Without You

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I won't soar, I won't climb

If you're not here, I'm paralyzed without you

I can't look, I'm so blind

Lost my heart, I lost my mind without you

Katsuki pagou o uber e desceu do carro com Kana já desperta em seu colo. A garota olhou ao redor, admirada com a casa em estilo moderno, assimétrica e cheia de árvores na entrada, enquanto eles caminhavam em direção a porta. Animada, Kana se inclinou nos braços de Katsuki para apertar a campainha freneticamente fazendo sons de passos soarem dentro da casa seguidos de uma voz irritada.

- Calma aí, moleque! Esquece da mãe por quase um ano e quando aparece ainda faz esse alarde todo! Se não parar com isso vou arrancar seu dedo e enfiar...

Então a porta foi aberta e Mitsuki Bakugou, uma mulher loira com seus cinquenta anos e pavio tão curto quanto o do filho, surgiu com uma careta irritada ao olhar para Katsuki, mas sua expressão se desfez em surpresa ao perceber quem ele carregava nos braços. Ela voltou o olhar confuso e abismado para o filho, as sobrancelhas franzidas.

- Um bebê? Que caralhos...

- Olha a língua! – Bakugou repreendeu ríspido enquanto Kana apenas encarava a mulher com curiosidade, as mãozinhas apertadas contra o corpo. – Você beija sua mãe com essa boca?

A surpresa da mulher pareceu triplicar com as palavras sérias de Katsuki, mas ela sorriu com escárnio logo em seguida.

- Assim como você, pirralho!

- Você sabe que não sou de beijo, velha!

E ele abriu passagem pela porta, deixando Mitsuki para trás enquanto depositava a bolsa rosa de Kana sobre a mesa de centro da sala. A garotinha parecia estranhamente quieta, encarando a mulher loira com cautela enquanto se recostava no peito de Bakugou. Mitsuki fechou a porta e voltou os olhos para o filho que se sentara em uma das poltronas, relaxado. Kana encolhida contra o peito dele, os olhos vermelhos fixos em todos os movimentos da mulher.

- Agora que já invadiu, que tal explicar por que, depois de meses sem nem mesmo fazer uma ligação, você aparece saindo do nada e ainda por cima com uma bebê que é a cara do Midoriya quando tinha três anos de idade.

Katsuki bufou, indignado.

- Ela tem meus olhos!

Mitsuki inclinou o rosto, confusa.

- O que?

- Ela tem os olhos vermelhos, idênticos aos meus. – Katsuki repetiu com simplicidade segurando Kana que ficou em pé sobre suas pernas para poder ver Mitsuki melhor.

A mulher arregalou os olhos ao perceber que aquilo era verdade. Além disso, olhando bem, era possível perceber outras semelhanças com Katsuki: o formato dos olhos, o nariz afilado e arrebitado, o queixo fino e bem desenhado. Eram quase engolidas pelas características de Midoriya, mas estavam ali, sem dúvidas. E aquilo assustou Mitsuki ainda mais.

- O que diabos tá acontecendo?

Katsuki pinçou o nariz, impaciente.

- Cadê o coroa? Só quero falar essa merda de história uma vez.

Mitsuki encarou o filho com os lábios crispados, encarou Kana mais uma vez e entrou. Quando voltou trazia Masaru as suas costas, os olhos do homem ainda sonolentos e os óculos quase caindo da ponta do nariz. Ele sorriu ao ver o filho e ergueu a sobrancelha lentamente ao ver quem ele segurava, o sorriso radiante ainda no rosto.

- Uma bebê muito linda, Katsuki.

- É. – Mitsuki falou com os braços cruzados sentando-se junto com o marido no sofá a frente de Katsuki, as pernas cruzadas e a expressão séria. – E ele tava prestes a explicar de onde ela saiu!

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