CARLA
Minha bolsa estourou. Meu Deus. A Maria Clara vai nascer!
Carla: Arthú! Arthú! - tento acorda-lo
Arthur: oii? - ele acorda confuso - o que aconteceu?
Carla: minha bolsa... estourou - sorrio
Arthur: que? - ele da um salto da cama sorrindo - chegou a hora
Carla: chegou
Ficamos feito bobos sorrindo um pro outro por alguns segundos, até que despertamos.
Arthur: vamos pro hospital - ele vem ate mim me ajudando a levantar
Carla: eu quero tomar um banho antes de ir
Arthur: certo, vou te ajudar - ele me leva ate o banheiro e me da um banho rápido.
Ele troca de roupa e me ajuda a me vestir, pega a bolsa da maternidade que ja estava preparada e liga pra Carmem vim ficar com os gêmeos, ainda é madrugada mas ela está de sobreaviso. Antes de sairmos de casa começo a sentir as primeiras contrações, é só uma onda de dor que passa da mesma forma que chega, de repente, mas ja me apavora pelo que sei que está por vir. O parto dos gêmeos não foi cesárea e eu lembro muito bem de toda dor.
Em poucos minutos ja estamos estacionando no hospital e o Arthur me conduz até a recepção. Ele preenche os papéis necessários enquanto a enfermeira me coloca em uma cadeira de rodas. As contrações começam a se intensificar, e logo estamos os dois no quarto e a minha médica mede minha dilatação, informando que estou com 5 cm.
Arthur se posiciona ao meu lado segurando minha mão e me acalmando.
Arthur: respira, amor. Ja ja isso acaba. - ele sussurra pra mim
Carla: Arthú eu não vou aguentar dessa vez, juro que nao vou AAAAAAAAA - gemo de dor quando outra contração me toma
Arthur: deixa eu ajudar - ele me coloca sentada e senta atrás de mim, com uma perna de cada lado e massageia minha lombar.
Ajuda por um tempo, mas logo as contrações ficam mais fortes. Ele pega a bola de exercícios que ajuda na dilatação e me faz sentar nela, me auxiliando no processo.
Depois de muito desespero, da minha parte, eu finalmente chego aos 10 cm de dilatação e a médica já está me pedindo pra fazer força enquanto o Arthur me abraça e entrelaça a mão na minha pra me ajudar como pode.
Tudo é confuso pra mim agora, só ouço a médica me pedindo força e o Arthur me pedindo pra respirar, enquanto sinto uma dor excruciante. Mas tudo isso fica em segundo plano quando ouço o choro da minha filha, meu coração acelera na hora e eu prendo a respiração por um momento. A Maria Clara nasceu.
Médica: papai, quer vim cortar o cordão umbilical? - ela sorri
Arthur: claro - a voz dele está embargada
Ele corta o cordão e a médica entrega minha filha as enfermeiras que a limpam e embalam, entregando ela ao Arthur e ele caminha com ela até mim.
Não consigo parar de sorrir. Ver o Arthur chegando com nossa Maria Clara faz meu coração transbordar de tanto amor. Ele me entrega ela, que se aconchega em meu peito. Quando tenho ela nos meus braços não consigo conter as lágrimas que se formam e banham meu rosto.
O Arthur encosta os lábios em minha testa e sussurra o quanto me ama. Eu estou tomada pela emoção e não consigo responder. Ver minha Maria, perfeita, saudável e nos meus braços me fez renascer. Eu achava que tinha superado a perda do meu outro bebê, mas agora percebi que eu ainda tinha um vazio imenso em mim, que minha Maria acaba de preencher, meu bebê arco-íris. Agora sim estou em paz, agora sim consigo pensar no que aconteceu sem pesar, sem culpa. Foi algo que aconteceu e não foi culpa de ninguém. Minha Maria me curou.
Carla: você é perfeita meu amor, obrigada por ter me escolhido pra ser sua mamãe - sussurro em meio as lágrimas e ouço minha garotinha resmungar.
