Sobre.viver ➳ l.s |▸ trans!louis | Concluída.

Capítulo Quinze: Todos merecemos milagres

ei, amo vocês, amo amo amo. não esqueçam de votar e comentar, porque isso me deixa empolgada, e quando fico assim, escrevo mais rápido sksk.

boa leituraaaaaaaaaa <3

23/09/2021

O casal teve uma noite tranquila, dormiram abraçados e acordaram bagunçados, ainda nos braços um do outro. O médico por ter o costume de acordar cedo, foi o primeiro a levantar mas, antes de sair do quarto deixou um beijo na testa do namorado, o assistindo abraçar o travesseiro.

Harry estava ansioso, sabia que precisava contar toda a verdade para Louis. Ele sabe que o namorado vem enfrentando momentos complicados, situações desagradáveis, desde que se assumiu como um homem trans, e que tudo ainda parecia ruim, mesmo que melhorando. E em meio a tanta confusão e sentimentos atrapalhados, também sabia que seu apoio seria essencial.

Enquanto Louis ainda descansava, decidiu que seria uma boa ideia começar a preparar o café da manhã, como sempre fazia quando dormiam juntos. Panquecas e um pouco de chá para o namorado, e seu indispensável café. Tudo feito com muito carinho, e amor para que aproveitassem aquela manhã. Com tudo pronto, acordou o mais novo com uma bela bandeja de café, com direito a muitos beijinhos e panquecas sendo levadas até a boca.

Um pouco mais tarde, quando a louça do café estava limpa, Harry decidiu que era hora de conversar. Não poderia deixar de contar tudo que sabia, muito menos deixar para mais tarde.

— Meu bem. — O jeitinho carinhoso chamou a atenção de Louis, que até então estava concentrado em um tutorial de meias de crochê para bebês. — Você lembra quando disse sobre a sua família biológica para minha mãe? Lembra que disse o sobrenome da sua mãe biológica? — Harry começou, brincando com os dedos de Louis.

— Uh, sim. — Recolheu as mãos, se afastando um pouco, procurando pelos olhos do namorado. — Ela ficou estranha, pensei até que estivesse tendo uma queda de pressão.

— Ela realmente ficou estranha, mas não foi a pressão dela que baixou. — Harry finalmente encarou o namorado, quase se engasgando com o olhar que recebeu. — Ontem passei na casa dela, um pouco antes de chegar aqui. E bem, Lou. — Respirou fundo, brincando com os próprios dedos. — Ela me contou sobre Johannah Deakin. — Suspirou, completamente nervoso. — Eu queria contar ontem, mas você parecia exausto. Então, vou te contar agora, sim?

Louis não estava confiando na própria voz, então balançou a cabeça, escondendo as mãos dentro do moletom.

— Johannah Deakin, antes era Johannah Tomlinson. — Harry disse, notando os olhos azuis brilhantes, uma camada fina de lágrimas se formando. — Alguns anos atrás, ela deu a luz a uma menina, que supostamente nasceu morta. — Harry levou a mão até a coxa de Louis. — Troy, seu marido até então, a abandonou por não suportar o luto que Johannah estava vivendo. — Harry puxou o namorado para o seus braços, sentindo o primeiro soluço lhe atingir. — Johannah é sua mãe, Louis. Eu não pude reconhecer antes, não tive muito contato com o ex-marido dela, por isso nem ao menos consegui me recordar do sobrenome do Mark.

Se antes o garoto não conseguia confiar na própria voz, agora tudo parecia pior. Seus olhos transbordavam dor, e confusão também. O soluço que insistia em aparecer também denunciava sua dor, seu choro forte e incontrolável. — Eu não entendo, Harry. — Engasgou, sendo rapidamente socorrido pelo namorado.

— Johannah nunca deixou você em um orfanato, abelhinha. — Harry sussurrou, abraçando o corpo de Louis. — Ela acredita que você nasceu morto, acho que seu pai adotivo, na verdade é seu pai biológico, e eu sinto que ele tem culpa sobre tudo isso. — O médico suspirou.