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T H I A G O 🪙
Rocinha, 2014.

Os muleque me chamou pra uma partida de futebol no campinho mais tarde e eu aceitei, é bom para tirar os pensamentos ruins da mente.eu até achei que morar aqui seria um saco, mas até que tô gostando pô.

Tirando tudo que envolve meu pai, aqui está sendo um lugar bom pra conviver, tive a sorte de conhecer o Luiz o cara tá fechando 10/10 comigo, além disso conseguiu me arrumar um bico numa pizzaria aí.

Hoje mais cedo levei minha mãe pra comermos em um restaurante que o Luiz me indicou daqui, queria mermo era levar ela nesses restaurante chiques mas fé que um dia eu consigo, foi bom poder arrancar um sorriso dela.

Algo que não acontecia há algum tempo.

Descansei a barriga um pouco e  tirei um cochilo, depois acordei já bem melhor com uma disposição do caralho e como não tenho chuteira fui de chinelo mermo pro campinho, sol tava de rachar o coco.

Minha mãe fez algumas amizades e depois do almoço foi na casa das amigas, espero que ela consiga se distrair dessa merda de vida que levamos dentro de casa.

Havia uma arquibancada improvisada feita de concreto onde tinha algumas pessoas sentadas, acenei para a Luana quando eu a vi, estamos ficando e a menina é uma gata papo reto.

Sei nem oque ela viu em mim.

Ela estava na arquibancada junto das amigas e quando me viu sorrio abertamente.

Luiz que fez o esquema entre nós dois, ele quer pegar a amiga dela, Alana, aí já me aproximou da amiga até porque quatro é par.

Luiz: Eae man.. — fez um toque comigo se aproximando.

Thiago: Não tenho essas parada de chuteira não. — avisei.

Luiz: Ó fica suave que metade aqui não tem chuteira vai no dedão mermo valendo duas garrafa de coca! — falou passando o braço no meu pescoço e colocando a mão para tapar a boca. — Dois jogos cada um 30m.. 15m cada tempo demoro? — avisou pros demais moleques.

Geral afirmou com a cabeça, tiramos impa ou par para montar o time, fiquei aliviado quando caí no mermo de Luiz, a partida iniciou e era como se eu nunca tivesse jogado bola mas depois peguei o jeito dando um entrosamento legal pro time.

Meu time ganhou de 3x1 no primeiro jogo e 5x3 no segundo, meti 2 gols e 3 assistências.. não tá ruim né?

Os cara  tudo comemorou e foi tomar a coca mas eu guiei para minha casa e tomei um banho, tava só o suor.

Me vesti com uma camiseta do Brasil, penta 2002, ganhei de aniversário da minha mãe ano passado, coloquei a bermuda e depois me perfumei e sai na frente de casa.

Jeferson estava entrando, passei fuzilando ele com o olhar e ele fez o mesmo, ninguém abaixou a cabeça.

Tava indo fazer uma entrevista com a dona da pizzaria, ajudaria com as entregas de bike mesmo, com a Luiz me emprestou.

Thiago: Dona Dalva né? — chamei a atenção dela que estava de costas pro balcão. Ela de virou para mim e abriu um sorriso. — Sou o Thiago.

Dalva: Prazer Thiago, vem, entra aqui. — me guiou para uma sala nos fundos do restaurante, me sentei no banco de frente para ela. — Luiz me falou que você tem interesse de ajudar o motoboy nas entregas né?

Thiago: Sim tô precisando de grana e todo dinheiro é bem-vindo.

Dalva: Não será todo dia tá? — avisou e eu assenti. — Como você é de menor não sou maluca de te soltar uma moto e muito menos de mandar pra endereço distante, então as entregas será aqui pelos bairros mais próximos e a taxa de entrega é menor, tem algum problema pra você?

Da dor ao amor  (Livro 1) Onde histórias criam vida. Descubra agora