Capítulo sete: Se solta Malu!

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— Deixa eu ver se entendi. - diz Paula depois de ouvir minha história.

Era noite e estávamos sentadas próximas a piscina nos fundos do casarão, Paula colocou uma esteira no chão e bebiamos e comíamos petiscos ao som de uma música leve e suave.

— Eduardo pediu o divórcio assim que você chegou, disse que está apaixonado por outra e você acabou descobrindo que essa outra é ninguém menos que a sonsa da Susan. Depois de flagrar os dois no restaurante você esbarrou num  oriental gostoso na rua.
— Eu não disse que ele é gostoso! - me defendi.
— Eu parte deixa por minha conta. - disse ela. — Voltando, você conheceu um oriental boy na rua, saíram  pra almoçar e ele te consolou e ainda por cima te deu uma bela de uma cantada. E com certeza amiga, esse homem vai voltar a te ver, se for destino ou não eu não sei mais que ele vai ele vai!
— Estou perdida! - confesso.
— Ah, claro que está. Você como sempre minha amiga está agindo com a emoção. - disse Paula. — Malu, chegou aquele momento que chega pra todos nós na vida, aquele momento em que precisamos decidir o que queremos. Sair de cima do muro e tomar uma decisão, sabe, eu amo você, somos amigas desde sempre, e por isso vou dizer  o que vou falar... Malu, você precisa esquecer meu irmão idiota. Amiga, você sempre arrastou um bonde pra o Edu, mas, ele nunca notou. Em todos esses anos, Edu nunca te viu, nunca te percebeu. Se passaram cinco anos amiga, tem noção disso? É uma vida. São cinco anos da sua vida perdidos por causa de uma ilusão... Eu até cheguei a pensar assim como todos da nossa família que depois que você voltasse para casa, o Edu fosse finalmente te enxergar, sabe, a distância, o tempo, poderia ser o que iria unir vocês. Mas, depois de ouvir o que você me disse, do pedido de divórcio, da Susan, o Edu continua o mesmo de sempre amiga, e você, está mais uma.vez perdendo seu tempo. Desculpa Malu, ter que ser eu a te dizer isso, mas, estou vendo que pela a primeira vez a vida está te dando a chance de escolha, destino, acaso, não sei o que foi, mas, alguém colocou esse homem no seu caminho... Se não for pra vocês ficarem juntos, que seja pra te fazer acordar, e enxergar que existe um mundo pra você conhecer, conquistar. Amiga, há tantos homens nesse mundo... Não se prenda a um que nem te vê como mulher. E disso, Eduardo já te deu muitas provas. Viva amiga, faça alguma coisa por você mesma, seja você mesma. Se tiver que errar, erre. Se tiver que sofrer, sofra. Mas, não se arrependa do tempo que perdeu. Tempo é uma coisa que não volta. Não deixa essa chance escapar. - diz Paula me dando um choque de realidade.
— Paula, eu, é muito difícil pra mim. Sabe, enxergar outro. - desabafo.
— Eu sei que é mas, é preciso amiga. Certo ou errado ao menos Edu está tentando viver, tentando ser feliz com quem ele acha que ama.
— Você acha que ele não ama a Susan? - pergunto.
— Não, eu acho que o Edu simplesmente não sabe o que é amor. - diz ela. — Mas, ao menos ele é corajoso. Depois que vovô Tide descobrir sobre o divórcio e a Susan, cabeças vão rolar... Mas, não vamos mais falar sobre isso. Planejei essa noite para comemorarmos sua volta em alto estilo. Não para falar do meu irmão idiota. Aqui pra nós Malu, ele não sabe o que está perdendo. - diz Paula sorrindo. Sorriu em resposta. — Agora vem! - diz ela se levantando. — Vamos treinar o karaokê pra quando você encontrar o oriental boy você arrasar.
— Ah Paula, do você! - digo me levantando.
— Lembra daquela música da Joelma com a Ivete que te mandei um tempo atrás? - pergunta Paula, faço que sim. — Eu sou a Ivete e você a Joelma.
— Por que eu tenho que ser a Joelma? - pergunto.
— Porque você é que está precisando de um amor novo amiga! - diz Paula já colocando a música pra tocar.

Paula começa a dançar no ritmo da música.

— Se solta Malu! - gritou ela.

Respiro fundo e começo a cantar.

— Miga
Não sei mais o que faço pra me esconder desse cara
Troquei vários números de telefone, mas ele me acha
Toda hora mandando mensagens que se arrependeu. - cantei.

— Miga
Sei como se sente porque isso também aconteceu comigo
Sofri um bocado, mas tenho um remédio que acaba com isso
Se a amiga quiser, eu já passo a receita toda pra você
(É babado) - cantou Paula entrando no clima.

— Ele chora que chega a dar pena
Mas eu sei, isso tudo é cena
Porque toda vez ele apronta
E dá uma de santo pra cima de mim. - canto.

— Dessa vez eu garanto, ele corre
Vai por mim, eu tomei e resolve
Você cura o desgosto, tira o encosto
Dá tchau de uma vez pra esse mala. - cantou Paula.

— Amor novo, amor novo
Isso é mesmo que chá milagroso
Se você tomar, ele some
Vai até esquecer o seu nome

Amor novo, amor novo
Esse é o elixir da Veveta
Pro beijo ficar mais gostoso
Se a fila anda, tiro e queda. - cantamos juntas.

Ao terminarmos, começamos a rir sem parar enquanto o playback continuava.

— Já passei a receita. Toma que é tiro e queda. - diz Paula ao me abraçar. Acredito que seja os efeitos das caipirinhas. — Vamos virar mais uma? - pergunta ela saindo de meu abraço. Mas antes que responda uma.voz se sobressaiu.
— Malu, preciso de você! - disse Eduardo chamando nossa atenção.

Nos viramos e lá estava ele, bem a nossa frente nos olhando. Engoli em seco. Será que ele tinha visto nossa performance? Pensei.

— Ah, lá vem o chato! - resmungou Paula.
— Preciso que me ajude com uma documentos, preciso deles pronto pra amanhã. - diz ele ignorando a irmã. E sem esperar por minha resposta, Eduardo se vai.
— Idiota! - xingou Paula.
— Preciso ir Paula. Vou ver do que se trata. - falo.
— Está bem, mas, não esquece da música, amor novo, amor novo ... - cantarolou ela enquanto voltava pra a esteira. Sorri ao ver que Paula mais uma vez iria dormir sob as estrelas, como sempre fazia quando bebia demais.

E assim, segui de volta para dentro do casarão. A noite pelo o visto seria longa.

 

E aí pessoal, o que estão achando? Será que Malu vai investir no oriental boy? Não esquece a 🌟😘

Meu futuro ex-maridoOnde histórias criam vida. Descubra agora