Capítulo doze: Edu...

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A porta do elevador se abriu e a cena que vi não poderia me deixa mais irritada.

Eduardo estava segurando com suavidade o queixo de Susan, e isso me deixou possessa. Ao notar minha presença ali, ambos tentaram disfarçar, mas, não se tinha mais o que fazer. Já estava feito.

- Susan, imprima o relatório do faturamento do penúltimo mês, Malu precisa dar uma olhada. - disse ele a secretária.
- pode deixar! - respondeu ela me olhando. Passei pelos os dois sem dizer nada, e segui para a tal sala que dividiamos.

Entrei na sala e coloquei minha bolsa sob o sofá que ficava mais ao canto da sala. Tentei respirar, me acalmar, me controlar. Mas, ao lembrar da mão de Eduardo sob o queixo de Susan, todos esses sentimentos me dominavam de novo. Céus!!!

- Malu, me deixe explicar. - ouvi a voz de Eduardo e me virei, ele havia entrado na sala e fechado a porta. Respirei pesadamente.
- Do que você está falando? - tentei parecer seria.
- Susan machucou o queixo, e...
- Eduardo, sua vida privada não me interessa. Eu sei que você e Susan tem algo, você mesmo confessou estar apaixonado, e agora sei quem é por quem você está apaixonado. É normal essas demonstrações de afeto quando estamos interessados por alguém, você não precisa me explicar nada. - o cortei. Ele me olhou atentamente.
- Malu, eu, eu só estou confuso, apenas isso. Tudo o que você me disse hoje, me pegou de surpresa, eu nunca imaginei que você sentisse algo por mim, eu, eu simplesmente não sei como agir agora. Estou confuso. - confessou ele.
- Confuso? Confuso com o quê? Não era isso que você queria, o divórcio? - perguntei.
- Sim, mas, agora vejo que as coisas estão mudando. Não sei como explicar, eu queria o divórcio, queria muito. Mas aí, você chegou Malu... Você mudou, está diferente, não é mais aquela menina de cinco anos atrás, amadureceu, cresceu, e, você me disse que me ama, que sempre me amou. Entende que uma informação como essa deixa qualquer um confuso? - perguntou ele.
- Eduardo, você me pediu o divórcio, e eu vou te dar. Apenas isso importa agora. - falei friamente.
- É por causa dele não é? - perguntou Eduardo.
- Ele quem?
- Carlos. Você está diferente desde cedo, desde que o viu aqui. Vocês estão, próximos...
- Eduardo, da mesma forma que a sua vida privada não me interessa, a minha também não lhe interessa. Digo e repito, você pediu o divórcio, vou te dar, assuma agora as consequências disto. E, você apenas está confuso porque exitem duas mulheres que te querem, apenas isso, isso se chama ego. Depois passa. - ao dizer isso, me sento na cadeira do escritório e começo a analisar alguns documentos que deixei pendentes.

Percebi que Eduardo permaneceu parado como estava por um tempo, até que ele saiu, fechando a porta.

Minha nova jornada não seria fácil, mas, eu seguiria por esse caminho, precisava me permitir ser feliz, ao menos uma vez na vida, e tenho certeza que Paula se soubesse de todo o meu progresso, estaria feliz por mim.

******

Já era final da tarde quando cheguei na fazenda. Chamei um táxi e ele me levou para casa, depois daquela conversa um tanto acalorada com Eduardo não o vi mais, e seria melhor assim.

Após tomar um banho, decido que é hora de dar um rumo a minha vida. E assim, abro o armário do quarto e começo a retirar minhas roupas de lá, era hora de ir para outro quarto.

Após algum tempo, ouço a porta do quarto se abrir. Com certeza era Eduardo, e logo vi que acertei em cheio quando senti seu perfume no ar. Era ele. Tentei o ignorar, e continuar fazendo o que eu estava. Era melhor assim.

- O que você está fazendo? - perguntou ele seriamente. Sua voz parecia tensa.
- Vou para um dos quartos de hóspedes, estou arrumando minhas coisas. - falei ainda dobrando algumas roupas para ficar mais fácil de carregar.
- Você não vai sair daqui Maria Luiza! - disse ele. Nesse momento, congelei. Eduardo parecia decidido, firme. Me virei e o olhei.
- Estamos nos separando Eduardo, não vejo motivos para que eu continue aqui. Está na hora de você voltar para sua cama e parar de dormir no sofá. - falei. Por mais que me doesse, era necessário. Eu precisava cortar de uma vez por todas todos os laços que nos uniam.
- Você não vai Malu, você ainda é minha mulher, não nos separamos ainda. Portanto você vai continuar onde está, nós vamos continuar onde estamos. - disse ele.
- Eduardo, eu não quero mais. - falei sentindo o peso de cada palavra. Nesse momento, Eduardo anda alguns passos em minha direção parando bem a minha frente.
- Me diga Malu, me diga o que você não quer mais. - diz ele olhando atentamente em meus olhos.

Eduardo parecia me hipnotizar com sua presença, assim, tão perto. Eu simplesmente não tinha mais argumentos.

- Edu... - tentei terminar a frase mas, fui impedida quando seus lábios se aproximaram dos meus, ficando tão próxoimos que quase se tocaram. - Por favor Eduardo, não brinque assim comigo! - pedi ao fechar os olhos sentindo seu perfume que parecia impregnar em minhas narinas.
- Malu, o que eu mais quero nesse momento é brincar com você. - disse ele me fazendo abrir os olhos com a intensidade de sua fala. - Quero brincar com sua boca, com sua língua, com seu pescoço, com seus seios, com seu corpo. - suas palavras entraram por meus ouvidos me fazendo estremecer por dentro. Definitivamente Eduardo queria brincar comigo, e o pior, eu queria que ele assim fizesse.

Ainda parada o olhando, um impulso me dominou, e então, parti pra cima de Eduardo colocando minhas pernas por volta de sua cintura e beijando com firmeza seus lábios. Minhas mãos passeavam por seus cabelos e Eduardo me abraçou como um desesperado abraça a esperança. Meu corpo todo ardia por ele.

Meu futuro ex-maridoOnde histórias criam vida. Descubra agora