Tensão sexual

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Beth estava cansada, lavava as últimas coisas que estavam na pia, deitar seria uma coisa maravilhosa agora, mas assim que vê um corpo com a cabeça abaixada, ergue o tronco. Beth sabia que se fugisse ele iria atrás dela. Ela não tinha como ou para onde fugir dele, e tampouco tinha para que. Se ela estava com as pílulas dele, matar ela seria inútil. E Beth sabia que ele precisava dela. Rio precisava de uma dona de casa, como precisava de uma mulher para conversar quando as coisas ruins aconteciam. Porém, desde que eles transaram no banheiro, as conversas eram quase inexistentes. Olhar para Rio era diferente. Olhar para ele era algo como: Olhar para um predador, você não sabe qual será o seu próximo passo, e muito menos pode confiar em alguém que não depende de outro para caçar. Mas nessa história ela não era a presa, ela era uma predadora disfarçada de presa, ela era uma pessoa que as pessoas não temiam, mas deveriam. Deveriam temê-la, não poderiam determinar quando Beth iria atacar. Beth era mais inteligente do que muitas pessoas que trabalhavam para Rio. Ela pode até não ter muita experiência no crime, mas a sua inteligência era para poucos.

Beth olhou novamente, o mesmo ainda não tinha se movido, ele esperava por ela. Esperava que ela aparecesse e resolvesse os problemas cara a cara com ele. Ele queria que ela enfrenta-se as suas responsabilidades. Rio queria que ela fosse até ele. E ela foi.
Beth abriu a porta e caminhou em direção ao Rio. O mesmo levantou a cabeça e andou em direção à ela.

-Cadê as minhas pílulas?-

- Eu confiei em você. Você mentiu para mim. De novo.

-Problema é seu.

-Por que você sempre mente para mim?

-Por que sempre voltamos a esse assunto, mamãe?

- Eu que te pergunto.-

Beth se aproxima.
Sem armas a vista. Parece que ele quer resolver tudo corretamente. Sem brigas. Apenas conversa.

- Você não faz a mínima ideia.

- Do quê?

- Eu não posso nem ao menos confiar em você. Puta que pariu! Eu não consigo confiar em você nem com os meus olhos abertos. Eu sempre preciso confiar mais em mim. Porque senão... Eu mesma terei de sair fora, mas eu...

- Mas...Você não quer cair fora.

Rio se aproxima dela. Seu dedo mindinho tira o seu cabelo do seu rosto. Ele ainda estava preocupado com ela. Mas com o tempo, as pílulas viraram nada. Que se fodam as pílulas. Ele não queria saber se ela estava com o seu dinheiro dentro de caixas de sapato, potes ou muito menos em um saco de ração para cachorro.

-Elizabeth...

- Eu não...- Ela fungou, um choro ameaçava chegar. Ela não conseguia controlar isso perto dele. Não pensar em chorar era quase impossível naquela situação.
Tudo era importante, ao ponto de que eles não queriam perder um segundo se quer.

-Rio... Eu... não posso viver assim. Não posso sentir que não vou estar segura trabalhando com o meu parceiro. Eu não posso... Eu só...

-Ninguém está totalmente seguro com ninguém, querida. Você as vezes não pode confiar em quem está mais próximo a você. Você sempre estará segura quando sentir que está.

-E o que isso significa?

-Confie em você mesma. Não confie em mim. Eu sou uma caixa de surpresa. Não sou confiável. Então, quando for fazer algo comigo, pense dez vezes antes. Porque eu não sou alguém para você confiar de olhos fechados.

Rio se aproxima mais de Beth, ela sabe que se eles se aproximarem mais, isso irá acabar em beijo caloroso e demorado. Isso poderia acontecer. Sem dúvida eles gostariam que acontecesse, mas mesmo assim... era algo "errado",  proibido. Transar com um gângster da pesada já era algo errado para uma dona de casa como qualquer outra, já para ele, transar com ela era uma das melhores coisas que aconteceriam na semana, ou no ano. Beth era um dos melhores sonhos molhados de Rio, e eles se repetiam sucessivamente. Seus sonhos perversos e obscenos no meio da noite...
Eles se repetiam tanto que Rio tinha medo de quando eles fizessem de novo, Beth descubra que ela não era a única que sentia algo por ele. Era mais que sexo, haha, era muito mais do que apenas sexo. Tinham sentimentos envolvidos. Muitos sentimentos.

