Capítulo dois: Quero o divórcio

1.2K 111 1
                                    

Olá pessoal. Capítulo um postado anteriormente, se não viu, corre lá.

Aos poucos, acordo sentindo a claridade adentrar no quarto. Abro os olhos e vejo que Eduardo já não está mais no sofá. Me levanto lentamente e sigo para o banheiro. Mas, ao abrir a porta, me deparo com Educado se barbeando em frente ao espelho.

— Me desculpe! - digo dando um passo para trás. Vejo que ele me olha pelo o espelho.
— Tudo bem, pode usar o banheiro, volto quando você terminar. - diz ele já saindo do banheiro.

Ao passar por mim, Eduardo deixa no ar um aroma vindo da espuma de barbear que me deixa de pernas bambas. Quando que eu fiquei assim tão fácil? Pensei. Fechei a porta e usei o banheiro rapidamente.

— Já terminei, obrigada. - falei ao sair do banheiro. Eduardo fez que sim e entrou novamente no banheiro.

Respirei aliviada e então decidi que era hora de me trocar o mais rápido possível antes que ele saísse de lá. Então, peguei um vestido curto de alças finas e tecido leve e vesti, calcei uma sandália Anabela e prendi meu cabelo num rabo de cavalo baixo mas bem penteado. Enquanto terminava de aplicar o creme em meu rosto, vi o celular de Eduardo vibrar sob o móvel ao lado da cama e uma mensagem apareceu imediatamente em seu visor.

Amei a noite, ansiosa para a próxima.

Apenas isso, nada mais. E foi o suficiente para me trazer um sentimento de raiva e mágoa. Mas ao mesmo tempo me sentia confusa e perdida. Não éramos um casal de verdade, disso eu sempre soube. Mas, durante todo o tempo que permaneci fora, nunca me envolvi com ninguém, até usava minha aliança de casamento com muito orgulho, nunca traí meu marido embora não tivéssemos nada, mas, Eduardo, é claro que ele tinha alguém. Ele não iria ficar tanto tempo sem ninguém.

Tentei tirar esses pensamentos de minha cabeça, eu não tinha o direito de cobrar nada dele. E isso eu sabia bem.

Então, desci para o andar de baixo sem esperar que Eduardo saísse do banheiro.

******

— Bom dia! - digo assim que chego na sala de jantar.
— Bom dia. - todos respondem. Então me sento e me junto a eles.
— Vi que o carro de Eduardo está lá fora, ele chegou a pouco? - vovó Mara perguntou curiosamente. Congelei.
— Ah, não, ele chegou ainda era madrugada. - tentei falar o mais natural possível. Vovó Mara sorriu.
— E ele não vai tomar café com sua família também não?! - indagou vovô Tide. Mas antes que eu pudesse dizer algo, a voz de Eduardo é ouvida.
— Já estou aqui vovô! - diz ele ao se juntar a nós. Eduardo se senta ao lado de sua irmã.
— Agora sim estamos todos juntos novamente. - disse vovó Mara sorrindo.
— Sim mamãe, estamos. - disse Márcia com um leve sorriso.
— Onde esteve na noite passada Eduardo? - perguntou vovô Tide. Nesse momento paralisia, eu sabia onde ele estava.
— Eu estava numa reunião de negócios com um investidor, na verdade foi um jantar de negócios que se esticou. - disse Eduardo simplesmente. Vovô Tide fez uma cara de que não acreditou nem desacreditou na sua versão.
— Meu filho, hoje você levará sua esposa para passear não?! - perguntou vovó Mara.

Eduardo que levava uma xícara de café a boca parou no mesmo instante. Todos o olhavam atentamente, esperando sua resposta que demorou um pouco.

— Eu, eu, sim vovó. - disse ele vencido. Vovó Mara sorriu.

E assim o café se seguiu.

******

Eu sabia que Eduardo estava me levando para sair a mando de vovó Mara, mas, mesmo assim, não deixei de suspirar com a idéia. Enquanto me arrumava no começo daquela tarde, uma pequena empolgação se fez presente. Eu me sentia a mesma adolescente de anos atrás quando cruzava vez ou outro com Eduardo nos corredores do casarão.

Segui com Eduardo de carro para a cidade que ficava há 20 minutos da fazenda. Enquanto adentravamos na cidade não pude deixar de perceber que a pequena e pacata Santa Fé aos poucas estava crescendo.

Entramos em um dos restaurantes mais finos da cidade e almoçamos. A todo o momento, Eduardo parecia apreensivo, tenso, mas imaginei que fosse por estarmos a sós. Eu também estava um tanto desconsertada. Até que, enquanto comíamos a sobremesa, Eduardo quebrou o silêncio.

— Malu, eu, quero conversar com você sobre um assunto, e, na verdade, nem sei por onde começar. - desabafou ele.
— Acho que, pelo o começo seria o mais sensato. - falei.
— Sim, bom... Nós dois sabemos que esse casamento não é de verdade, foi mais um capricho de vovô Tide, e estamos nessa situação há cinco anos já. E, durante esse tempo, enquanto você esteve fora, eu, eu encontrei uma pessoa, me apaixonei e, estou com ela desde então. Em outras palavras Malu, quero o divórcio! - disse ele soltando a pérola.

Por mais que tudo o que Eduardo havia dito seria verdade, ouvir aquilo dele assim, sem cerimônia foi um tanto frustrante. Eu havia acabado de voltar para casa e já estava ouvindo um pedido de divórcio do meu marido, não sei o que mais poderia acontecer para piorar.

— Tudo bem Eduardo. - falei apenas.
— Então, vou pedir para o advogado da empresa dar início ao processo e assim que tudo estiver certo, ele entrará .contato com você.
— Tudo bem. — foi tudo o que falei até a volta a volta para o casarão.

Meu futuro ex-maridoOnde histórias criam vida. Descubra agora