41 - Paz

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CARLA

Carla: boa noite, meu príncipe - beijo a testa do Lucas.
Lucas: boa noite, mamãe. Te amo.
Carla: te amo.

Cubro ele e dou mais um beijinho antes de deixa-lo dormir. Saio do quarto pensando no que a Alyssa falou, mas não muda o que ainda estou sentindo. O Arthur pode muito bem ter dito isso pra ela a um tempo atrás e ela só lembrou agora.

O fato agora é que ele tava a todo sorrisos com uma pessoa que ele ja ficou e que mal fala comigo hoje em dia. E pior, em um evento meu, depois de eu ter me declarado pra ele!

Como já tomei banho quando banhei as meninas e já estou pronta pra dormir, vou para a cozinha. Não quero ir pro quarto agora, não quero falar com o Arthur, quero remoer minha raiva. Só que eu não esperava que ele ia estar na cozinha também. Eu travo quando o vejo. E penso em dar meia volta, mas ele interfere.

Arthur: não vai fugir não, eu tava te esperando. - ele diz vindo até mim.
Carla: como você sabia que eu ia vir pra cá? - cruzo os braços.
Arthur: porque eu te conheço - ele diz se aproximando - você ja tava pronta pra dormir, mas ta com raiva de mim, ia fazer hora aqui na cozinha até eu dormir pra passar o dia de amanhã me ignorando também. - eu bufo e ele me puxa pela cintura, colando meu corpo ao dele.
Carla: me solta - o empurro, mas ele não cede.
Arthur: não, fala comigo.
Carla: vai falar com a Thais - praticamente rosno pra ele.
Arthur: sabia - ele tem a audácia de rir

Carla: sabia e ainda assim fez, bom saber. Me larga! - o empurro com mais força, sem sucesso.
Arthur: não, presta atenção - ele segura meu rosto pra que eu olhe pra ele. O toque é firme, mas suave, e me deixa fraquinha - eu não sabia que isso ia te chatear, mas sei que você ficou chateada com isso porque o Lucas e a Alyssa também ficaram com ciúmes.
Carla: então tem motivo né?! Eu não tava perto o suficiente, mas se ate meus filhos sentiram que tinha algo errado é porquê não é coisa da minha cabeça. Sai! - empurro ele, cheia de raiva e consigo me soltar - e eu não to com ciúme! - digo antes de sair da cozinha e ir pro quarto.

Sei que ele vem atrás porque ele me chama, mas não paro. Entro no quarto e ele vem em seguida fechando a porta.

Arthur: por favor, me escuta!
Carla: não quero, vou dormir, to exausta - digo ajeitando a cama pra deitar.
Arthur: deixa de ser marrenta! - ele bufa tirando os travesseiros das minhas mãos - você ta sendo muito imatura e injusta comigo!
Carla: ai desculpa, lindo - debocho - Desculpa se eu fico incomodada com o fato de que, veja bem, em um evento de trabalho meu, onde eu me declarei pra você e tava muito feliz por estar sentindo o apoio da minha família - minha voz embarga - você usou seu tempo pra ficar de papo e risadinha com uma das suas ex peguetes, pior, uma com quem ja me compararam, uma que foi minha amiga e hoje mal fala comigo! E se não fosse minha filha ter chorado você ia ficar de papo até o fim do evento! Capaz de ter até ido com ela! Mas sim, eu to sendo injusta com você! - disparo e sinto meus olhos ardendo pelas lágrimas que ameaçam sair.

Arthur: eu vou ignorar essa sua especulação sem fundamento porque sei que você não quis dizer isso - ele fala se aproximando e eu cruzo os braços fervendo de raiva - você sabe que eu não ia embora com ninguém que não fosse você - ele me puxa mais uma vez pela cintura.
Carla: me larga, garoto! - tento me soltar.
Arthur: não largo, agora você vai ficar quieta e me ouvir. - bufo, mas espero ele falar - você foi maravilhosa hoje, como sempre é, e eu assisti tudo, eu estive atento a tudo que você fez hoje.

Ele desliza o polegar pela minha bochecha enquanto fala, e eu tento não me deixar levar por essa fala mansa.

