Parecia um cenário de guerra quando eles chegaram ao local do cerco. Carros com marcas de tiro, poeira e gritaria, o lamento das mulheres dentro dos carros, um homem alto, barbudo e de cabelos compridos segurando Neva em um mata-leão, com a arma apontada para a cabeça dela. Havia mais um cara do lado de fora, mas estava escondido atrás de uma das vans, arma em punho, esperando a distração da polícia para atacar, o que acabou acontecendo quando Ceylin chegou, e então a situação mal controlada pegou fogo de vez.
– ABAIXE! – Neva gritou, levando um aperto doloroso no pescoço e Ilgaz escapou por um triz do tiro.
– YA! YAAA! – Ceylin puxou a arma do coldre e mirou, todos os seus policiais finalmente se permitindo a agir do mesmo modo, afinal, a líder era o guia. – Muito cuidado aí, grandão, essa mulher não é uma zé-ninguém que você queima em um carro e fica por isso mesmo. Promotoria de Istambul, herdeira nacional, gente graúda e tal... Eu não faria isso. – o homem que segurava Neva riu e cuspiu no chão, com desprezo.
– Uma puta, como todas as outras putas aqui. – o sérvio falou, com um sotaque pronunciado. – Quem te deu essa arma, boneca? Isso é uma brincadeira de meninos. – de onde estava, Ceylin não podia correr o risco de acertar Neva, que já tinha sido ferida a bala. Precisava agir com calma.
– Öyle mi? – ela deu de ombros, ajustando o tom da conversa porque finalmente haviam entrado na fase da negociação. – Não ganhei muitas bonecas quando criança, acho que fizeram falta. Porque não me devolve a promotora? Coitada, ela não deve aguentar uma brincadeira de meninos como eu... – Ceylin não se incomodava em falar sujo, entrar no jogo, porque cada minuto era importante, logo haveria reforço aéreo da Interpol e a gendarmerie por terra e aquela quadrilha não teria outra escolha a não ser rendição ou morte. – Hadi, kızı bana ver, tamam mı? Vocês já tem garotas demais nesses carros...
– Porque você não troca de lugar com ela, boneca? – "Isso!", ela comemorou internamente. A oferta fez Ilgaz se mexer no lugar e trocar um olhar alarmado com Ceylin: "Não! Não se atreva!"
Mas ela se atreveria.
Havia prometido tirar Neva Savcı de lá e prolongar a ação até chegarem os reforços e faria isso sem hesitar, portanto ergueu a arma acima da cabeça, exibindo-a para o líder da quadrilha e depois desengatilhou e travou, tirando o pente de munição de dentro.
– Ceylin, não faça isso. – a voz não deixava transparecer o desespero de ver aquela mulher se jogando ao perigo, mas ela sentia. "Işimi karıştırma!"
– Não interfira no meu trabalho, Ilgaz, eu sei o que estou fazendo. – e se dirigindo aos policiais tensos do lado: – Sabırlı olun, yakında kuşlar uçacaktır. – era um código. Ser "pacientes" era "aguardem os reforços sem se precipitar", "logo os passarinhos vão voar" era "helicópteros estão chegando". Eles assentiram brevemente e ela começou a andar na direção dos carros blindados.
Era contra a natureza de Ilgaz deixar uma mulher, ainda mais a que ele amava, se arriscar assim. A cinco passos do líder, a chefe de polícia parou e estendeu os braços para Neva e ele avançou atrás dela.
– Mande Neva. – Bojan Vlasic fez que não, indicando Ilgaz, muito perto dela e Ceylin quis gritar de frustração. – Não faça isso, Ilgaz! Yapma! – mas ele não conseguia evitar. A mente passava flashes rápidos da manhã. Defne rindo dos truques de mágica. Defne colocando Babo, o ursinho, em uma cadeira própria para o café da manhã. Defne abraçando o bisavô e a mãe...
– Não posso deixar você sozinha! – ele chegou mais perto. Dois passos e tocaria Ceylin. – Eu fico no lugar dela! – Vlasic riu, negando e Neva gemeu de dor no braço perfurado.
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Bir kadın/adam gelir PT BR
FanficEle era o chefe de operações de uma organização policial que investigava corrupção dentro da instituição, e ela era um dos principais suspeitos do esquema. Depois de usar todas as armas para proteger seus segredos, incluindo a sedução mútua, os cami...