Como a chuva se apaixona pela terra, assim eu me apaixonei por você novamente

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Ceylin acordou no hospital geral, levemente desorientada. Sabia o que tinha acontecido, sabia que tinha se machucado. Um olhar para a ponta do leito do hospital onde estava e se deparou com Ilgaz, sentado e encarando de volta.

– Foram todos presos? – foi a primeira pergunta. Ele só assentiu com a cabeça, sem falar. – E as mulheres? – 13 moças, de 15 a 26 anos, em estágios diferentes de desnutrição e abuso, mas vivas e finalmente livres. Ilgaz sinalizou que todas estavam bem também e ela pareceu relaxar. – Bom...

– Vou esperar você ter alta para conversarmos. – o chefe levantou, o rosto uma máscara de frieza que ela já esperava. – Podemos nos encontrar no hotel? – foi a vez dela assentir, muda e pálida. – Preciso ver Neva. Com licença. – assim que a porta foi fechada, a chefe de polícia levantou, ainda trôpega da pancada, sentindo o tórax comprimido em uma bandagem reclamar e doer.

Ele precisava ver Neva e ela precisava ver Defne.

Não podia se esquecer em momento algum que a filha era sua prioridade.

~*~

– Foi uma missão muito complicada, Dede. – dois dias depois e ela ainda se deixava cuidar pelo avô, que a observava com olhos reprovadores.

– Precisa parar de se machucar dessa forma, Ceylin, parar de se colocar em perigo dessa forma! Pensei que quando saísse daquela situação horrível, se afastaria desse meio, mas nunca pensei que até hoje estaria se arriscando dentro da força policial. Não depois de tudo... não depois de Defne! – claro que ninguém entenderia, mas era uma questão de honra. Limpar seu nome, fazer sua carreira, chegar ao posto em que estava e ser reconhecida por um bom trabalho, era uma necessidade principalmente depois do que houve. Mas Merdan tinha um ponto: Defne só tinha a ela até então. Não podia ser imprudente, nem mesmo com a lei.

– É o meu trabalho, Dede! – e discussão era por ela querer retornar a ele tão logo as costelas contundidas melhoraram.

– E a sua vida, Ceylin? E a sua filha?

– Como vou ensinar a Defne que ela pode ser o que quiser, quando quiser, e se dedicar a isso, se for um sonho? Porque eu mudaria por algo que não é errado? Defne não é uma âncora, Dede. Defne é meu par de asas. – Merdan então sorriu, triste, beijando o curativo no supercílio da neta.

– Aşkım, a vida tende a ser mais dura quando vivemos por princípios tão nobres e você está certa. Só que meu coração jamais vai aceitar ver você machucada assim sem protestar. – ela sabia disso e o amava por esse motivo.

– Não posso prometer que nunca mais vai acontecer, Dede. Mas vou me cuidar. Isso eu posso prometer. – então Ceylin ouviu o toque do celular e estremeceu. Não precisava olhar o visor para saber que era Ilgaz. – Tenho que sair de novo, prometi encontrar Ilgaz no hotel depois de ir trabalhar.

– Vai dar tudo certo, kuzum. – ela torcia para que sim, mas não seria fácil. Nada na sua vida era.

~*~

O lounge do hotel era até bem confortável para esperar a boa vontade de Ilgaz aparecer, mas Ceylin não quis sentar nas poltronas, andando de um lado a outro enquanto ele não vinha. O nervosismo havia consumido sua mente o dia todo mesmo durante o apuramento do inquérito da quadrilha de tráfico humano, por saber que ele esteve na delegacia enquanto ela estava no hospital e não apareceria por lá na volta dela.

Ele estaria evitando-a onde ela era uma igual, para acuá-la onde ela seria considerada culpada? Quando ele enfim apareceu, tinha uma expressão grave no rosto e passos decididos até ela.

Bir kadın/adam gelir PT BROnde histórias criam vida. Descubra agora