A vitória

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Por Gun Atthaphan

Quando amamos alguém, existe um tipo de brilho excepcional e único, que parece transformar essa pessoa em um objeto celeste.

Nos tornamos totalmente obcecados naquela luz.

Como uma borboleta com o seu girassol. Uma mariposa com seu feixe de luz.

Essa era a sensação, de observar o filho do chefe do meu pai, o garoto inteligente, a cima da média... Fora do alcance de alguém como eu.

A plebe.

De alguma forma nos tornamos amigos, próximos o bastante para que fatalmente ele começasse a me olhar com outros olhos.

Ah esses olhos... O glorioso olhar de cobiça de Off Jumpol.

Profundo, malicioso, perverso de uma forma deliciosa, o sadismo que eu queria para mim, só para mim.

Não importa o quanto eu continuasse pensando, se ele estava realmente afim de mim, se era só amizade.

A forma que ele começava a encarar meus lábios me dava sim um arrepio.

Mas seria apenas coisa de minha cabeça?

Não muito além no futuro, eu descobriria que não era só uma ilusão, que era tão real quanto nós

Papii!!! Por favor não faça isso!!

Meus gritos assustados romperam o silêncio fantasmagórico, das pessoas que assistiram em silêncio o meu amigo esmurrar um garoto que me beijou diante dele.

Claro que eu fiquei assustado com o beijo roubado, de fato eu não esperava. Hoje sei que naquela altura da minha adolescência, eu já era visto por muitos com outros olhos.

Um alguém erotizado até a última gota.

Quando puder segurar as mãos de P'Off finalmente o impedindo de matar alguém. Seu olhar era de puro ciúmes, tão puro que poderia levá-lo até qualquer ação impensada. Eu precisava cuidar dele, precisava o afastar dos outros.

De repente, eu senti que devia cuidar dele, a qualquer custo, a qualquer preço.

Sua boca me roubou o segundo beijo de minha vida, ela se arrastava timidamente sobre a minha, com um cuidado carinhoso. Aquele cuidado... Que fatalmente eu deixaria de ver em pouco tempo.

Quando ele se desse conta do que significava estar comigo.

E mesmo assim, ele não podia se afastar de mim. Diante de meus olhos, um sonho se tornou o mais prazeroso dos pesadelos.

Ainda podia sentir suas mãos em meu corpo, a forma como a fricção rápida me levava as alturas. Não importava o quanto seria desconfortável, o quanto eu me sentiria terrível depois.

Deus eu só queria cuidar dele, dar a ele o que ele precisava de mim, meu corpo, minha amizade...

E aquilo que ele não precisava, nem queria.

Meu coração. Isso era irremediavelmente de Off Jumpol, jamais seria eu a pessoa que poderia ser capaz de tirar isso dele, esse coração que batia e vivia por ele.

Sua boca não tocava meu corpo, pouco a pouco os comentários de seus amigos sobre mim, a pressão de sua família, a sociedade aristocrática que começava a exigir suas aparições com Luna.

Esse reles plebeu, a mim era guardado apenas aqueles rápido momentos dentro da sala de máquinas da piscina, onde nossos gemidos baixos se tornariam um só.

Eu estava satisfeito com isso, mesmo que os olhares tortos de Luna estivessem sobre mim o tempo todo.

Quem realmente tinha Off Jumpol, era eu, sempre fui eu.

primeiro e único • OffGunOnde histórias criam vida. Descubra agora