31 - Conduru

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Alguns anos depois

CARLA

Eu amo vir pra Conduru, deixar meus filhos brincarem a vontade, na terra, na água. Livres.

Quando a Maria Clara fez 1 ano, o Arthur comprou um sítio pra gente aqui. Hoje ela tem 3 anos e os gêmeos tem 5, e eu fico boba vendo os três juntinhos, a parceria, o amor, o cuidado. Eles se amam tanto e é tão nítido, que quando estou observando os três interagindo eu esqueço do mundo.

Nem percebo a chegada do Arthur, tanto que me assusto com suas mãos em minha cintura.

Carla: que susto, amor! - levo a mão ao peito
Arthur: desculpa - ele diz cheirando meu pescoço
Carla: ta tudo bem - acaricio sua barba enquanto olho nossos filhos - olha eles lá
Arthur: eles amam brincar aqui né
Carla: muito

Ele me abraça mais forte, pressionando minhas costas no seu peitoral, e ficamos bons minutos assim, só curtindo o momento, vendo os três correrem pela nossa propriedade, brincarem no parquinho que o Arthur montou pra eles, subirem e descerem da casa da árvore.

Até que a Alyssa tropeça e cai por cima da Maria Clara, o Lucas que tentou evitar a queda, acabou caindo também. Resultado: meus três filhos chorando no chão.

Eu e o Arthur corremos até eles.

Alyssa: mamãaaae - ela grita com o sangue escorrendo do queixo
Maria Clara: aaaaaaaaa - ela também grita deitada no chão, mas aparentemente sem sangue
Lucas: mãeeee - ele geme, olhando pra mãozinha ralada

Eu pego a Alyssa, e verifico a profundidade do corte, aparentemente é superficial. Fico um pouco nervosa pela quantidade de sangue, mas não é hora de surtar.

Carla: calma, a mamãe ta aqui - digo com a Alyssa no colo e passando a mão nas costas da Maria e do Lucas que já estão no colo do Arthur.
Arthur: vamos entrar em casa pra gente cuidar dos dodóis ne.

As respostas que temos são mais gritos e berros.

Quando chegamos na sala, sentamos os três no sofá e o Arthur vai buscar nosso kit primeiros socorros enquanto eu tento acalmar os três.

Carla: olhem pra mamãe, vai ficar tudo bem ta
Alyssa: tem muto sangue - ela soluça
Maria Clara: minha tabeça ta doeno - ela chora desconsolada
Lucas: minha mao ta ardendo, mãe - ele estende a mão pra mim, mas parece ser o mais calmo

O Arthur retorna e começamos os cuidados. Preciso levar a Alyssa pro banheiro pra limpar o sangue, o Arthur fica de olho nos outros dois. Quando finalmente termino de banhar a Alyssa em meio a tantos gritos, vejo que realmente o corte foi bem superficial. Passo remedio e faço um curativo nela que está mais calma. Com ela no colo volto pra sala, onde o Arthur já está no sofá com a Maria de um lado e o Lucas do outro. Entrego a Alyssa pro Arthur, que se aconchega no colo do pai, toda dengosa, e puxo a Maria e o Lucas pra mim.

Carla: como vocês estão?
Lucas: o papai fez um curativo na minha mão, nem ta doendo mais olha mãe - ele me mostra
Maria Clara: eu tem um galo ati ó - ela pega minha mão e leva pra a parte de trás da cabeça dela - o papai me deu zemedio
Carla: o papai é demais ne - dou um beijo na testa de cada um

Me deito no sofá ao lado do Arthur, aconchegando nossos filhos. Ele fica com a Alyssa e eu com os outros dois, as vezes acho que sou mais superprotetora em relação a Alyssa, e não quero que a Maria ou o Lucas se achem preteridos. Eu me preocupo igual com os três, mas depois de tudo que passamos com nossa garotinha em coma, é impossível eu não me desesperar quando vejo ela machucada de alguma forma.

Por saber que reajo assim, tento compensar e equilibrar a atenção que dou a eles. Sei que vou falhar em algum momento, mas eu não quero que eles achem nunca que eu amo mais um do que o outro.

Deixo beijinhos na cabeça deles enquanto veem o filme que o Arthur colocou. Ele passa o braço em volta da minha cintura me puxando mais pra perto, e a Maria Clara resmunga porque ficou apertada entre a gente.

Maria Clara: socolo, seus doidinhos, eu to aqui - ela diz ja saltando por cima de todo mundo
Arthur: você ta ai, pivetinha? Nao te vi - ele brinca
Maria Clara: papai bobinho ne mamãe - ela diz pra mim com olhar cumplice - eu to bem ati
Carla: é meu amor - começo a rir do jeitinho dela

Lucas: é porque você é muito pequena
Alyssa: é a menorzinha, bem assim - ela usa o polegar e o indicador pra fazer sinal de pequeno
Maria Clara: eu sou dandona - ela diz ficando em pé - to mais gande ti todo mundo - e começa a pular

Carla: meu Deus, você vai cair - puxo ela pro meu colo - ja passou o trauma da ultima queda? - digo em tom de brincadeira e eles começam a rir

O Arthur faz cócegas neles três e em mim também, e de repente estamos todos no chão rindo e rolando fugindo das cócegas um dos outros.

Quando encontro o olhar do Arthur, ele está com um sorriso imenso pra mim. E eu sei o que ele ta pensando, o que ele ta sentindo. É o mesmo que eu. A gente lutou tanto, a gente quis tanto. E estamos aqui. Uma família. Nossa família.

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Seguinte, eu não consigo terminar essa fic. O fato é esse: sou extremamente apegada nessa história. Acho que ela vai ser infinita e eu atualizo de tempos em tempos kkkkkkkk

Mas falando serio aqui, me digam o que vocês querem ver mais nessa história??

Comentem muito ai pra que eu volte!

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