A Guerra

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Atthaphan tremia segurando o celular na mesa de jantar, sua mão visivelmente oscilava encarando a tela esperando uma notificação.

Off franziu o cenho, levemente irritado. Afinal quando o seu namorado abriria o jogo?

Já na mente de Gun, aquela antiga frase que rondava sua mente de tempos em tempos voltava a soar alto.

Não viva uma mentira.

Essa frase voltava a soar alto em sua cabeça, como um grito surdo de uma alma que sequer estava mais ao seu lado...

Ah mamãe... O que eu devo fazer ?

Já imaginaram como é ser alguém que viveu uma vida toda, dedicada a alguém?

Desde a tenra idade, a adolescência dedicada a entender alguém, todos os estudos focados em estar ao lado de alguém e o apoiar não importando qual fosse o problema, sabendo então que com seu apoio e dedicação, tudo seria possível.

Por que essa pessoa, desde sempre, nasceu e cresceu.

Para estar ao lado dele.

Luna bebia mais um de seus copos de Whisky, relembrando da sua vida quase nula, voltada a sempre ser perfeita, sua família era a única que chegava próxima à família de Jumpol e por isso ela foi criada como uma princesa, aquela que desposaria o solteiro do século.

Provavelmente tenha sido no momento em que ela viu Off Jumpol beijar o pequeno Gun Atthaphan, atrás de uma árvore em uma noite de outono, as folhas caindo ao redor dos dois, a forma como Off segurava a cintura curvilínea puxando o garoto para si.

Em que Luna soube, que perdeu, sem nem ter tido a oportunidade de jogar esse jogo.

Para a garota apenas dois anos mais velha que Atthaphan, aquilo era o auge da humilhação. Não por que ele era um garoto, embora isso fosse uma problemática na sua mente conservadora.

Porém Luna sempre reconheceu a beleza quase que como de uma deidade de Gun, então isso era comum, ter um rapaz estonteante como amante foi uma prática comum na Grécia antiga e de reis de monarquias conhecidas.

Para ela a verdadeira humilhação foi o fato de que ele era filho da amante do pai de Off, vinha de uma família falida e...

Ela como mulher, bonita e jovem. Não havia conseguido sequer uma migalha da atenção de Jumpol. Os eventos de família em que ele era frio, a forma como ele só a levava porque não era apropriado estar com Gun.

Luna foi a primeira a perceber a verdade.

Ele era completamente apaixonado é decorado a Gun Atthaphan, mesmo rindo da inocência do garoto que se entregava a ele tão fácil com seus amigos. Aquela mulher não tinha nada a perder, por que a razão pela qual estudou e se preparou... sequer existia.

Era uma fachada que ela tinha que viver.

Girando o copo de whisky naquele bar do loft onde morava, Luna murmurou consigo mesma assustada...

—Será que fui longe de mais?

Aquela sensação que apertava seu peito, a raiva e o rancor que pareciam a afundar num mar de dúvidas.

Todas as vezes que sua mãe gritou com ela, sobre não manter a atenção de Jumpol. Todas as vezes que seu pai ameaçou a bater reclamando que ela não se enfiava na cama dele.

Uma mulher tem que saber segurar um homem Luna! Tem que saber como levar ele pra cama! Seja uma vadia se for preciso!

Isso doía, doía como o próprio diabo a torturando.

primeiro e único • OffGunOnde histórias criam vida. Descubra agora