Capítulo 11
{Arthur}
O campo sofria com uma ventania forte, as nuvens com um tom cinza escuro avisam que o clima está prestes a mudar. Meu corpo está bem, sem nenhuma dor incomodando, minha respiração está normal e agora consigo ver os arredores perfeitamente bem. Nem parece que algo terrível aconteceu, ou será que não aconteceu? Caminhei até a beira do penhasco, sem medo ou receio, olhei para a queda d'água e para o arco-íris que ainda estava presente. Um animal do outro lado do rio atraiu meu olhar. A loba branca tinha uma figura brilhante em sua cabeça, acima dos seus olhos, uma meia lua azul.
"Você foi bem" - ouvi uma voz na minha cabeça, dessa vez suave e firme - "Agora acorde"
Abri os olhos devagar, consciente o suficiente para sentir dores em meu corpo. Aos poucos minha visão se acostumou com a claridade, virei a cabeça devagar, e fechei os olhos pela dor que esse movimento causou, minha mente me levou para o campo novamente, dessa vez com a mulher sombria e misteriosa. Meus olhos se abriram outra vez, revelando um homem velho, me encarando.
— Boa tarde, jovem príncipe. Como se sente? - sua voz é como a de um homem mais novo - A cabeça dói?
— O que aconteceu? - perguntei com um sussurro -
— Me diga você, quando estiver em condições melhores.
— Não tenho certeza...- minha voz falhou -
— Vou buscar um copo de água. - ele reverenciou e saiu -
Tentei me sentar, mas com um único braço, estando ele fraco, foi meio difícil. Quando tentei mais uma vez, meu braço esquerdo fraquejou e eu bati o ombro na cabeceira da cama. Soltei um pequeno grito de dor, e me perguntei o porquê tenho que ser tão persistente.
— Vamos com calma! - a voz de Vicctore me surpreendeu, suas mãos seguraram firmes os meus ombros, me deixando na posição que eu queria -
— Obrigado.
— Está bem?
— Estou vivo...é o suficiente? - sorri um pouco, mesmo com dificuldade -
— É, sim, é mais que suficiente.
— Majestade. - o homem voltou segurando um copo e reverenciou ao ver Vicctore - O príncipe parece bem, verifiquei suas emoções e até agora estão estáveis. - peguei o copo, mas não bebi a água, o encarei com uma cara de não ser possível o que ele está falando -
— Minhas emoções?
— Beba! Vai sentir-se melhor. - ele balançou as mãos pedindo para que eu bebesse logo -
— Esse é Angard, o ancião que cuida de todos os doentes do nosso reino. Ele cuidará de você.
— Ele vai precisar descansar, meu rei.
— Não quero descansar, quero que me ajudem! - insisti sabendo que Vicctore não irá aceitar -
— Seu corpo está cansado e no estado que você se encontra não vai insistir em levantar. - disse Vicctore com confiança -
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Entre Guerras
FantasiaHá muito tempo atrás, o mundo era habitado por seres mágicos, que dedicaram suas vidas para criar um lugar harmonioso e puro, até que o mal convidou o bem para guerrear pela primeira vez. Os seres malignos e ambiciosos venceram e governaram um mundo...