Capítulo 2
Enrolei o máximo que pude para não retornar ao castelo. Procurei várias coisas que prendessem minha atenção para ganhar mais tempo, desenhei animais enquanto Max aproveitava a grama fresca, até que decidi enfrentar a fúria de Eojin. Sei que ele está me esperando para iniciar mais uma discussão, a única coisa que posso fazer é aguentar, mesmo sabendo que não consigo ficar calado até o final. Cada palavra que sai da boca dele piora cada vez mais a situação, acho que o amor que ele diz ter está guardado bem lá no fundo ou só deixou de existir.
Antes de chegar na sala do trono, consigo ouvir vozes alteradas. Saí para esfriar a cabeça e volto já sentindo ela esquentar novamente. Não suporto ouvir a alteração de voz do meu pai para falar com minha mãe, ela me defende e eu admiro isso, pois toda mãe tem o lado protetor, mas deveria esquecer isso, é perca de tempo. Ele continua colocando as mesmas desculpas para ganhar uma discussão, na cabeça dele funciona, mas para nós, isso já falhou há muito tempo. Parei de trás da primeira coluna de pedra e ficarei aqui até que os dois se acalmem.
- Não acredito que vai ficar do lado dele mais uma vez! - a insatisfação em sua voz carrega um amargo doloroso de ouvir. -
- Estou tentando entendê-lo, já que VOCÊ não se esforça em fazer isso. - é difícil de ver minha mãe estressada, mas quando acontece é como se fosse uma guerra. Com certeza suas falas podem ser ouvidas além do grande portão. -
- Ele é um moleque mimado!Você fez todas as vontades dele e continua fazendo. Como quer que eu o entenda, se ele não faz o mínimo? - todas as minhas vontades? Em que mundo ele viveu por todos esses anos? -
- Ouvindo a conversa dos pais... - Gorden se aproximou silenciosamente, falando baixo em meu ouvido. Quase que meu coração sai pela boca. -
- Gorden! Não faça mais isso, por favor. E...eu acabei de chegar.
- Gorden! Tem notícias de Arthur? - o rei perguntou irritado, sentindo a pressão do olhar da minha mãe. -
Implorei a Gorden com meu olhar para que ele não anunciasse minha presença, mas ele ficou tempo demais olhando para o "nada". Saí de trás da coluna de pedra com a cabeça baixa, evitando o olhar escuro do meu pai.
- Está ciente da cena ridícula que nos fez passar, na frente dos donos do reino de Chakal?
- A vergonha não foi minha, foi sua.
- Como? - ele questionou. -
- Vi os olhos de Vicctore brilharem quando falou do campeonato. Com certeza ele torceria por mim!
- Quem decide o seu futuro sou eu!
- Então devo seguir os seus passos? Me inspirar em você como se fosse um pai perfeito?
- Arthur! - minha mãe deu um passo a frente, mas foi impedida de continuar quando meu pai ergueu a mão. -
- Devo discutir com minha esposa todos os dias? Devo questionar a lealdade do meu filho por causa de uma coroa e um trono?
- Seu...
- Você, com certeza, não é minha inspiração.
- Depois de tudo o que fiz por você, tenho o desgosto de te ver aqui, na minha frente.
- Então comece a procurar um herdeiro. Você me perdeu há muito tempo.
- Gorden, coloque guardas na porta do quarto dele! Não quero vê-lo e nem ouví-lo pelo resto do dia de hoje e pelo dia inteiro de amanhã.
- Sim, majestade. - Gorden respondeu enquanto deu passagem para mim. Esperei que o rei dissesse mais alguma coisa enquanto encaro seu rosto, mas graças ao deuses, ele ficou em silêncio. Deu as costas e sentou em seu trono. -
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Entre Guerras
FantasyHá muito tempo atrás, o mundo era habitado por seres mágicos, que dedicaram suas vidas para criar um lugar harmonioso e puro, até que o mal convidou o bem para guerrear pela primeira vez. Os seres malignos e ambiciosos venceram e governaram um mundo...