Entre Guerras

Primeria vez em Chakal

Capítulo 4

{Leia}

Quando Arthur apareceu entre as árvores, dando passos firmes até ser corpo ser iluminado pela lua, meu coração acelerou. É a primeira vez que ele está vendo Callen e não tem como ter uma boa impressão. Seu olhar confiante afrontou Callen, que tentou disfarçar, mas Arthur viu o movimento que fiz para massagear meu braço esquerdo. Não que ele seja agressivo, fisicamente, mas sabe como ameaçar, principalmente hoje, e não tenho desculpas para dar. Uma mulher no meio da noite em uma floresta, é estranho.

Callen desistiu e foi embora. Fiquei com Arthur e seus belíssimos olhos castanhos, que buscaram respostas, mas outra coisa chamou sua atenção. Uma loba de pelos brilhantes. Também fiz várias perguntas ao encará-lo, mas ele também não me respondeu. Me encantei com cada detalhe do lugar, mas não tínhamos tempo, uma filhote estava machucada. Foi rápido, doloroso, mas cumprimos nosso dever. Logo, ela irá andar novamente.

Nos preocupamos quando vimos o sol aparecendo. Passamos a noite na floresta e não daria tempo de chegarmos em Avallor. Bom, tive sorte de chegar na minha casa, daria tempo de fingir que eu estava acordando, de acordo com Arthur. Mas, ele não teria essa chance, então desejei boa sorte e ele sorriu em resposta, seguiu para o castelo correndo o mais rápido que podia. Senti meu coração acelerar, não entendi o motivo, mas ele não parou. Entrei em casa, tomei banho, fingi estar acordando, fiz o lanche e continuei com o sorriso do príncipe em meus pensamentos. Agora sei porquê muitas moças passam o dia inteiro falando dele. A intensidade do sorriso e de seu olhar não permite que sejam esquecidos.

Lavei meu vestido, que estava sujo de sangue em todas as partes. Foi o primeiro que achei na cômoda de madeira do meu quarto, acabei não vendo por causa do escuro e nem reparei que era o meu vestido favorito. Ele é bordado a mão, com vários detalhes, o sangue não quer sair dos pequenos espaços. Comecei a me desesperar. Foi feito por minha mãe, cada minuto que ela passou sentada em frente a porta veio em minha cabeça, não posso perdê-lo.

A lobinha veio em meus pensamentos, e também, muitas perguntas. Perguntas que devem ser respondidas por Arthur, mas não sei quando irei vê‐lo novamente. Porém, tenho certeza que ele irá ao mundo novamente, será uma chance que não poderei desperdiçar.

Consegui tirar cada vermelhinho do vestido. Fiquei feliz e orgulhosa quando segurei ele, pesado por estar molhado, não há nenhum vestígio para que me façam perguntas. O coloquei na cesta e antes de dar o primeiro passo no caminho de pedra, vi o cavalo de Callen parado em frente a minha casa. Terei mais um problema.

__________________⚜__________________

Cheguei ao salão principal, olhando para o corredor que acabei de passar sem ser visto por ninguém, até que olhei para o que estava na minha frente. Fiquei imóvel. Meu pai e os pais de Adam estão conversando e rindo alegremente. Adam apareceu no outro corredor, me viu antes de ver nossos pais, e sua expressão não está nada feliz, com certeza terei que ouvir uma bronca. Dei um leve sorriso, mas fui ignorado.

Adam começou a falar sobre as alianças que o reino de Galva conseguiu ao longo dos anos, entrando aos poucos na conversa, que antes era somente entre os dois reis. Minha mãe e Frizza sorriram ao ouvir Adam e entraram na conversa. Ele sempre gostou de incluí-las em tudo. Corri para o outro corredor, ninguém percebeu meus movimentos, graças ao meu amigo que prendeu os olhares dos quatros adultos. Passei correndo pelo corredor como um relâmpago rápido que surge no céu.

Tomei banho, troquei de roupa e coloquei, rapidamente, algumas dentro da mochila. Não estou atrasado, mas preciso mostrar interesse em ir ao Reino de Chakal, na verdade, gosto da história do reino, dos grandes reis que já passaram por lá, mas fico desconfortável em lugares que minha mãe não está comigo. Preciso dela para manter meu foco e não perder o controle. Perder o controle com alguns comentários ridículos que fazem sobre os deveres de um príncipe, falas entediantes que deixam a conversa desagradável, e ainda tem o casamento. Pessoas, que acham que podem decidir isso, fazendo planos para aumentarem o poder de seu reino e das cidades que representam.