Once I was seven years old, my mama told me
Go make yourself some friends or you'll be lonely
Once I was seven years old
Izuku Midorya corria pelos compridos corredores da UA como se sua vida dependesse disso, os pés às vezes mal tocando o chão quando ele deixava uma porcentagem mínima do seu poder escorrer livre por seus membros, o impulsionando ainda mais em sua busca frenética. Ele desviava com destreza dos poucos alunos que surgiam em seu caminho, saltando sobre malas enormes sem pensar duas vezes. Os olhares confusos e surpresos o seguiam, todos provavelmente se perguntando por que diabos ele corria para o lado completamente oposto a saída, porque ele não estava com sua mala pronta a espera do ônibus que o levaria para o início de sua vida como herói adulto já que a formatura acabara e todo o terceiro ano era agora oficialmente graduado. E a resposta era bem simples.
Ele precisava encontrar Kacchan.
Ele acelerou mais ao dobrar o corredor sabendo que estava chegando aonde Uraraka disse que Kacchan e seus amigos iam se reunir para comemorar entre si a formatura. Na verdade, onde ela achava que seria já que ouviu de Momo que ouviu de Jirou que ouviu de Kaminari que seria um dos amigos na pequena reunião. De qualquer forma, era a única pista e não iria desperdiçá-la. Já perdi tempo demais! Ele desviou por um triz de uma garota que carregava uma mochila enorme, mas não diminuiu o passo e acabou rindo consigo ao perceber que sua vida parecia uma corrida sem fim atrás de Kacchan. Quando eram crianças ele não desgrudava do amigo, sempre o seguindo para todo lado mesmo quando o loiro passou a afastá-lo ao desenvolver sua individualidade. Então teve o ataque de vilão antes mesmo deles entrarem na UA e Izuku mais uma vez correu sem se importar consigo ao ver Kacchan sendo tragado pelo monstro de lama. Quando finalmente estavam realizando o sonho de estudarem na melhor escola de heróis do Japão eles passaram a correr lado a lado, enfrentando todo tipo de vilão com uma sincronia e parceria invejável. Apesar da amizade da infância não ter sido completamente restaurada, o clima com Kacchan melhorou a cada missão que faziam juntos, a cada vilão capturado, a cada elogio feito para a dupla que passou a ser conhecida como Wonder Duo. E, para felicidade de Izuku, de uns tempos para cá o loiro parara de ignorá-lo completamente e passara até a tratá-lo com certa gentileza, ainda com seu jeito frio e meio ranzinza, mas sem os xingamentos costumeiros.
Talvez isso tenha alimentado mais esperança no peito do esverdeado do que ele gostaria de admitir. Esperança essa que apenas somou a tudo que ele já vinha sentindo e reprimindo durante todo o último ano da UA.
No início Izuku acreditou ser apenas coisa da sua cabeça, talvez uma admiração maior por seu amigo ao vê-lo evoluir tão rápido em tão pouco tempo, mostrando ser exatamente o herói incrível que Izuku já sabia que ele seria. Talvez fosse apenas saudade da amizade e proximidade do loiro que, apesar de ter extinguido parcialmente os xingamentos, também ficou mais distante, se dirigindo a Izuku apenas quando estritamente necessário. Mas então ele percebeu sintomas que o preocuparam. Sintomas que não estão associados a admiração ou saudade, muito menos a amizade. Então ele fez o que fazia de melhor: investigar e anotar suas observações. Ele separou um caderno inteiro para isso, exatamente como fazia com suas anotações sobre heróis. Ele perguntou a Kaminari quando ele percebeu que a amizade com Jirou não era apenas isso, perguntou a Tsuyu o que ela sentiu de diferente por Tokoyami que a fez pedi-lo em namoro e chegou até mesmo a perguntar à Mina como ela soube que estava apaixonada por Kirishima. As respostas, dadas com a companhia dos olhares suspeitos dos amigos sobre si, fizeram Izuku empalidecer ao perceber que os sintomas estranhos que vinha sentindo não eram nada incomuns e só podiam significar uma única coisa, a conclusão que seu subconsciente vinha evitando desde o início:
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Just Like Us
FantasíaKatsuki Bakugou e Izuku Midoryia: (Ex) amigos de infância. Adversários. Parceiros. Colegas de trabalho. Companheiros de apartamento. E agora... "- Certo, não tem jeito fácil de dizer então...Parabéns, vocês são pais!"