Da dor ao amor (Livro 1)

• 20

A Y R A 🧚🏼‍♀️
Rocinha, 2020.

O saco preto foi retirado do meu rosto e eu pude respirar tranquilamente. Forcei meus olhos me incomodando com a luz forte acima de mim.

Estava saindo do serviço quando fui pega por trás, colocaram algo no meu rosto e depois acordei aqui.

Me acostumei com a luz e olhei ao meu redor vendo vários homens armados, isso me deu um medo da porra porque não foi difícil assimilar oque estava acontecendo.

Tô no tribunal do crime porra!

01: Seguinte Ayra.. — disse andando até mim e se agachando ficando na minha altura. — A casa caiu, sabiamos que tinha morador colaborando com os filha da puta do morro rival mas logo tu? Pô fiquei surpreso. — o encarei sem entender.

Do que esse cara tá falando?

Ayra: Foi mal mas.. — olhei ao redor. — Eu não estou entendendo aonde você quer chegar, estou colaborando com quem? — indago ouvindo uma risada sarcástica sair no meio dos homens armados.

Faz tempo que eu não o vejo,  não faço questão de trombar com ele na rua, mas não fazia ideia do quanto ele estava mudado de aparência, nunca duvidei que ele ficaria mais bonito porém os músculos e as tatuagens ajudaram muito na sua aparência.

Apesar de não trombar com ele, oque mais eu ouvia eram boatos sobre oque ele fazia ou deixava de fazer, implorei para minha avó pra sairmos da comunidade mas as casas no asfalto são caras demais, mesmo com o lucro das pizzaria passaríamos aperto.

Então nós nos mudamos da principal e fomos para um bairro mais afastado disso tudo e até então estava dando certo, o máximo que eu via era soldado ou aviãozinho.

Thiago: Eu falei pá tu.. essa daí é alérgica a bandido.. cuidado viu que ela é bandifobica. — gargalhou alto e alguns homens fizeram o mesmo, rolei meus olhos.

Não só mudou a aparência como ficou babaca pra caralho pelo visto!

Eu sei que depois que o pai do pombo faleceu, ele assumiu como dono e o Thiago como sub, na época achei até que me atingiria mais, só que ele não era mais tão importante pra mim, então não fez nem cócegas.

Ayra: 01 como eu estava dizendo a você! — ignoro Thiago ficando meu olhar no 01. — Não sei do que você está falando.

01: Ayra o seu namorado.. o Bento né?! — afirmei com a cabeça. — Temos provas que ele trabalha para o PL e está aqui infiltrado.

Arregalei meus olhos.

01 se levantou pegando o envelope da mão de um dos cara que estava se aproximando, ele me olhou e sorriu de lado, retribui.

01 abriu o envelope e tinha várias fotos e mensagens trocadas.

— Hackeamos alguns computadores da comunidade.. assisti sua aula da faculdade e gostei. — o cara que entregou o envelope para o 01 disse.

Ayra: Muito bacana né? Fiquei triste porque foi on-line presencial é mais interessante. — falei animada mas ouvi um som de tiro e gritei me assustando. — Caralho.. — murmurei assustada.

Thiago: Qual parte de que estamos tentando resolver a porra do bagulho vocês não entendeu?! — encarou feio o homem na minha frente. — PA aquieta esse seu pau murcho e deixa nós resolver logo o problema. — falou todo alterado.

Cada minuto que passo escutando a voz dele tenho mais ranço.

O tal PA abaixou a cabeça mas piscou para mim e eu sorri de lado negando com a cabeça.