já se perguntou isso?

Eu me perguntei, dia após dia, na rotina conturbada que se tornou minha vida pós você.

Essa semana você se mudou para a casa do Oab, noivo... noivo...

Ainda me lembro do quanto ardeu ver aquela aliança em sua mão.

Quando nos conhecemos, éramos apenas duas crianças com realidades diferentes. Eu sentia que você pertencia a mim, como um brinquedo, um ursinho de pelúcia, o meu predileto.

Oh Gun... eu brinquei tanto com você, joguei as peças como se fosse um xadrez, um enorme tabuleiro onde eu era o Rei e só por isso, pudesse fazer o que eu quisesse com você... conosco.

Quando crescemos, eu pensei que você fosse ser para sempre meu... eu achei que nada ia mudar isso, que eu seria pela eternidade o seu primeiro e único.

Eu sei, eu entendo os meus erros... Permitir que você se entregasse a mim, se entregasse ao meu prazer como um presente dado de todo o seu coração. Nas sombras, como se você tivesse sido apenas uma foda, só mais uma foda...

Eu queria tanto te ver assim Gun, como se você fosse apenas mais um em meus dias.

Mas o nosso primeiro beijo, no dia em que soquei aquele maldito cara que ousou tocar seus lábios na minha frente, ele se repetia na minha mente, indo e vindo, em uma frequência que nada podia explicar.

Eu tomei seus lábios com fome, deliciado em sentir aquele sabor da bala de morango que você havia chupado, minha boca sugando sua língua, enquanto eu tomava sua cintura em meus braços, fazendo de você meu, só meu.

Lembro da forma tímida que suas mãos seguraram minha camisa, elas tremiam levemente enquanto você permitia que eu chupasse seus lábios com toda vontade que eu sentia, me confundindo, turvando minha mente com aquele seu cheiro frutal e floral amadeirado, aquele cheiro doce porém leve.

primeiro e único • OffGunOnde histórias criam vida. Descubra agora