Que Comece A Guerra!

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Capítulo 20

Sabia que não era real, mas não faz sentido ser apenas um pesadelo. Tem de significar alguma coisa. Por que ela estava lá? Por que chamaram pelo meu nome? O que faziam em Avallor? Sentei na cama, deixando um pano molhado cair sobre o lençol, meu corpo está frio e agora consigo sentir a ardência dos cortes em minhas costas. Olhei para frente e Angard estava sentado, me encarando. O ignorei e tentei juntar as peças que começaram a vir na minha cabeça.

Vicctore falou que a guerra dos deuses tinha chegado em Sermantia, que a descendente da magia negra tinha tido uma filha em meio a essa bagunça e que ela foi manipulada para acabar o serviço. Ela foi aprisionada na pedra...

— Por que Garam foi aprisionada na pedra? - perguntei, sem olhar para Angard -

— Não está em condições de saber disso.

— Responda. - não quis que saísse de forma arrogante, mas foi o que aconteceu. A voz saiu um pouco mãos grave, insinuando que não tenho paciência para receber um não -

— Teve um pesadelo com ela?

— Angard! - levantei da cama, pegando uma blusa que estava na cabeceira, que obviamente foi deixada para mim - Responda!

Ele ficou em silêncio, me encarando.

— Recebi ordens.

— Sabe o que vou fazer com essas ordens? - ele me olhou com uma sobrancelha elevada - Ignorar.

— Espere alteza! Não pode sair. - saí andando em direção à porta, vestindo a blusa assim que passei por ela, deixei Angard gritando o meu nome e tentei encontrar algum vestígio de Vicctore -

"Arthur" - Capysh me chamou e automaticamente parei de andar, me virei para procurar a origem de sua voz e ela descia a escada delicadamente - "Saiu descalço, pode se machucar"

— Não é prioridade no momento.

"É claro que é, não vai conseguir correr atrás de respostas se estiver com os pés cortados"

— Me diga você, então. O que Garam fazia em Avallor quando mais jovem?

"Onde viu isso?"

— Estava dormindo, mas acordado em outra realidade. Fui parar em um quarto de bebê, em Avallor. Garam apareceu de repente e pretendia matar a criança. Senti todo o seu ódio, rancor e sua tristeza como se fossem minhas emoções. Depois um homem apareceu e a prendeu em uma jaula de água...DE ÁGUA - fiz questão de especificar essa parte - E por último, chamaram pelo meu nome, mas não pude ver quem era, acordei no exato momento.

— Quando eu pensei que você finalmente iria descansar... - Vicctore apareceu com roupas mais leves, completamente suadas, por causa do trabalho de limpar toda a bagunça, que deve ter começado a um tempo - Você me surpreende.

— Me diga que não estou ficando louco, que não são apenas sonhos ou pesadelos.

— O quê, exatamente? - ele limpou as mãos em um pano pequeno que tirou do bolso -

"Mostre para ele"

— Como posso fazer isso? – perguntei um pouco um frustrado –

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