Capítulo Vinte e Três.
. No quarto dos gêmeos, Marcelle com toda sua calma quase que inexistente banhava seu filho.
- Gosta do papai filho? - perguntou e o garotinho deu um sorriso, respirou fundo, ele gostava do pai. - A mamãe também. - disse baixinho para que não tivesse perigo de Cristiano ouvir, e Raí começou a bater as mãozinhas na água, depois que terminou colocou uma blusa azul e um short preto no garoto, e foi amamentá-lo.
- Preciso falar com seu avô... Preciso de uma luz, mesmo sendo grossa. - falou pro filho como se ele entendesse e o garotinho começou a bater os pés em sinônimo de felicidade.Depois que terminou o colocou pra arrotar e o garoto pareceu um boizinho arrotando, depois foi até o quarto de Cristiano e entrou sem bater, ele estava quase dormindo com a Alana em seu braço.
- Cristiano. - o chamou.
- Oi. - ele diz abrindo os olhos de vez.
- Eu preciso falar com meu pai, e o Raí adora comer os papéis dele, então você pode cuidar dele também?- perguntou.
- Sim. - falou estendendo o braço e pegou o garotinho, colocou ele do seu lado junto a Alana.
- Eu já venho. - ela diz e saí.
. No escritório, ela encontra seu pai na mesma posição.
- Posso entrar? - perguntou.
- Aham. - ele responde deixando os papéis de lado.
- Pai, preciso da sua ajuda. - disse trancando a porta e sentou-se de frente pra ele.
- Pode falar. - respondeu.
- Eu andei pensando depois que saí do seu escritório que talvez eu deveria sim deixar o Cristiano assumir meus filhos. Porém eu tenho muito medo pai.
- Medo do quê?
- Eu ainda estou muito machucada, na verdade quebrada. O que o Cristiano fez pra mim acredito que nunca irá se curar, mesmo que eu tente esquecer eu não consigo, é muito doloroso e mexe comigo demais. As coisas que ele me disse naquele restaurante será pra sempre algo cravado dentro do meu peito que não importa, sempre irá doer. Eu não vou negar que sofri e sofro até hoje por causa dele, e sofri por criar um bom tempo os meus filhos sozinha, pensa dois bebês? Eu digo que não mas eu ralei igual uma condenada para dar do bom e do melhor para meus pequenos.E eu tenho medo de tudo voltar a acontecer, tenho medo de que ele não faça só a mim e sim os meus filhos sofrerem com a ausência, tenho medo de que ele não dê conta do recado e que não saiba ser pai, por que creio eu que por essa experiencia ele nunca passou. Tenho muito medo pai de que o meu amor que eu desejo estar morto, volte mais forte. - ela diz derramando as lagrimas e André dá a volta em sua mesa e a abraça.
- Filha deixar com que ele assuma será a melhor coisa a se fazer, eu sei que é doloroso mas creio que você sabe como é crescer sem pai por que você não me teve. Não faça com que seus filhos sofra do mesmo jeito que você sofreu. Infelizmente filha ou felizmente não sei, você e o Cristiano terão pra sempre uma ligação que é os seus filhos e se for pro amor voltar, ele irá voltar com ele assumindo a paternidade ou não. - disse e por fim beijou a testa da filha.
- É verdade... - disse ela. -E o que eu faço agora?- perguntou.
- Vá falar com ele. - respondeu.
- Misericórdia, agora? Tipo, nesse momento?
- Sim, pra quê fugir? - perguntou.
- Me deseje boa sorte. - pediu.
- Boa sorte. - respondeu e ela saiu voltando com o coração a mil para o quarto, logo chegou e entrou.
- Demorei? - puxou assunto.
- Não. - ele respondeu ainda olhando para o Raí que tentava bater na irmã que dormia.
- Podemos conversar Cristiano?
- Sim. - disse levantando, forrou a cama com travesseiros e sentou na mesinha que ali tinha, ela sentou de frente pra ele.
- Bom, eu andei pensando muito depois que saí do escritório do meu pai daquele jeito, ainda te dei uma bofetada merecida mas... Eu aceito que você assuma a paternidade dos meus filhos. - respondeu.
- O quê? Sério? Repete? - pediu com os olhos brilhando.
- Não sou papagaio. - voltou pra frieza.
- Ok... Você não sabe como estou feliz em ouvir isso Marcelle, você não irá se arrepender, eu garanto.
- Eu espero Cristiano. - respondeu levantando. - Você vai embora? - perguntou receosa.
- Se você quiser, eu fico. - disse todo galanteador.
- Então pode ir, quanto mais longe melhor pra mim. - respondeu.
- Eu não sei ainda, vou falar com a Verônica hoje, nosso relacionamento já não andava bem e agora está pior por que ela fez aquilo com nosso filho. Está na hora de terminar. - respondeu.
- Hum. Se você for embora me avisa para que possamos combinar os dias de você ver eles. - respondeu.
- Ok. - ele diz e ela vai até a cama e pega o Raí.
- Coloca a Alana no berço, por favor? - pediu.
- Sim. -ele pega a bebê e os dois vão para o quarto, ele ajeita ela e Marcelle coloca Raí no carrinho.
- Obrigada. - disse e quando saía ele segura o braço dela.
- Marcelle... - ela olha pra ele. - Obrigada por me dar a oportunidade de ser pai.
- Ok. - disse e saiu.
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Amar em Dobro
RandomEla iria ser mãe e estava tão feliz por ser filho do amor da sua vida, mas, mal sabia ela que além de sofrer complicações com essa história toda não seria um, e sim dois filhos. Abandonada pelo paquera que era a tampa da sua panela, Marcelle vê sua...