Capítulo um: O encontro

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Olá pessoal. Prólogo postado anteriormente. Corre lá se não viu...

- Cai direto na caixa postal! - diz Márcia colocando o telefone de volta no gancho.

Estávamos todos na sala de estar e ela tentava a todo o custo falar com Eduardo que simplesmente desapareceu para o jantar.

- E na empresa? - perguntou Paulo.
- Disseram que ele saiu há horas. - respondeu Paula.
- Onde será que ele se meteu?! - resmungou Paulo.
- Papai e mamãe foram dormir chateados com ele, amanhã teremos um dia e tanto. - disse Márcia.
- Eu, eu vou dormir, ainda não me acostumei com o fuso. - falei ao me levantar do sofá. - Obrigada por tudo, vocês são incríveis. - falei com um leve sorriso. - Boa noite.
- Boa noite! - responderam os três juntos.

E assim, segui para o andar de cima.

A verdade era que eu não estava cansada apenas pela viajem, mas também, estava cansada de esperar por Eduardo.

Os funcionários da casa colocarão minhas coisas no quarto de Eduardo. Quarto esse que nunca dividi com meu marido. Tudo era novo para mim, confuso e estranho.

Meu casamento com Eduardo nunca foi um casamento de verdade. Nos casamos apenas por conveniência, tanto eu quanto ele tivemos os nossos motivos para nos casarmos e no entanto, após cinco anos de um casamento apenas no papel, lá estava eu, de volta para casa e não fazia a menor ideia de como seria de agora para frente.

Não me recordo por quanto tempo permaneci sentada no sofá do quarto pensando, até que, o cansaço me pegou em cheio.

*****

Não sei em qual parte da madrugada ouvi passos dentro do quarto. Ao abrir os olhos ainda sonolenta, vi uma claridade vindo do banheiro do quarto, a porta estava fechada e parecia que tinha alguém lá. Por um momento, minha me lembrou que aquele também era o quarto de Eduardo, e que possivelmente ele havia enfim chegado em casa. Ainda sentada como estava antes de adormecer, me ajeito melhor no sofá e em seguida, a porta do banheiro é aberta, revelando assim sua silhueta a meia luz do quarto. Era ele. Parado ali, bem a minha frente.

Vi que Eduardo andou alguns passos e acendeu a luz do quarto. A claridade logo afetou a minha vista que aos poucos, foi se acostumando com ela. E quando percebi, vi a minha frente um Eduardo sem roupa, apenas de cueca box preta, nada a mais. E isso me deixou sem chão.

Seu corpo era perfeitamente lindo. Não era do tipo malhado mas também não era do tipo que não se cuidava, sua pele clara, seus cabelos negros cortados baixo, seu rosto era ainda como eu me lembrava. Nada havia mudado, exceto meus sentimentos, que naquele momento estavam confusos. Ao analisar cada parte do corpo de Eduardo, percebi o volume em sua cueca, e isso me deixou sem jeito. Um pequeno calor frio me dominou, me fazendo acordar para a realidade.

- O que pensa que está fazendo? - pergunto ao cair em si. Me levanto do sofá e fico de pé tentando não o olhar.
- Você chegou! - disse ele me olhando atentamente. O olho confusa.
- Vista-se. - digo constrangida me virando novamente.
- Estou no meu quarto, até onde sei. - responde ele tranquilamente.
- Está certo, a entrusa sou eu. - digo me virando para ele. - Sendo assim, vou deixá-lo em paz. - ao dizer isso, sigo para o armário do quarto para pegar um coberto e um travesseiro, meu destino seria um dos quartos de hóspedes, e como já estava tarde, não queria incomodar um dos funcionários para me ajudar a me instalar lá.
- Me desculpe Maju. - ouço sua voz contida. Me viro já com o lençol em mãos e o olho. - Não precisa sair, eu vou vestir alguma coisa. - ao dizer isso, Eduardo segue para a sua parte no armário e assim pega uma bermuda e veste. Tento não olhar, mas a tentação era grande. - Pronto. Estou apresentável. - diz ele. Respiro aliviada. - Você pode dormir na cama, eu durmo no sofá.
- Não, eu posso voltar para o sofá. - digo.
- Acho melhor não, quando cheguei você estava toda torta, parecia não estar confortável. Fique na cama. - insistiu ele.
- Está bem. - falei vencida. Então peguei o travesseiro e o lençol e lhe dei para que ele se ajeitasse no sofá.
- Obrigado. - disse ele quando lhe entreguei as peças. Apenas fiz que sim.

Então, segui para a cama e me acomodei nela. Eduardo esperou que eu me acomodasse e então desligou a luz do quarto. Vi ainda no escuro, ele se acomodando no sofá.

- Tem certeza que ficará bem aí? - perguntei.
- Não se preocupe. Boa noite. - disse ele secamente.

Sem ter mais o que dizer, fechei os olhos e tentei a todo o custo dormir.

Meu futuro ex-maridoOnde histórias criam vida. Descubra agora