-Vamos Beth... me beije. Vamos acabar logo com isso.

-Sabe que não podemos.

-Claro que podemos. Eu quero. Você quer. Vamos. Já fizemos isso uma vez. É você sabe que foi perfeito.

Foi. Foi perfeito. Suas línguas se cruzavam como se já se conhecerem a muito tempo. Eles se conheciam, mas os seus corpos eram um novo território. Beth e Rio eram mais do que apenas hormônios. Beth necessitava de afeto. Tanto beijos quanto abraços. Já Rio, necessitava de Beth, tanto quanto de um vinho, ou um whisky depois de um dia exaustivo de trabalho. Eles precisavam um do outro, e naquele momento, duas pessoas realizaram o que já queriam fazer a muito tempo.

Rio se aproximou mais de Beth, seus lábios estavam quase tão próximos quanto o cheiro de Rio entrando pelas narinas de Elizabeth. Era melhor que eles se escondessem. Beijar Rio, era como usar uma droga, deveria fazer escondido, porque se te achassem, brigariam, ou se afastariam de você, ou os dois.

Rio era como uma bomba desarmada, você não sabia quando ele iria estourar, então... fique sempre atenta aos sinais.

-Por que não me Beija?- Rio pergunta novamente. Ele sabe que ela tem medo das consequências, ela pensa demais. Ela pensa em tudo que pode dar errado. Sabe que se eles descobrirem o seu caso com Rio, irão falar que ela era fraca e que estava se aproveitando do cargo dele. Ela era inteligente, sabia que se isso acontecesse, eles teriam de passar por muitas coisas que Beth não estava nem um pouco pronta para enfrentar.

Beth se aproxima mais de Rio. Ele segura em sua nuca tentando se aproximar mais e mais dela. Ela fecha os olhos. Olhar para Rio era impossível. Ele era como um demônio, Lúcifer, um anjo caído. Mal e atraente, tanto quanto, ou até mais. Ele era mal por roubar, matar ou mais qualquer coisa. Mas era atraente demais para fazer todas essas coisas parecerem bobagens.
Rio era o diábo em pessoa. Não caia nas tentações do diabo, avisaram, e olha só...
Beijando... trepando... trabalhando com o diabo.

Rio olha nos olhos de Beth, ele olha para sua boca e novamente para os seus olhos. Um triângulo com o olhar se formara.
Rio encosta os lábios nos da Beth, Beth pensa em recuar, pensa com todas as forças, mas o desejo sai de controle quando o assunto é Rio.
Rio pede passagem com a língua e Elizabeth cede. Os dois agora se beijam de língua. Sem medo. Com luxúria. Com desejo.
Rio segura a nuca de Beth com mais força. Logo em seguida ele segura a sua cintura. Sua mão desce para a bunda ele a aperta sem dó.
Rio lambe o lábio inferior de Beth, Beth geme com a boca colada a dele.

- Rio...-

-Shiii... Não estrague esse momento com palavras mal pensadas Elizabeth.- Rio segura a sua nuca, afastando os cabelos de uma parte do seu pescoço,sua pele nua se arrepia com o toque de seus lábios nela. Beth sorri, seu peito sobe e desce, mostrando sua respiração desregulada. 
Rio sabe que qualquer barulho que fizer, deveria se afastar dela. Deveria ficar longe do fruto proibido. Beth era o fruto proibido.p

Rio sabe dos pontos fracos de Beth, beijar seu pescoço, apertar a sua cintura, morder o seu lábio... tudo isso deixava Beth derretida, e ele sabia.

Rio solta Beth e a olha nos olhos. Deus, seus olhos cristalinos deixavam Rio derretido. E ele amava a adrenalina de tê-la nas mãos, ver Beth derretida por ele era tão bom quanto uma nota de cem mil dólares. Mas todos sabíamos que ela vale muito mais do que isso. Isso seria um troco de cerveja para ele se tivesse que pagar por um resgate. Ele iria ao inferno por ela. Isso, esse era ele.

-Não desista do trabalho. Eu te quero lá.

-Sabe que eu não vou.

Rio sorri e acena com a cabeça.
Segundos depois ele desaparece mais uma vez pelas sombras.
E mais uma vez, Beth fica sem o que dizer para Rio.

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