Maldito Seja O Rei!

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Capítulo 33

{Arthur)

Quando abri os olhos, pude ver o céu nublado e alguns pássaros voarem de uma árvore para outra. Uma sensação reconfortante se misturava ao meu corpo devagar, como se estivesse preenchendo o vazio. Meu coração batia forte, em um ritmo suave, a natureza ao meu redor exalava imponência e por um momento pensei que me desse ordens.

Pude sentir a ventania mais forte nos arredores, mas aqui, onde estou, está suave e quente. A água do rio cai do penhasco, provocando uma queda d'água fascinante, que facilmente poderia abrigar um arco-íris se houvesse um sol para se encontrarem. Meus olhos observaram atentamente a água, descendo pelo decorrer do rio, até algumas pedras que indicam uma parte rasa.

Olhei para a queda d'água novamente, percebendo que não estava congelada. Fiquei confuso ao levantar e ver que o rio corria normalmente, como se não houvesse inverno. Procurei nos arredores algo anormal e notei que há poucos metros havia um cobertor de neve que cobria a vegetação, andei em passos curtos até lá e quando estendi a mão para tocar, foi como se tivesse atravessado uma barreira.

Uma corrente de energia correu pelo meu braço e o choque acelerou meu cotação. Olhei, admirado e com um pouco de medo, até que algumas ondas surgiram no meu campo de visão. Movia-se lentamente, partindo do chão até o topo das maiores árvores. Depois de um tempo, arrisquei tocar novamente para verificar se provocaria o mesmo efeito.

Ergui o braço direito, me concentrando ao máximo, e bem devagar, aproximei minha mão. Com as pontas dos dedos, toquei a barreira, fechando os olhos pela dominação do medo. Senti um pequeno desconforto, que mais parecia cócegas do que um choque, então tomei coragem para atravessar e me joguei de uma vez para o outro lado.

A neve estava debaixo dos meus pés e a ventania, como tinha sentido antes, está forte e carrega a neve das árvores. Porém, não sinto nenhum um pouco de frio, apesar do ambiente quase que dominado pela neve e pelo gelo. Tentar entender foi inevitável, mas sabia que não conseguiria encontrar respostas, então dei meia volta com o intuito de voltar para dentro da barreira.

Há poucos centímetros dela, meu corpo recebeu uma sensação estranha, me fazendo virar rapidamente para trás. É como se houvesse uma força maior em qualquer lugar que não esteja no meu campo de visão, um mal pressentimento me invade e tento manter o controle para pensar no que fazer.

Quando me virei novamente, esse pressentimento veio mais forte e eu tive que entrar na barreira para me sentir protegido. Meu coração agora estava agitado e minha respiração descontrolada, e a confusão na minha cabeça se instalou rapidamente. Não sei para onde ir ou o que devo fazer, ao mesmo tempo que alguém me chama em uma direção específica.

Do outro lado do rio escuto uma voz familiar, chamando meu nome suavemente, sem preocupação alguma. Estretei os olhos, tentanto encontrar o que me deixa interessado em agir. É como se fosse uma magia, um toque de alerta em meus sentidos. Não consigo explicar, apenas sentir.

Ao que parece, novas características estão se  manifestando na minha magia. E só o que pensei em fazer foi atravessar o rio, nadei rápido até o outro lado, e assim que pisei firme no chão, sai andando até atravessar a barreira. Depois de um tempo, sem nem perceber, já estava correndo o mais rápido possível.

O escuro da floresta foi me deixando aos poucos e uma luz começava a surgir, logo pude ouvir gritos e explosões. Não precisei pensar muito para chegar a uma conclusão, obviamente Avallor estava sendo atacada.
Diminui o passo quando me aproximei o suficiente para chegar ao fim da floresta e lá estava o desastre. O muro tinha sido derrubado, fogo consumia algumas casas mais adiante e no campo de batalha, completamente destruído, muitos homens ainda estavam de pé. Avallor estava perdendo, aparentemente, e isso me desesperou.

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