Ouço as mulheres conversando animadas sobre o casamento de umas das esposas dos membros do conselho, suspiro cansada de ouvir sempre as mesmas coisas vindo delas.
Algumas delas se salvam e são realmente legais, mas as outras são fúteis e se acham muito.
- Então Karin - uma delas diz com a voz enjoativa, olho para ele tento sorrir - Quantos anos de casamento tem mesmo?
- Seis - suspiro sabendo a pergunta que virá, é sempre a mesma coisa e pergunta.
- Uau, seis anos - diz e me olha de cima a abaixo - E quantos anos tem mesmo?
- Vinte e seis - digo e ela assente.
- E você não terá o herdeiro para nosso líder? - questiona e fecho os olhos suspirando - Já era para ter dado a muito tempo, sabem o que dizem das mulheres que não podem ter filhos.
- Oh faça-me o favor senhora, cuida da sua vida - ouço alguém dizer e me viro vendo Angel parada atrás de mim - Ninguém aqui tá se incomodando com sua cara assustando a todos os presentes, acho que não deveria se incomodar com a vida dos outros.
- Sua insolente - diz - Bem se vê que Amélia não te deu educação adequada.
- Na verdade ela deu sim, mas para que eu gastasse com as pessoas certas - diz e pega uma taça da mesa virando na mulher - Vem Karin, estou com sede.
Acompanho ela que começa a rir, paramos em um sofá e me sento com ela.
- Meu Deus Angel, coitada da mulher - falo e ela pisca para mim.
- Ela mereceu - diz - Alem de quê, esse assunto já me cansou, coisa chata sempre batendo na mesma tecla, não sei como tem paciência.
- Não é como se seu pudesse fazer algo também - suspiro.
- Não sei qual essa tara de ter filhos cedo, tudo bem que casou a anos, mas acho que não deveria ser uma obrigação assim ter filhos, só quando o casal quisesse e pudesse - diz.
Concordo com ela, mas mal sabe que por mim eu já teria um filho, não só pela sociedade e meio onde vivemos, mas sim por mim.
Só que isso é algo que tento não pensar e de certa forma meu coração já não sente mais tanta vontade como antes, pois de qualquer forma sei que não será possível.
- Ei - diz e a olho - Ficou estranha e distante.
- Só fiquei pensativa - falo.
- Essa é a despedida de solteira mais pobre que já fui - Angel diz - Cadê os homens nus, os pênis de borracha pendurados no teto?
- Acho que não gostam desse tipo de coisa aqui - falo e ela ri.
- Espere só - diz e digita algo no celular - Logo vai chegar os dançarinos.
- Angel você está maluca? - questiono e ela pisca para mim.
- Talvez, vamos embora antes que sobre para nós duas - diz e segura minha mão me puxando para fora da casa.
Entramos no seu carro e ela começa a dirigir enquanto canta uma música.
- Que tal irmos em uma boate? - questiona.
- Ah não, eu não avisei ao Rocco que ia sair da festa, talvez deva ir direto para casa - falo.
- Não faz tudo que meu pai diz Karin, é dona da própria vida - diz - Seja livre e mostre a ele que sabe se virar sozinha.
- Igual a sua mãe? - questiono e ela me olha.
- Igual a qualquer pessoa Karin, não necessariamente a minha mãe, ela era mais maluca que livre - fala - O que quero dizer é que você fica presa nas vontades do meu pai e não faz as coisas que quer e gosta, não sei porquê ele é idiota assim com você, mas questionar e dar uns gritos não faz mal a ninguém.
- Eu não teria coragem - falo suspirando.
- Ele não vai te machucar, e se o fizer não se preocupe, pode me dizer - diz piscando para mim - Vou ligar para ele.
- Bambina aconteceu algo? - questiona preocupado.
- Não aconteceu papà, só quero te avisar sobre algo - diz.
- O que? - questiona parecendo ofegante.
- Onde o senhor está? - questiona me olhando, engulo em seco temendo por sua resposta, ouço um barulho e resmungo feminino, Angel aperta as mãos e me olha.
- Resolvendo algo Bambina, me diz o que quer - pede.
- Estou adorando isso - uma mulher diz animada e meu sangue gela.
Fecho os olhos e ouço a ligação cair quando Angel aperta o botão, levo a mão aos lábios e mordo eles para não chorar.
- Ele não seria capaz disso - diz e toca meu ombro - Sei que não Karin.
- Eu não sei - falo triste.
- Ele está ligando de novo, me deixe falar - diz - Pai onde você está?
- Estou no galpão Bambina, matando uma pessoa, o que queria? É urgente? - questiona e engulo em seco sem saber se acredito ou não - Se for eu paro aqui e vou até onde estiver.
- Queria te falar algo pessoalmente - diz e me olha, ela toca no celular e a chamada é encaminhada para vídeo - Uou, você está todo sujo de sangue.
- Falei que estava matando alguém Bambina - diz - O que queria dizer?
- Nada, esqueci - diz - Tchauzinho papà.
Ela desliga a chamada e o celular e me olha.
- Viu, ele seria incapaz disso - fala.
- Por um momento eu só achei que... - paro de falar e suspiro me sentindo mal por pensar algo assim do meu marido que se manteve fiel durante os anos que estamos juntos.
- Não julgo, se fosse comigo eu também acharia - diz rindo - Não vamos a uma boate mas podemos ir para casa, lá tomamos todos os uísques do meu pai.
- Não acho uma boa idéia Angel - falo e ela ri aumentando a velocidade do carro e seguindo para casa.
- Minhas ideias sempre são boas idéias - diz rindo.
Ao chegarmos em casa descemos do carro e ela caminha até o bar se servindo de uma dose e me entregando outra.
Vou bebendo devagar e ela rapidamente, logo está dançando com a musica que colocou no aparelho de som da casa e me puxa.
- Se solta Karin, o mundo não vai acabar está se divertindo - diz risonha.
Ela continua a beber até que sente sono e decide ir pro quarto, arrumo o que bagunçou e decido ir pro quarto tomar banho e retirar a roupa que estava na festa.
Após estar limpa visto uma camisola e me deito, pego um livro e começo a ler devagar, estou concentrada quando a porta é aberta de repente e me assusto vendo Rocco entrar por ela como um touro bravo.
- Por que caralhos não avisou que tinha saído da festa? - questiona e me assusto - Ronald ficou a esperando sair e quando não saiu me ligou desesperado.
- Eu acabei esquecendo, estava com a Angel - falo e ele suspira passa do as mãos nos cabelos.
- Não faz mais isso, não tem noção do quanto me deixou louco - diz e chega perto de mim - Merda Karin, quase me deixa louco.
- Desculpa - falo e ele suspira me puxando para um beijo.
- Não faz mais isso - pede e assinto tendo ele me beijando outra vez.
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Rocco - Entre Dever e Poder - Série Santinni's Livro II
RomanceApós a morte de sua amada esposa tudo que Rocco Santinni menos queria era outra pessoa para casar, mas pela lei dos seus sabia que isso precisaria ser feito, para ele tanto fazia quem seria a escolhida, podia ser todas menos ela... Uma Cappolo, ela...