Capítulo onze: Desculpas

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Como numa dança, os lábios de Eduardo se moviam. Era envolvente, arrebatador, e muito satisfatório. Como eu desejei por aquilo. Como eu esperei por esse momento.

Sua língua pediu passagem e eu aceitei. Estava completamente envolvida e mergulhada naquele momento de prazer.

— O que está acontecendo conosco! - não foi uma pergunta, mas sim uma constatação. Eduardo parecia confuso e surpreso ao dizer isso.

Ele permaneceu com a mão sob meu rosto, como se não pudesse o soltar. Nossas testas estavam unidas, e respiravamos com dificuldade. O beijo foi arrebatador.

— Eduardo, eu, eu acho que é melhor pararmos por aqui. - falei quando minha mente conseguiu raciocinar.

Eduardo afastou-se de mim e me olhou surpreso. Por um momento temi. Eu estava tão confusa.

— Malu, me desculpe. Você tem razão. Eu sinto muito, não quero te fazer sofrer mais do que já fiz. - confessou ele.
— Tudo bem Eduardo. Você não tem culpa de nada, não até agora. Mas, a partir de agora, você é o único responsável por suas ações. Você já sabe o que sinto, o que senti por você todos esses anos, eu só te peço que não me faça mais perder meu tempo te esperando. - falei.

E ao dizer isso tomei coragem e apertei o botão novamente, liberando o elevador a seguir.

Eduardo permaneceu calado, apenas me olhando e isso me deixou tensa. Mas, finalmente o elevador chegou aí térreo, e a porta se abriu. Ao olhar do outro lado da porta, vi Carlos, que me esperava para nosso almoço. Olhei novamente para Eduardo que ao ver Carlos não disfarçou sua surpresa, e então segui para fora do elevador sem olhar para trás.

Já estava na hora de deixar Eduardo para trás, e com ele, todos os meus sentimentos.


— Vamos? - perguntou Carlos assim que me aproximei.
— Vamos! - falei tentando disfarçar a tensão que meu corpo estava.

E assim, seguimos para fora da empresa.

******


— Você está bem Malu? - perguntou Carlos me tirando de meus pensamentos.
— Ah, sim. Estou. - tentei disfarçar.
— Desde que chegamos aqui você não para de olhar para o nada. - disse ele.
— Me desculpe Carlos, acho que não sou uma boa companhia hoje. - desabafei.
— Sem problemas. Mas, talvez eu possa te ajudar, me conte o que se passa pela sua cabeça, o que te incomoda. Quem sabe colocando para fora, você se sinta melhor. - disse ele.
— Minha vida está muito bagunçada Carlos, é capaz de só em me ouvir você também fique com a vida bagunçada. - falei com um leve sorriso. Carlos sorriu.
—Tudo bem Malu, se não se sente preparada para contar eu sei esperar. - disse ele com um certo tom em sua voz. Parecia que tinha algo a mais em suas palavras. Mais do que ele estava dizendo. Sorri fraco.

Almoçamos conversando cobre coisas triviais e após o almoço Carlos me deixou novamente na porta da empresa com a promessa de que me veria em breve. E assim segui, de volta para o meu tormento, a sorte era que no dia seguinte seria sábado, e eu teria o final de semana livre dali. Se bem que, estar na mesma casa que Eduardo não seria fácil, mas, eu daria um jeito de não o ver. Mas, estando no mesmo quarto que ele... Isso seria fácil de resolver durante esses dias que todos estiverem fora.

Meu futuro ex-maridoOnde histórias criam vida. Descubra agora