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Louis tinha o sol no lugar dos olhos, quase que de maneira literal. Ele estava radiante com a aproximação do parto e, não apenas isso estava chegando, mas em um mês seu garotinho estaria completando um ano de vida. Ele não sabe exatamente onde acertou para conseguir uma essa vida que sempre pediu a Deus, mas não faria diferente, nada.
Os preparativos para o parto estavam prontos, principalmente porque poderia acontecer a qualquer momento e não queriam ser surpreendidos de uma maneira ruim. O quarto estava pronto e todas as roupas lavadas e arrumadas, a mala de Louis e dos gêmeos também estava pronta. Toda aquela preparação na reta final lhe trouxe a consciência de que a realidade poderia ser muito melhor que seus sonhos, e era grato por isso.
Harry por outro lado estava com os pés nas nuvens, o médico havia adiantado boa parte dos seus compromissos. Sair do hospital não foi uma tarefa tão fácil, ele iria sentir saudades da agitação de ser um cirurgião chefe da área pediátrica, mas abrir sua própria clínica era seu maior sonho profissional, e aquilo estava realmente acontecendo.
Ele estava constantemente procurando casas e um local para sua clínica, que ambas fossem próximas. Além de claro ajudar Louis com todos os preparativos para o aniversário de seu primogênito e do parto dos gêmeos.
Tudo estava uma agitação e Harry não poderia estar mais feliz.
Eles decidiram fazer uma comemoração pequena para o primeiro aniversário de Isaac, principalmente porque os gêmeos poderiam chegar a qualquer momento e não queriam correr o risco de precisar cancelar ou do parto acontecer durante uma grande produção. E por mais esperto que o bebê pudesse ser, ele ainda não conseguiria aproveitar totalmente o aniversário, então não existia motivo para fazer algo grandioso.
Faltavam doze dias para o aniversário de Isaac e Louis entrou gloriosamente na última semana do oitavo mês, o que significava muita coisa. Ele estava muito cansado e dolorido e, Harry percebeu é claro, também estava se queixando de pequenos vazamentos - o que em outras palavras era um alerta para a proximidade do parto - talvez August e Clarie não conseguissem esperar até entrar no nono mês, mas um parto a essa altura do campeonato era completamente seguro e, de qualquer maneira, gêmeos nem sempre conseguiam nascer de nove meses, tudo estava sob controle.
Harry estava sempre tentando evitar que Louis fizesse mais esforço do que era realmente necessário - e isso inclui ajudá-lo com o banho, isso vem se tornando impossível nas últimas semanas. O médico estava feliz por conseguir participar da gestação e cuidar de seu namorado, ter sido privado - mesmo que ninguém realmente tivesse culpa - de viver isso ao lado de Louis na gestação de Isaac ainda machucava seu coração, mas não tinha importância para o agora, porque seus bebês estavam quase chegando e isso sim o enchia de amor.
Ele estava empenhado em organizar tudo - principalmente o aniversário de Isaac - e seus amigos e familiares estavam ajudando bastante. Todos tinham suas tarefas e sabiam muito bem o que não podia faltar; ursinhos, morangos e claro, abelhas. Elas eram indispensáveis. Harry nunca teve grandes motivos para ser tão grato e feliz, mas agora tudo mudou e finalmente conseguia se sentir grato por viver e ter sua família.
— Harry! — O grito agudo chamou a atenção do médico que estava concentrado em terminar de tirar as roupas secas da máquina. — Harry, por favor! — A voz não era mais tão firme e confiante, parecia quebrada, frágil e trêmula. — Harry!
— Louis! Louis! — O médico foi rápido em deixara tudo para trás e correr até o namorado. — O que foi, amor? Chegou a hora? Precisa de algo?
— Dói. — Ele precisou sussurrar porque sua voz não conseguia sair e a garganta parecia perto de fechar. — É uma contração, tenho certeza, já senti isso antes... — Louis choramingou dolorido enquanto se escorava na parede para ter algum apoio. Ele fechou os olhos com um pouco mais de força quando a próxima contração o atingiu violentamente, deixando suas pernas moles.
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Sobre.viver ➳ l.s |▸ trans!louis | Concluída.
FanfictionExistir faz com que respirar seja um ato de resistência. Harry é um pediatra com uma rotina complicada, sem espaços para relacionamentos ou para amar. Era isso que ele pensava. Essa era sua única convicção. Até conhecer um jovem tímido, mas de perso...