CARLA
O silêncio que se instalou no quarto é tão sereno, tão confortável, que me dá até vontade de chorar, por perceber o quanto eu sou abençoada.
Quando o video acabou, depois de secar as lágrimas, nos amamos em uma lentidão excitante, provando e recordando o corpo um do outro. Eu nunca me senti tão amada e tão desejada como o Arthur me faz sentir. E por mais que eu não troque por nada os momentos com os meus filhos, também preciso desses momentos só com o meu marido.
O aperto em meus braços e deixo um selinho no seu peitoral. Ele desliza a mão pelas minhas costas e ergue meu queixo me dando um selinho.
Estamos nus, entrelaçados, com os corações batendo no mesmo compasso. O fato de ser madrugada só intensifica o momento, intensifica a nossa intimidade.
Arthur: você é tão linda - ele diz me encarando e acariciando meu rosto
Carla: eu sou mesmo - brinco
Arthur: convencida do caramba - ele ri e me puxa pra cima de si.Carla: eu sou louca por você, sabia? - digo deitada por cima dele e deslizando as unhas por sua barba.
Arthur: não mais do que eu sou por você - ele me puxa e me da um beijo rápido.
Carla: quer apostar? - desafio com os olhos fixos nos dele e um sorriso malicioso nos lábios.Ele nos gira, ficando por cima de mim dessa vez, e me beijando, mas é um beijo com mais carinho e devoção do que malicia.
Quando encerra o beijo ele roça o nariz no meu, e desliza para o meu lado, me prendendo em uma conchinha, cheirando meu pescoço, e eu me derreto, curtindo o momento.
Arthur: vida - diz alguns minutos depois - eu tava pensando aqui, a Lene Sensitiva acertou mesmo né.
Não me aguento com essa observação e gargalho.
Carla: eu não acredito que você tava pensando nisso! - falo entre risadas.
Arthur: não ri, garota - ele diz rindo também - eu tava pensando em tudo que a gente passou pra chegar aqui, e lembrei que ela sempre afirmou que íamos ficar juntos. E não é que ela acertou.Carla: ta, calma - tento me recompor - mas, de fato, é uma boa observação. Ela nunca duvidou mesmo né.
Arthur: não, e confesso que até eu duvidei. Não fica com raiva por eu admitir isso, mas é que teve um tempo que pareceu que eu tinha te perdido mesmo. - percebo a voz dele embargada.
Carla: eu não vou ficar com raiva - viro de frente pra ele, acariciando seu rosto - também duvidei por um tempo, inclusive tive raiva da insistência dela. Porque doía sabe, ela dizer que íamos voltar e pra mim era impossível que isso acontecesse, e cada previsão dela era como mexer na ferida. Mas, fico muito feliz que ela tenha acertado. Não vejo minha vida sem você dividindo ela comigo.
Arthur: sinto a mesma coisa - ele me da um selinho - eu te amo demais.Me aconchego em seu peito e ele me abraça, deslizando a mão pelas minhas costas, e eu quase pego no sono. Mas, ai ele começou a cantar, baixinho, suave.
Se for preciso, eu pego um barco
Eu remo por seis meses como peixe, pra te verJá senti meus olhos marejarem e o abracei mais forte, enquanto ouvia com a cabeça encaixada em seu pescoço.
Tão pra inventar um mar grande o bastante
Que me assuste e que eu desista de vocêEle cantava essa música pra mim lá no comecinho, logo que saímos do bbb.
Se for preciso eu crio alguma máquina
Mais rápida que a dúvida, mais súbita que a lágrima
Viajo a toda força e num instante de saudade e dor
Eu chego pra dizer que eu vim te verEu quero partilhar, eu quero partilhar
A vida boa com você
Eu quero partilhar, eu quero partilhar
A vida boa com vocêQue amor tão grande
Tem que ser vivido a todo instante
A cada hora que eu tô longe é um desperdício
Eu só tenho oitenta anos pela frente
Por favor, me dê uma chance de viverQue amor tão grande
Tem que ser vivido a todo instante
A cada hora que eu tô longe é um desperdício
Eu só tenho oitenta anos pela frente
Por favor, me dá uma chance de viverEu quero partilhar, eu quero partilhar
A vida boa com você
Eu quero partilhar, eu quero partilhar
A vida boa com vocêSe for preciso, eu giro a Terra inteira
Até que o tempo se esqueça
De ir pra frente e volte atrás milhões de anos
Quando todos continentes se encontravam
Pra que eu possa caminhar até vocêE eu sei, mulher, não se vive só de peixe
Nem se volta no passado
As minhas palavras valem pouco
E as juras não te dizem nada
Mas se existe alguém que pode
Resgatar sua fé no mundo, existe nósTambém perdi o meu rumo
Até o meu canto ficou mudo
E eu desconfio que esse mundo já não seja tudo aquilo
Mas não importa, a gente inventa a nossa vida
E a vida é boa com vocêEu quero partilhar, eu quero partilhar
A vida boa com você
Eu quero partilhar, eu quero partilhar
A vida boa com vocêNão tem pra trás nada
Tudo que ficou tá aquiEu quero partilhar, eu quero partilhar
A vida boa com você
Eu quero partilhar, eu quero partilhar
A vida boa com vocêCarla: obrigada - digo me erguendo pra olhar nos olhos dele, com a voz embargada, tomada pela emoção que essa música evoca em mim - obrigada por ser do jeitinho que eu sonhei pra mim - lhe dou um selinho - obrigada pela nossa família, por cuidar tanto da gente, por me amar, eu te amo, tanto tanto tanto garoto - ele encaixa a mão no meu pescoço e me puxa para um beijo mais profundo.
Arthur: pra sempre a gente, vida - diz quando encerra o beijo - pra sempre a gente. Amo você.
Ele desliza o nariz no meu e eu me encaixo novamente no seu peito, sentindo suas mãos me abraçando, inspirando seu cheiro, com a certeza de que nada vai conseguir mudar isso aqui que a gente tem, nunca.
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Quanto tempo né gente, perdoem 🤧Esse capítulo aqui veio porque prometi pra CarinaCRodrigues . 🫶🏽
Mas confesso que to um pouco sem criatividade pra seguir com essa fic aqui, portanto podem me dar sugestões que serei muito grata 😁