25 - Espera

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CARLA

Os meses passam e minha doce espera continua. Tudo está indo bem, já estou na 20° semana de gestação e ja descobrimos o sexo do bebê. É uma menina. Nossa Maria Clara. Sim, não poderíamos não chama-la assim. Quando os gêmeos nasceram eu não quis o nome pra Alyssa, queria um nome mais original, não um que surgiu em uma brincadeira no reality.

Mas, agora, meu pensamento mudou, parece que a Maria Clara tinha que existir, a nossa Maria Clara. E ela veio, ela ta se formando, tem que ser ela. O Arthur ta todo bobo, ele ama ser pai, e eu sei que ele ama ser pai de menina. A Alyssa e o Lucas estão eufóricos, de 10 palavras, 9 são "Malia Cala" , estão ansiosos pela irmãzinha e eu to curtindo muito cada momentinho.

Minha barriga já está evidente, tanto que ja anunciamos a gravidez pra mídia, de inicio eu tive medo, mas a repercussão foi bem positiva. Saio dos meus pensamentos quando a porta do banheiro abre e o Arthur vem todo cheiroso, com o cheirinho dos nossos filhos, que é o único cheiro que eu não enjoei e agora ele toma banho com os mesmos produtos das crianças, e eu amo ele ainda mais por isso. Ele vem com uma toalha amarrada na cintura e gotas d'água escorrendo pelo peitoral.

Carla: nossa, que delícia - mordo meu lábio inferior
Arthur: Carla Carla - ele sorri - não me provoca que você não aguenta

Dou uma risadinha e paro, porque eu realmente não aguento, to aqui deitada sem fazer muitos movimentos bruscos pra conter o enjoo que tem se apoderado de mim. A única coisa que tem acabado comigo nessa gravidez são os enjoos, eu fico com vontade de morrer de tanto sofrimento.

Ele termina de se ajeitar e deita ao meu lado fazendo carinho no meu cabelo.

Arthur: ta sentindo alguma coisa?
Carla: se eu ficar paradinha nessa posição eu não sinto nada.
Arthur: então fica assim, qualquer coisa me chama - ele da um beijo na minha testa.

Com cos carinhos dele logo pego no sono, mas, como sempre, 5 da manhã ja estou de pé, colocando tudo pra fora no banheiro, em um dos enjoos que quase leva minha alma. Não passo nem 5 minutos sozinha e o Arthur ja chega no banheiro.

Eu não chamo ele sempre, pois ele já está se virando em mil pra dar conta de tudo enquanto essa minha fase mais indisposta não passa, e eu quero que ele descanse, mas ele faz questão de acompanhar tudo. Foi assim na gravidez dos gêmeos, ta sendo assim na da Maria.

Arthur: linda - ele começa um carinho nas minhas costas enquanto eu to com a cara enfiada no vaso
Carla: eu to nojenta, sai daqui - digo quando termino
Arthur: para com isso, porque não me chamou?
Carla: você precisa descansar, lindo
Arthur: eu preciso ta com minha mulher, vem aqui - ele senta no chão do banheiro e me coloca entre suas pernas, de modo que minhas costas fiquem apoiadas no seu peitoral. - tomou o remedio?
Carla: ainda não, acabei de vim pra cá - suspiro
Arthur: vou buscar - ele sai e logo volta com o remedio e um copo d'água, me entrega e volta a posição em que estávamos, faz carinho no meu cabelo enquanto eu tomo o remédio - vai melhorar - ele beija minha têmpora
Carla: eu não aguento mais isso - choramingo
Arthur: eu sei, meu amor, eu sei. Se eu pudesse sentia tudo no seu lugar, me dói muito mais te ver assim

Puxo os braços dele ao meu redor e me aconchega ainda mais em seu colo. Passamos um tempo assim e eu ainda vomito umas duas vezes até finalmente me sentir melhor e voltar pra cama com ele.

Nossa rotina muda a medida que a gravidez avança, eu diminuo cada vez mais o ritmo de trabalho, quero dá atenção a Alyssa e o Lucas, e garantir que minha Maria Clara venha saudável. Nisso o trabalho vai totalmente pra segundo plano e eu não me importo nenhum pouco.

O Arthur tem diminuído o ritmo também, ele diz que não aguenta ficar longe da gente, e eu adoro quando ele ta aqui, to muito sensível e carente e só quero ta no colo do meu maridinho.

Ja estou na 38° semana, minha barriga já está imensa e eu não consigo fazer muita coisa, estou tentando me vestir pra dormir e não consigo sozinha, o que desencadeia uma crise de choro, malditos hormônios.

O Arthur estava colocando os gêmeos pra dormir e quando entra no quarto corre até mim ao me ver aos prantos.

Arthur: Cá, o que aconteceu? - ele segura meu rosto claramente preocupado e eu choro mais ainda - Carla?!
Carla: eu não consigo me vestir - falo soluçando
Arthur: que? - ele me olha confuso
Carla: não me julga! Eu to carregando sua filha! - choro mais ainda
Arthur: oh meu amor! - ele ri e me abraça - minha coisa linda ta toda sensível, eu te ajudo - ele me ajuda a terminar de vestir - vem aqui - deita e me puxa pro seu colo - eu não to te julgando minha vida, eu sei que ta uma confusão de sensações ai, eu to aqui por você, pra fazer tudo por você, pra te ajudar a passar por tudo isso da melhor forma possível, viu? Eu te amo demais, Cá. - ele beija meus lábios
Carla: agora eu vou chorar por isso também - falo ja com novas lágrimas se formando - eu te amo

Ele me aconchega em seus braços e passamos um tempo assim ate a posição ficar desconfortável pra mim, minha barriga já está muito grande.

Arthur: ta sentindo alguma coisa?
Carla: ta incomodando minha coluna, ai lindo, eu to toda desconfortável - suspiro - essa reta final me mata
Arthur: deixa eu fazer massagem em você - ele levanta e vai ate o banheiro buscar um hidratante

Eu deito e espero ele se preparar. Ele começa pelas minhas pernas e sobe por todo meu corpo. Não é nada erótico, ele é muito cuidadoso e sinto meu corpo inteiro relaxar.

Arthur: ta ajudando?
Carla: unhum - respondo com um sorrio no rosto

Quando ele termina, deita ao meu lado e beija meus lábios. Eu consigo dormir muito bem essa noite, ate que acordo num susto, sentindo um líquido escorrer por minhas pernas.

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Eita, que liquido é esse?

E quem mais amou esse marido todo carinhoso e cuidadoso?

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Val 🦋

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