Contos Picantes

tatuagem de águia

(Livre/Serão 2 ou 3 eps)
(Para quem gosta de Good girls, vão ter várias referências...)

Estava assistindo TV, estava rindo muito. Aproveitando na verdade. Hoje é sábado, e como não tenho muitos amigos na escola... então é melhor assistir televisão mesmo.

Estava rindo muito quando os meus pais chegaram, e ao invés de me trazerem uma boa notícia, não. Eles trouxeram o meu meio irmão. Que droga. Esse garoto deveria estar na casa da mãe dele. Que menino insuportável!
Christopher estava a mais de um mês só fazendo merdas. Sua mãe já deve estar de saco cheio, e mandou ele para cá.

Tive que desligar a televisão porque eles não me deixariam em paz.
Quando o menino com uma tatuagem no pescoço sorriu, eu fiquei zangada.

Meus pais, minha mãe biológica e meu pai biológico, passam muito pano para as merdas que ele faz. Quando Rio começou a faltar aulas, eles me pediram para vigiar ele.

Levantei para ir para o meu quarto.
Quando o meu pai me para, e pede para eu não ir para o meu quarto.

-Elizabeth, seu irmão vai ficar aqui, eu e a sua mãe vamos viajar, e precisamos de alguém para ficar de olho em você.

-Até parece que ela vai me respeitar.

-Cala a boca, idiota!- Disse, e minha mãe pediu para eu parar. - Mãe, esse garoto não cuida nem de si mesmo.

(Rio é filho da Linda, seu pai biológico é Matheus, mas quando ela falou que estava grávida, ele não assumiu o bebê. Anos depois ela se casou novamente com Júlio, que se tornou um pai para Rio/Christopher. Porém, esse casamento não deu muito certo já que ela era muito "difícil de lidar."
Mais alguns anos aí, minha mãe e meu pai se casaram, e tiveram a mim. Então é isso, meio que eu não tenho nenhum parentesco com Rio. Isso significa que não preciso aturá-lo. )

-Ele vai cuidar de você.

-Mas pai...

-Mas nada.

-Que Caralho!-

Olhei para o meu rosto, ele estava ardendo. Minha mãe me bateu?
Eu meio que fiquei parada. Uma lágrima escorreu pelo meu rosto ardente.
Olhei para ela, e assenti. Andei em direção ao meu quarto e tranquei a porta.
Olhei no meu espelho e vi a marca da mão da minha mãe no meu rosto.
Tive vontade de me bater.
E foi o que eu fiz.
Bati uma, duas, três vezes na minha cara, até uma porta se abrir atrás de mim.
Continuei batendo em mim mesma.

Sinto duas mãos me abraçando.
Rio. Eu sei que é ele. Só pelo cheiro.

-Elizabeth... pare.- Ele me pede, e eu fico com raiva.

-Ela me bateu, e a culpa foi sua.

-Não me culpe, por favor.

-Mas... ela...- Tentei não soluçar, mas estava chorando tanto que nem consegui.
Só consegui deixá-lo me abraçar mais forte.
Não quis sair de lá.

Pela primeira vez em muito tempo eu não fiquei com raiva dele.
Rio sim tinha os seus problemas, mas eu também tinha os meus.
A minha mãe me bateu... ela nunca fez isso.

(Um dia depois )

Eles já tinham ido. Minha mãe não falou comigo. E eu achei melhor assim. Não estou com vontade de perdoá-la agora. Não vou conseguir perdoá-la.

Quando escuto três batidas na porta, nem mesmo levanto, só mando entrar.

-Eu vou dar uma saída, se quiser alguma coisa...

-Hum, ok.-

-Pode sair com quem você quiser, Elizabeth. Eu não ligo. Mas... não morra.

Rio, e assinto.