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A L A N A 🧝🏾‍♀️
5 anos depois.
Rocinha, 2020.

É horrível ter que deixar meus filhos para ir trabalhar.

Por enquanto, eles irão ficar com a minha mãe, ela não está com um emprego fixo, dia sim e dia não ela vai trabalhar então me ajuda muito.

No final do ano passado me formei em administração e fui muito abençoada pois não deu muito tempo parada fui chamada para trabalhar como bancária no centro, uma bela oportunidade que eu agarrei sem pensar duas vezes.

Trabalhar com o público é horrível e o cansaço é infinito mas é maravilhoso quando chega o final do mês e cai o pagamento e os demais benefícios que o banco oferece.

Fiz a experiência por 1 mês e depois eles me afastaram por conta da Malu, essa semana ela completou seis meses e eu volto na ativa, estou um pouco insegura e nervosa com medo de ter esquecido tudo que aprendi com os treinamentos.

Alana: Ruan você arrumou sua mochila? — perguntei ao meu filho que estava comendo pão com suco no sofá e assistindo tv. Ele me olhou afirmando com a cabeça.  — Vou trocar a Malu e já vamos.

Ruan Lucca é o nome do amor da minha vida, quando eu descobri a gravidez fiquei completamente sem chão, o normal para uma garota de 17 anos, mas hoje não vivo sem meu filho.

Quando descobri a gravidez do Ruan não foi nada fácil nossas famílias apoiaram, nenhum dos dois trabalhava então os primeiros meses vivemos do sustento dos outros.. graças a Deus o Luiz terminou o técnico dele e montou uma pequena oficina, no começo muitos duvidaram mas ao poucos Deus foi nos abençoado e hoje é uma das maiores e melhores oficinas da comunidade.

A Malu é o xodó da família, como eu e o Luiz só temos irmãos.. quando descobrimos que era menina a família dele enlouqueceu.. seria a primeira neta já que todos, sem excessão, sempre tinham filhos homens!

Malu é a nossa benção.. ela nasceu prematura ficou alguns dias na UTI minha mãe até fez campanha na igreja e graças a Deus deu tudo certo e hoje ela está forte e saudável!

Troquei a Malu  e arrumei a bolsa dela bem rápido, deu seis e meia Luiz passou aqui em casa de carro, deixamos o Ruan na escolinha dele e depois fomos para a casa da minha mãe deixar a Malu.

Luiz: Fica toda linda com esse terninho. — disparou me tirando dos meus pensamentos. — Acho que você não vai se importar se paramos em um motel antes né?

Alana: Para de graça. — bati fraco na coxa dele que segurou minha mão beijando e prestando atenção na estrada.

Recebi uma mensagem no meu celular, deslizei o dedo na tela desbloqueando e vendo que era uma mensagem da Ayra me dando bom dia, retribui e estiquei a mão tirando uma foto minha com o Luiz e mandei para ela.

Os padrinhos dos meus filhos é ela e o Thiago, mas não por escolha minha.

Desde o ocorrido há 5 anos atrás eu me afastei um pouco do Thiago mas o Luiz não, fez questão que ele fosse o padrinho do Ruan junto da Ayra mesmo os dois não estando mais juntos.

Quando a Malu nasceu ele também foi chamado mas não quis porém o Luiz considera que é ele e a Ayra da mesma forma.

O Thiago desde a morte da mãe se tornou outra pessoa, pra quem não iria se envolver no tráfico ele se envolveu até demais, hoje não reconheço ele.

Já briguei diversas vezes com o Luiz pela aproximação que o Thiago tem com o Ruan e no quanto isso pode influenciar na vida do nosso filho,  no entanto o Thiago faz questão de não mostrar esse lado para o Ruan.

Da dor ao amor  (Livro 1) Onde histórias criam vida. Descubra agora