02 - Parto normal

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Quase todas as noites quando eu o colocava para dormir, assim que seus olhos se fechavam, conseguia relembrar vários momentos nossos juntos.

Dessa vez, o dia do seu parto me veio em mente.

Estava um sol incrível em Nova York, um dos dias mais bonitos que já havia presenciado em toda a minha vida. Havia sentido fortes dores nos períodos da manhã, mas que se alternavam em um bom intervalo de tempo entre elas.

Estava em meu apartamento quando senti minhas pernas e meus pés molharem, enquanto lavava a louça do almoço. Assim que notei a água, automaticamente meu coração acelerou.

Respirei fundo e tentei conectar os sentidos para raciocinar o que deveria ser feito a partir daquele momento. Tentei fazer uma lista mentalmente de tudo que precisava pegar e levar até a maternidade.

A bolsa da maternidade era o item principal que precisava lembrar. O bebê conforto já estava no carro. A minha bolsa com roupas também já estava pronta, tudo estava no chão do meu quarto, prontos para levar.

Sabia que o fato da bolsa ter estourado não significava que necessariamente estaria em trabalho de parto. Nos livros e vídeos que havia assistido, poderia tomar um banho quente e colocar um vestido que seria o mais ideal para um dia de sol, e mais prático para retirar quando chegasse na maternidade.

Eu estava sozinha. Não havia feito amizades sólidas o suficiente para estarem comigo dentro de uma sala de parto. Como era uma semana antes do prazo de parto que o obstetra havia estabelecido, nem mamãe, nem Maddy estariam presentes.

"Indo para a maternidade agora." Val

Não esperei para ler sua mensagem, corri me arrumar e ir para maternidade com a ajuda de um Uber muito educado e proativo que me auxiliou com tudo que eu precisava carregar. Não haveria como voltar sozinha para casa, então não iria com meu carro.

Havia chegado na maternidade com seis dedos de dilatação, tudo fora muito rápido e sem muita dor.

Havia chegado na maternidade com seis dedos de dilatação, tudo fora muito rápido e sem muita dor

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Eles haviam me levado para a sala de parto e trocaram meu vestido por uma camisola do hospital. Haviam guardado minhas coisas no quarto que ficaria após o parto.

— Logo esse meninão irá chegar. — A médica falou animada.

As dores começaram a se intensificar com o
passar dos minutos e cerca de duas horas após chegar no hospital, Ethan veio ao mundo. E se eu já achava que o amava, assim que meus olhos o viram, meu amor aumentou mil vezes mais.

Lembro-me de termos ido para o quarto minutos depois, tudo havia corrido perfeitamente bem e logo que fizeram os principais exames nele, o mesmo fora para o quarto comigo

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Lembro-me de termos ido para o quarto minutos depois, tudo havia corrido perfeitamente bem e logo que fizeram os principais exames nele, o mesmo fora para o quarto comigo.

Papai, mamãe, Maddy e Brandon chegaram cerca de cinco horas após o nascimento dele. Haviam comprado passagens de última hora e entrado no primeiro avião disponível.

— É a coisinha mais linda que já vi na vida. — Maddy falou com os olhos cheios de lágrimas.

— Eu gostaria muito que você e Brandon fossem os padrinhos do Ethan. — Pedi.

Brandon encheu os olhos de lágrimas, mas minha melhor amiga deixou todas elas cairem. Eu estava tão emocionada quanto ela. Já havia chorado minutos antes com mamãe e papai.

— Agradeço imensamente o convite, fico muito grato. — Brandon falou dando um beijo em minha mão.

Maddy estava com Ethan no colo o balançado de um lado para o outro.

— Eu vou te amar por toda a minha vida. — Ela falou a ele.

Era muito grata pelas pessoas boas que haviam em minha vida. Na minha família e nos meus amigos.

Por conta disso, jamais poderia me sentir arrependida pelo que havia vivido ao lado de Andrew. Ele me havia proporcionado a dádiva de ser mãe e a uma grande amizade com Maddy que não teria conhecido, se não houvesse ido trabalhar com ele.

 Ele me havia proporcionado a dádiva de ser mãe e a uma grande amizade com Maddy que não teria conhecido, se não houvesse ido trabalhar com ele

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Ir para casa com ele fora de longe meu momento de paz. Me sentia completa por aquele momento ter chegado e eu estar podendo ir embora com ele. Tudo havia dado certo, ele era um bebê muito saudável e isso me enchia de alegria.

— Filha? Você tem certeza que quer fazer isso sem o Andrew? — Papai perguntou outra vez.

Eu não queria estragar seu casamento. Ele estava noivo e construindo uma nova vida ao lado de Samantha, e de uma vez por todas estava na hora de cada um seguir sua vida.

Contar sobre o nascimentos e Ethan poderia destruir seu casamento, sabendo que Andrew segui impulsivamente.

E eu não queria me destruir também. Não queria trazê-lo para a minha vida e me apaixonar novamente, porque eu sabia que a próxima vez que o visse tudo voltaria. Todo o sentimento viria a tona.

Eu não poderia nem ao menos olhá-lo nos olhos sem amá-lo, sem desejá-lo.

— Não quero que ele saiba, não quero acabar com seus planos e mudar toda a sua vida. — Afirmei.

— Filha, a sua vida também está mudando. — Mamãe comentou. — Tudo irá mudar completamente e você não o terá, você entende o que é criar uma criança sem um pai?

Suas palavras me machucam porque eu sabia que ela tinha razão. Sabia que seria uma situação triste. Mas que de alguma forma eu o criaria dando toda a estabilidade e amor que ele precisava receber.

Ele não teria um pai presente, mas teria uma mãe cem por cento destinado a ele.

— Ethan será um menino muito amado e crescerá cercado de pessoas que o amam e isso será o suficiente. — Afirmei.

Papai e mamãe se entreolharam e concordaram em acabar com o assunto por ali. Sabia que era isso porque não insistiram mais no assunto após nossa breve conversa.

Agora, aproveitando que o pequeno Ethan dormia, iria aproveitar para tomar um banho quente e demorado em meu chuveiro. Por sorte, mamãe estaria ali presente para um mês e eu não estaria sozinha em um momento tão delicado como aquele.

De volta ao NATAL 2Onde histórias criam vida. Descubra agora