O Fim?

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Gun Atthaphan estava sentado no pequeno sofá da sala de estar onde cresceu, suas mãozinhas tremiam segurando a xícara de café, enquanto seus olhos acompanhavam o rosto frio de Off e de sua mãe.

Se encarando.

—O que você pensa que eu devo a você, eu pagarei.

Maitê se moveu desconfortável no sofá ao lado de Gun, segurando o braço do filho adotivo com força.

Na mente dela, a imagem de sua irmã chorando desesperada pelo ponto que seu marido chegou, parecia passar em loop, o choro angustiado por saber que sua vida valia  a de uma criança inocente.

A criança diante dela, que ela usou das piores formas, essa criança que vinha diante da sociedade hipocrita e preconceituosa dizer que amava seu filho, amava de coração.

—Por que faria isso? —Ela questionou ainda com aquele ar afetado, Jumpol arqueou a sobrancelha altivo e relaxado de mais para quem encarava uma pessoa que queria seu mal.

—Porque, eu amo seu filho com toda minha alma e meu sangue. Jamais compactuaria com algo que o lesasse, ainda mais algo que tirou a sua mãe.

—Nós tiramos a sua.

Jumpol apertou as mãos uns sob a outra e cerrou os dentes. Podíamos mesmo usar esse nome para ela?

O celular de Gun começou a tocar alto, pela milésima vez naquela tarde, por sorte ele estava no bolso de seu homem, que já tinha a paciência a baixo da média.

—Alô?

—Off Jumpol?

Então esse era o momento em que ele finalmente mostraria para aquele insuportável do Oab quem mandava no jogo.

—Sim, o namorado do Gun, futuro noivo. Isso que vocês tinham entre vocês já era entendeu?

—Como é que é? —A voz tremeu e Jumpol apenas sorriu.

Ele apenas passou o aparelho para Gun que respirou fundo antes de simplesmente murmurar um acabou tudo entre nós, não me procure mais, estou com Off. Com os olhos baixos ele entregou o celular nas mãos de Jumpol sorrindo abertamente.

O sorriso foi retribuído por Off, um sorriso leve e aliviado, algo até inocente, carregado de uma ausência total de pesos e amarras que mantiveram Jumpol tão preço nas expectativas da família.

Maitê notou isso, na verdade ela seguiu encarando aquele sorriso e olhar devoto a Gun, sentindo como seu braço se arrepiou com a carga do sentimento entre eles.

Então, ela ouviu a voz de sua irmã ao fundo em sua mente.

Só preciso que meu filho seja feliz e saudável. Por favor Maitê...

Vou me demitir então. —Ela disse de repente, cortando o olhar cheio de amor de Off para seu filho. Os dois homens a encararam, logo ela que estava tão contrária a situação. —Seus olhos provam o que sua boca diz, isso basta para mim.

Apenas os olhos sinceros de amor profundo e saudosos podiam amansar o coração da mulher que perdeu tudo?

Não.

Mas a felicidade que essa sinceridade podia trazer a seu filho, era maior que tudo. Inclusive do que uma vingança.

Jumpol subiu com seu amado no prédio onde ele morava, se recusando prontamente a deixar ele ir sozinho, mesmo que ele tivesse insistido muito.

Quando Gun e Off entraram a figura sombria sentada no sofá encarou os dois com raiva e os olhos molhados de lágrimas.

—O que é para ser seu... Sempre volta para suas mãos não é Jumpol?

primeiro e único • OffGunOnde histórias criam vida. Descubra agora