13 - Morando juntos?

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Meu apartamento não era muito grande se comparado a casa de Andrew. Quer dizer, poderia ser descrito até mesmo como uma lata de sardinha, se comparado a mansão que havia adquirido enquanto estive fora.

A minha sorte era que a cama de solteiro de Ethan suportaria claramente seu pai, até mesmo se os dois quisessem dormir juntos. Ou quem sabe, eu devesse ceder minha cama para eles, caso Ethan se recusasse a dormir comigo. Como ter um pai era novidade, ainda mais tendo-o morando conosco, provavelmente ele passaria a querer fazer as coisas junto dele agora.

— É um apartamento pequeno, fique à vontade. — Avisei assim que adentramos o mesmo.

— Para nós três será o suficiente. — Comentou e assim que as palavras saíram da sua boca, seus olhos automaticamente me procuraram, como se acabara de dizer alguma coisa errada.

Estava exausta da viagem, quem sabe fosse mais uma exaustão psicológica do que de fato física. Agora a única coisa que eu desejava, era um banho quem em meu chuveiro e uma xícara de chá.

— Se importa de olhar Ethan enquanto tomo banho? — Perguntei, já com uma muda de roupa e a toalha em mãos.

— Claro. — Concordou.

Assim que a água quente passou a cair sobre minha cabeça, senti um pouco da paz de estar de volta em casa aparecer. Era como se meu cérebro houvesse se desligado por alguns minutos, e o meu pensamento estivesse apenas preocupado em a água preencher e aquecer todo meu corpo.

Mesmo que me sentisse em casa em Denver, e saber que lá um dia fora meu lar, não havia comparação em estar de volta a Nova York, em estar no meu refúgio.

Passei bons minutos no chuveiro, sem olhar para o relógio poderia chutar que pelo menos vinte minutos do meu dia havia sido de baixo da água. Ao ir de encontro a sala, analisei Ethan e Andrew abraçados no sofá tirando um cochilo. Embora houvesse sonhado algumas noites com esse momento, jamais considerei que fosse dessa forma. Na maioria deles, nós éramos uma família desde o início e não haviam mentiras.

Procurei por uma coberta mais confortável e quente e os tampei.

Algumas semanas depois

Não esperava que Andrew demoraria para encontrar um emprego com um currículo tão excepcional e completo. Mesmo que uma semana parecesse pouco, sempre havia muitas vagas disponíveis para a área que procurava.

— Andrew, surgiu uma vaga em nosso escritório, é algo semelhante a seu antigo emprego. — Comentei. — Quer dizer, nós não trabalhamos com influenciadores, mas é bem próximo.

— Olha, no momento eu não estou podendo escolher. — Falou rindo.

— Acredito que deve ser um bom salário, é um cargo bem bom e acredito que você tem um currículo muito positivo, principalmente pelas línguas que fala. — Opinei.

— Você pode entregar meu currículo? — Pediu.

— Com certeza farei isso. — Respondi.

Ele me entregou o currículo em uma pasta quando eu estava prestes a sair de casa com Ethan para levá-lo para a escola.

Estava empolgada em ajudá-lo com um novo emprego. E como não estava com seu carro aqui, por ter vindo de avião, seria bom podemos aproveitar o momento e levar Ethan para a escola e irmos trabalhar juntos.

Era estranho viver com uma pessoa dentro da minha casa, mas Andrew de alguma forma suavizava o ambiente. Ele trazia uma tranquilidade e segurança surreal.

— Senhora April? — Chamei minha superior.

— Sim, Valerie? Precisa de alguma coisa? — Perguntou ao levantar os olhos para me analisar.

— Gostaria de entregar um currículo para a vaga em aberto do comercial. — Falei ao mostrar o papel em minhas mãos. — É para o pai do Ethan que veio morar em Nova York recentemente.

Sr. April estendeu a mão para pegar o papel que estava em minha mão e passou a analisá-lo em minha frente. Suas expressões estavam carregadas de surpresa, o tempo todo suas sobrancelhas estavam arqueadas como se estivesse muito impressionada com o que estava lendo.

— É um currículo muito bom. — Afirmou. — Acredito que irão querer se aprofundar neste candidato, passei para o chefe.

— Muito obrigada. — Agradeci me retirando, afinal dentro de alguns minutos ela entraria em uma reunião.

Retornei para a minha sala, haviam muitas propagandas prontas para analisar e para aprovação. A equipe de fato era muito competente e estavam se empenhando em realizar ótimos projetos.

Como coordenadora era importante não deixar passar nenhum erro para as etapas finais, onde enviaríamos todos os projetos prontos para que as empresas pudessem publicar.

Sabia do meu papel e de como era necessário passar confiança para toda a equipe que trabalhava na parte criativa comigo.

Dois toques na porta e logo era fora aberta, Sr. April colocou a cabeça para dentro da sala sorridente.

— Amanhã quando você vier, será que é possível que Andrew venha com você? — Perguntou.

— Ele estará aqui, com certeza. — Respondi.

O cargo disponível era um dos mais altos da empresa. Afinal, havia uma sala apenas para ele com direito a assistente pessoal.

Infelizmente essa sala não ficava no mesmo andar em que eu trabalhava. Mas por sorte, a função dele também era importante e se manteria em contato comigo, porque seria ele o responsável do contato entre as empresas e nós.

Andrew ficaria contente com a notícia, porque era perceptível que estava desanimado em ficar em casa, embora tenha saído para entregar alguns currículos durante o dia.

Era claro que ele não se preocupava com o dinheiro em si, com seus anos de empresa havia realizado certos investimentos e guardado uma boa quantia que o manteria por muitos anos caso não quisesse mais trabalhar. Mas ele amava o trabalho, assim como eu, não gostava de estar parado.

De volta ao NATAL 2Onde histórias criam vida. Descubra agora