➳Ei, depois de tanto tempo tive coragem de dar as caras aqui, talvez para encerrar um ciclo que - ainda que cause dor - é necessário. Não é o fim de sobre.viver, porque pretendo trazer um capítulo com os gêmeos e um extra, mas aqui posso dizer que a história está concluída, porque não adianta tentar extrair mais nada daquilo que chegou no prazo final. Essa fanfic é muito importante e por isso decidi que não irei me forçar a colocar mais coisas do que realmente aguento, não iria ficar bom... Louis e Harry não merecem um final escrito sem vontade e sem amor.
Espero que gostem do relato do Louis e, espero também que estejam aqui quando os extras forem lançados. Eu amo vocês, obrigado pela paciência comigo.
Aproveitem, boa leitura.
➳ Um relato sobre viver.
Talvez em um mundo completamente diferente -algo alternativo e intergalático - fosse mais fácil imaginar que a vida tem potencial para ser tão simples e bonita. E nas entrelinhas do destino aprendi que sobreviver pode ser para os fortes, mas viver é para os corajosos.
Meus últimos anos foram repletos de grandes mudanças, altos e baixos mais emocionantes do que três voltas em uma montanha-russa. Entre transições e descobertas, me fiz e refiz diversas vezes. Nasci em uma pele anestesiada pela certeza e renasci mais duas vezes na singela função de trazer mais vidas para o mundo. Entendi que uma parte minha não precisa morrer para que outra renasça das cinzas, existir é uma metamorfose eterna e me permito mudar.Minhas duas maiores mudanças aconteceram com quase um ano de diferença, um turbilhão de emoções quase sufocante. Foi um aprendizado doloroso - capaz de rasgar a mais grossa camada de pele com a mesma facilidade que o fogo queima o papel - mas libertador. O parto dos meus três filhos abriu um leque de possibilidades e me fez enxergar quem realmente sou, sem nenhuma máscara ou medo daquilo que é incerto. Sem limitações de um fantasma do que um dia existiu, ou talvez apenas sem as amarras de uma vida de sobrevivente que não é mais sua.
Entender todas as violências e traumas é um processo longo e estou longe de concluir a primeira fase e, ainda que tudo seja muito recente, um divisor de águas é visível na esquina da vida, e estou tão perto. Nunca me imaginei enfrentando de cabeça erguida qualquer violência, ainda mais aquelas que são introduzidas de maneira tão bruta e inesperada, como em um parto. Não foi fácil lidar mais uma vez com o preconceito e desta vez, com a violência física. Lembro de ter acordado desnorteado depois de tudo, meus gêmeos finalmente estavam aqui mas a felicidade não era o sentimento predominante... ainda existia o fantasma da violência assombrando minhas lembranças.Louis conseguiu descansar consideravelmente depois do parto. Ele não queria pensar muito sobre o que aconteceu principalmente porque isso acabava lhe fazendo recordar de um passo não tão distante, mas tão doloroso quanto. Quando acordou cerca de três horas depois, seus olhos lacrimejaram rapidamente ao ver Harry com um de seus bebês , ele ainda não consegue ter certeza de quem é, porque pelo que consegue se lembrar do momento do parto, August e Claire são muito parecidos e as roupinhas eram da mesma cor e isso não ajudava muito. Louis quase não consegue acreditar que teve dois bebês.
— Ei, Gus — Harry balançava delicadamente seu corpo para acalmar o garotinho. — Nosso super-herói acordou, uh? Dormiu bem, querido?
— Hmm... — resmungou dolorido enquanto procurava uma posição confortável para ficar sentado. — Consegui descansar bastante, uh... — comentou tímido por notar que Harry estava precisando lidar com os gêmeos sozinhos por algum tempo. — Dormi muito?
— O suficiente, querido — sorriu caloroso e sincero. — Ele acordou agora e a Clarie ainda está dormindo, não há com o que se preocupar.
— Ahm. Eu posso vê-lo? — seu sorriso finalmente nasceu diante de tamanha confusão e sonolência, seus olhos lacrimejaram rapidamente ao notar o médico se aproximando. — Eles estão bem, não é? Eu apaguei depois de tudo, mas...
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Sobre.viver ➳ l.s |▸ trans!louis | Concluída.
FanfictionExistir faz com que respirar seja um ato de resistência. Harry é um pediatra com uma rotina complicada, sem espaços para relacionamentos ou para amar. Era isso que ele pensava. Essa era sua única convicção. Até conhecer um jovem tímido, mas de perso...