Arthur: em todos os momentos que você olhou pra nossa mesa e achou que eu tava disperso com outra coisa eu tava atento a você. Vi quando você tava atenta ao casal brigando na mesa perto do palco,  vi você confusa com uma fala do diretor, vi todas as suas reações. E quando você olhou e me viu conversando com a Thais eu vi você franzir a testa, vi você se dispersar, vi o produtor perguntar se você tava bem e você assentir mesmo estando desconfortável.

Eu fico um pouco chocada porque de fato achei que ele não tinha reparado em nada disso.

Arthur: Reparei em tudo, só não achei que suas reações eram por causa da minha conversa com ela. Sabe como eu soube que era? A Alyssa chorou, e depois eu descobri que ela só chorou pra que a Thais fosse embora, porque ela e o Lucas acham ela chata e como os dois são seus filhos ficaram com ciúmes e com medo de eu preferir ela a você, somente porque eu ri com ela.

Eu estremeço, porque foi exatamente o que eu pensei, e eu não gosto de sentir isso.

Arthur: E eu vou dizer pra você o que eu disse para eles: você é o amor da minha vida, ninguém toma o seu lugar. Eu posso ter a amiga que for, mas você é você, não tem competição, meu coração é seu.

Ta, to derretendo.

Arthur: E sabe o que eu tava conversando com a Thais? Primeiro ela se ofereceu pra ficar com os gêmeos quando eu precisei levar a Maria no banheiro, quando voltei ela disse que eu tava muito mudado, pai de família, nem parecia o cara dos rolês, e eu disse que tava muito mais feliz agora. As risadas foram quando eu disse que tinha me aposentado da vida de farra. Ela falou que só você mesmo pra me fazer mudar de vida. E eu disse que sim, sempre foi tudo por você. E ai a Alyssa começou a chorar, e a Thais foi embora. Foi somente isso.

Ele me encara, e eu não respondo de imediato porque claramente exagerei, mas não quero dar o braço a torcer.

Carla: só isso? - semicerro os olhos
Arthur: somente isso - sei que ele não tá mentindo, e ele sabe que eu sei, ja está até sorrindo.
Carla: e minha filha só chorou pra expulsar ela?
Arthur: exatamente, e o seu filho sabia de tudo, então desconfio que foi um plano dos dois, recrutaram até a pequenininha.

Eu não resisto e solto uma risada.

Arthur: boba - ele sussurra colando a testa na minha.
Carla: lindo - enfio o rosto no pescoço dele, cheia de manha - desculpa, fui imatura e injusta com você - ele beija minha bochecha.
Arthur: eu avisei desde o inicio - ele brinca
Carla: não gosto das suas ex - confesso fazendo bico - de nenhuma delas, não quero elas perto de você, nunca. To sendo possessiva? To! Mas é o que tem, e você prometeu me amar apesar de tudo. Se vira. - ele ri e me da um beijo breve.
Arthur: eu amo você, independente de qualquer coisa, e pode ser possessiva, eu sou só seu, linda.

Eu sorrio e puxo ele para um beijo. Ele me pega no colo e deita na cama, ficando por cima e me beijando com carinho, me mostrando todo amor que sente.

Carla: sei que não preciso, mas morro de medo de alguém te tirar de mim. - digo quando o beijo acaba.
Arthur: não precisa mesmo, ninguém vai me tirar de você, da mesma forma que eu não vou deixar ninguém te tirar de mim. Ja passamos por muita coisa, vida, somos fortes o bastante pra enfrentar qualquer coisa. Ficaremos bem, lembra?
Carla: ficaremos bem - minha voz embarga - eu amo você, amo infinito.
Arthur: eu amo você - ele desliza os lábios nos meus - agora deixa eu te mostrar o tanto que eu quero você, porque te ver toda profissional é muito sexy e eu não aguentava mais esperar que a gente ficasse sozinhos.
Carla: ah é?

Ele sorri com malícia e toma meus lábios, meu corpo, tudo de mim. Sou completamente dele. E ele é meu. Infinito.

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Ninguém me tocaaa! Amo eles 🥹🥹

esse não tem meta, porque não sei quando volto, só quando tiver alguma inspiração de novo 🫶🏽

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