Arthur: ela é incrível - ele diz
Carla: parabéns papai - sussurro pra ele e o encaro - eu te amo!
Arthur: parabéns mamãe - ele responde e me da um selinho.
A equipe médica nos leva ate o quarto e tanto eu como o Arthur não conseguimos deixar de babar pela nossa filha. Ele me ajuda a coloca-la no peito e enquanto a amamento, ele liga pra nossas famílias, o sol nem nasceu ainda mas sei que nossas mães não nos perdoariam se esperássemos mais pra avisar.
Tudo corre perfeitamente bem, minha mãe chega ao hospital em pouco menos de meia hora e ja se derrete toda pela neta. Os pais do Arthur veem a nenem por videochamada e prometem vim o quanto antes. Eu e ele estamos ansioso pra ir pra casa e mostrar a Maria Clara pra Alyssa e o Lucas.
Minha mãe queria trazê-los mas achei melhor não, eu já vou pra casa hoje, é melhor que eles nos esperem lá. A Pocah e a Juliette ja vieram visitar a nenem, o Viny e a Keh também. Todos rendidos na nossa Maria.
Eu durmo um pouco durante o dia e logo chega a hora de receber alta e ir pra casa. Logo chegamos e pelo horário eu acho que os gêmeos já estão dormindo, mas antes de abrirmos a porta de casa ja escuto as risadinhas dos dois, o que indica que ainda estão a nossa espera.
Arthur: foi aqui que pediram uma irmã? - ele diz abrindo a porta
Alyssa: A MALIA CALA CHEGOU! - ela grita
Carmem: fala baixinho amor, pra não assustar sua irmã
Alyssa: diculpa - ela sorri
Lucas: cadê cadê cadê minha imã!
Eles vem correndo até nós e o Arthur pega os dois enquanto eu caminho ate o sofá com a Maria no colo. Carmem me cumprimenta e parabeniza pela nenem, diz que vai preparar o quarto para quando eu quiser deitar a Maria. Me sento no sofá e o Arthur pede aos gêmeos que tenham calma e cuidado. Meu coração está disparado, ansiando o encontro dos meus três filhos.
Quando tiro a mantinha que cobre a Maria e a aproximo da Alyssa e do Lucas, a cena que se segue me faz suspirar e encher os olhos de lágrimas. Os olhos da Alyssa e do Lucas brilham tanto! Eles olham da Maria, pra mim e pro Arthur e não conseguem nem falar de tão empolgados.
Eles se aproximam e seguram as próprias mãozinhas enquanto admiram a irmã.
Lucas: pode pegá nela?
Carla: pode sim, meu amor
Ele estende a mãozinha e faz carinho no rostinho da irmã, que resmunga e ele se assusta me olhando apavorado
Carla: ta tudo bem bebê - digo com um sorriso no rosto - a irmã ta te reconhecendo
Alyssa: oi Malia - ela sussurra - pode beijá a bochechinha dela?
Carla: pode sim, minha vida
Ela da um beijinho na irmã e sorri quando o rostinho da Maria Clara se contrai num sorriso
Alyssa: ela sorriu mãe! - ela fica eufórica
Carla: ela sorriu pra você amor! Ela sabe que você é a irmã dela - ela assente com a cabeça e um sorriso imenso nos lábios
Lucas: ela é muto bonitinha né zenti - ele fala com as mãozinhas no próprio rosto, encantado com a bebê
Arthur: ela é né filho - ele pega o Lucas e coloca no colo deixando um beijo na testa do nosso menino
Alyssa: eu amo ela - ela diz fazendo carinho na mão da Maria
Meu coração explode de amor nesse momento e eu puxo a Alyssa pra mais pertinho da gente e beijo suas bochechas. O Arthur coloca ela no colo também e ficamos os cinco aconchegados no sofá. Encantados com tudo que nossa vida nos trouxe. Esse é o verdadeiro significado de feliz e realizada.
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A cada capítulo que eu escrevo aqui, morro de amor um pouco mais 🤧❤️
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Val 🦋
