Capítulo Cinquenta e Quatro.
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. Ao chegar em casa, Marcelle foi recebida pelo seu pai e alguns funcionários.
- Bem vinda de volta, querida. – disse o pai.
- Obrigada pai. – ela diz e abaixa a cabeça. – Onde estão meus filhos? – perguntou.
- Lá em cima com o Cristiano, brincando. – respondeu.
- Eu quero vê-los. – respondeu olhando para uma funcionária.
- Por favor, Judete busque as crianças. – pediu o pai.
- Claro senhor. – disse e subiu as escadas correndo, Marcelle ficou olhando para a mesma e suas lembranças até a hora do acidente vinham como um flash em sua mente. Uma lágrima solitária então caiu e André passou a mão na cabeça da filha.
- Está tudo bem princesa? – perguntou.
- Estaria se eu pudesse andar pai. – disse e voltou a encarar seu pé que não mexia nem por decreto.
. E então o pai se calou e a funcionária desceu com seus filhos colocando um em cada perna de Marcelle.
- A mamãe estava com saudades. – disse ela beijando seus filhos.
- Mamãe, saudade. – Raí disse batendo palmas.
- Sim, saudades. – disse com um sorriso fraco.
. O olhar das crianças então chegaram à escada e Marcelle ao correr com os olhos até a mesma notou que os filhos olhavam para Cristiano que estava encostado no corrimão da escada de braços cruzados.
- Olá. – ele diz.
- Oi... – ela diz deixando um ar de mistério e olha para o filhos, tenta balançar a perna para poder brincar mas é em vão, ela não conseguia mais fazer o que há alguns meses atrás conseguia. As lágrimas então novamente vieram à tona e a moça sem querer que seus filhos a vissem chorando, entregou-os novamente para a funcionária.
- Quero ir para meu quarto. – disse Marcelle.
- Eu pedi para que as funcionárias descessem o seu quarto, pois como agora você está em uma cadeira de rodas e não tem como colocar um elevador aqui por enquanto, seria meio difícil para você subir e descer... Espero que não se importe. – explicou o pai.
- Para mim, tanto faz. – ela diz secando uma lágrima e Letícia a empurrou até o quarto novo, era bonito até mais do que o outro e além de tudo moderno.
- Acho que eu preciso de um banho. – Marcelle diz para Letícia.
- Se importa de eu chamar alguém para me ajudar com você, no banho? – perguntou a amiga.
- Não sendo o Cristiano, chame quem você quiser. – respondeu um tanto, grossa.
- Tudo bem. – a amiga diz respirando fundo e saí a procura de alguma funcionária para ajuda-la.
. No meio tempo em que Marcelle ficou sozinha, ela estava tentando retirar a blusa quando a porta abriu-se lentamente.
- Estou tentando tirar minha blusa, Lê. – ela diz achando que é a amiga.
- Não sou a Letícia. – respondeu Cristiano aproximando-se dela e ajudando a mesma com a blusa.
- O que faz aqui? – ela tenta tampar-se, em vão.
- Vim saber se precisa de alguma coisa. – diz.
- Preciso que você vá embora. – respondeu secamente.
- Eu não estou mais na França. – ele diz.
- Que bom pra você. – respondeu andando com a cadeira de rodas até a porta e com um pouco de dificuldade conseguiu abri-la. – Saia por favor. – pediu olhando em seus olhos, Cristiano respira fundo e quando vai sair deposita um beijo na testa de Marcelle que ficou sem reação, em seguida saiu sem ao menos olhar para traz.
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. O dia então passou voando e logo chegou o seguinte que seria cheio, pois iria se consultar na psicóloga Itamara, estava nervosa.
- Ela está te esperando. – disse a secretária.
- Obrigada. – Marcelle respondeu e Letícia a levou para dentro da sala que era moderna.
. Itamara era uma jovem muito bonita que se formara há pouco tempo, era sorridente e bastante acolhedora.
- Bom dia, Marcelle. – falou ela dando um beijo em sua bochecha.
- Bom dia, doutora. – respondeu meio envergonhada.
- Me chame de Itamara, quero que saiba que além de ser sua médica, quero ser sua amiga. – disse com um sorriso, deu a volta e sentou-se em sua mesa de frente à moça.
- Obrigada. – disse mexendo as mãos que estavam trêmulas.
- Quer uma água?Você me parece nervosa. – disse a médica.
- Não, eu estou bem... Só que é a primeira vez que passo em uma psicóloga, espero que me entenda. – disse.
- Eu entendo, todos ficam assim quando é a primeira vez. – respondeu com um sorriso. – Vamos, me fale um pouco da sua vida. – disse.
- Eu não sei se consigo. – disse com lágrimas nos olhos.
- Sou sua amiga, não se esqueça. – respondeu a doutora transpassando tranqüilidade, e então com força e coragem Marcelle contou de tudo, desde o começo de sua vida deixando muitas vezes a psicóloga de boca aberta.
. Foram quase uma hora de conversa e Marcelle sentiu-se mais leve por ter conseguido desabafar com alguém que não fosse Letícia.
. Quando já estava indo embora ao lado de Letícia, a amiga pergunta:
- O que a doutora lhe disse? – perguntou ela.
- Ela disse que hoje apenas conversaríamos, tinha muitas perguntas para me fazer, pois eu tive e tenho muitos problemas na minha infância devido à falta do meu pai. Disse também que no caso do Cristiano eu o projetei esse pai que nunca tive e coloquei todas as minhas fichas nesse relacionamento e por fim disse que no dia do restaurante quando fui contar para ele sobre a noticia da minha gravidez eu já carregava uma depressão, porém só me dei conta da mesma depois de ter virado paraplégica e precisar, por isso sofro tanto. – disse com lágrimas nos olhos.
- Nossa amiga, que barra. – disse Letícia.
- Já não bastava meus problemas, ainda sou uma doente. – respondeu Marcelle irritada.
- Não diga isso amiga, você não é uma doente, você só precisa de ajuda e sabe que sempre me terá ao seu lado e que em breve irá se curar disso pois tudo que você precisa agora é de pessoas ao seu lado te ajudando e não te atrapalhando. – disse Letícia.
- Isso inclui o Cristiano? – perguntou.
- Talvez amiga você também devesse fazê-lo sofrer um pouquinho. – disse ela.
- Ele já não esta sofrendo? – perguntou confusa.
- Eu não sou uma venenosa, mas você já sofreu mais do que já está sofrendo e graças a Deus está viva, por que ele também não pode passar por isso?
- De que lado realmente você está amiga? – perguntou Marcelle.
- Do lado da pessoa certa que por enquanto está sendo você, coisa difícil de acontecer, mas, tsc tsc estou do seu lado amiga. – disse beijando sua testa e voltando a prestar atenção na estrada.
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Amar em Dobro
RandomEla iria ser mãe e estava tão feliz por ser filho do amor da sua vida, mas, mal sabia ela que além de sofrer complicações com essa história toda não seria um, e sim dois filhos. Abandonada pelo paquera que era a tampa da sua panela, Marcelle vê sua...