X&Y

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I dive in at the deep end

You become my best friend

I wanna love you but I don't know if I can

I know something is broken

And I'm trying to fix it

Trying to repair it anyway I can

- É maravilhoso, querido! E que vista! Katsuki tem um ótimo gosto!

- Um gosto extravagante você quer dizer...

Izuku revirou os olhos e tomou mais um pouco de chá. Fazia apenas quatro dias que eles haviam se mudado para um novo apartamento e Izuku ainda tentava se adaptar com tanto espaço. Katsuki tomou as rédeas e disse que primeiro, Izuku não sabia "merda nenhuma sobre o que era um apartamento bom" (e, nessa hora, o loiro apontou com escárnio para o pequeno, porém aconchegante apartamento antigo como se fosse a prova viva das más escolhas de Izuku) e segundo, ele pagava metade do aluguel então tinha direito de escolher um novo apartamento que o satisfizesse. Izuku não sabia se ficava encantado por Kacchan ter basicamente assumido que moraria com ele por tempo indeterminado ou apreensivo por não saber onde o ego elevado de Kacchan os levaria a morar.

No fim, ele ficou surpreso positivamente.

Sim, o apartamento era bem maior e mais luxuoso que o anterior: ficava no vigésimo terceiro andar, vista para as montanhas por uma porta de vidro que cobria toda uma parede da sala (dando entrada para a sacada onde ele e a mãe estavam) e seguranças rodando o prédio vinte e quatro horas por dia. Mas, vindo de Kacchan, ele esperava uma cobertura com jacusi, churrasqueira e jato particular. Tô no lucro então sem reclamações! Kana adorou o novo apartamento e passava todo o tempo explorando os quartos (ela agora tinha um só para si) ou correndo de uma ponta a outra criando brincadeiras intermináveis, só dormia quando já estava completamente exausta. Izuku, por outro lado, odiava tanto vácuo, tanto espaço livre, tanto eco. Principalmente quando estava de folga, Kacchan na agência e Kana dormindo. O silêncio era opressor e ele sentia falta das buzinas intermináveis do centro da cidade ou da sua vizinha falante do antigo prédio e seus quase vinte gatos de estimação que miavam sem parar. Realmente, nunca pensei que fosse sentir saudade disso, mas aqui estamos. Então, naquele sábado à tarde, com Kacchan trabalhando e Kana tendo acabado de pegar no sono, Izuku convidou a mãe para finalmente conhecer o apartamento novo e, quem sabe, não se sentir tão sozinho.

Inko riu diante da fala de Izuku e mastigou mais um dos deliciosos biscoitos que Kacchan fizera antes de sair para trabalhar. A mulher manteve o sorriso e deu de ombros com a xícara de chá entre os dedos.

- Bem, admito que o lustre é um exagero. – Ela apontou para coisa monstruosa no topo da sala de jantar e Izuku bufou como sempre fazia ao encarar aquilo. Vou dar um sumiço nisso, com certeza! – Mas o seu antigo apartamento era perfeito para um rapaz solteiro, não alguém com uma criança. Além disso, esse é com certeza bem mais seguro. Vi até alguns pro heros rondando o quarteirão.

Izuku suspirou devorando mais um biscoito. Espero que Kacchan tenha levado biscoitos, porque aqui não vai sobrar nada quando ele chegar.

- É, Kana adorou ter um quarto só para ela e não para de correr por todo o lado. – Izuku sorriu para o olhar carinhoso da mãe. - E, quanto aos pro heros, são designação do Todoroki-kun. Depois do que houve ele resolveu deixar sempre algum deles pelas redondezas enquanto não capturam o tal DNA.

Izuku apertou mais a xícara quente entre os dedos lembrando do sangue empapando o corpo de Kacchan, sua respiração quase inexistente, e do machucado alto na cabeça de Kana, marca da concussão que ela sofrera. Se Kacchan não tivesse chegado a tempo não sei o que teria acontecido. Se Kacchan tivesse sofrido algo pior não sei o que eu teria feito! Ele sentiu um arrepio pela espinha e balançou a cabeça, espantando a cena tirada direto dos seus piores pesadelos que ele presenciara na vida real. Inko se recostou na poltrona.

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