Capítulo 4.

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A escola fica perto da minha casa,por conta disso não preciso me preocupar tanto com o horário. O bairro é bem movimentado pela manhã,todos parecem ter um compromisso importante...

— Erick. — Encontro Cecília pelo caminho.

— Oi Ceci. — Falo — Animada para o dia de hoje?.

— Claro. — Ela responde com uma expressão de tédio.

— Eu acho que não. — Mostro um sorriso.

— Na verdade eu não consegui dormir por causa do tremor que deu nessa madrugada.

— Você também sentiu?.

— Foi fraco,mas sim.

— Alguma teoria?. — Questiono com uma expressão boba.

— Não,mas acho que estou começando a acreditar no Nelson e em toda aquela baboseira conspiratória.

— Bom,já é alguma coisa. — Movimento os ombros.

Ao chegarmos em frete a escola nos encontramos com Nelson e Íris,ficamos alguns segundos conversado ali fora antes de entrar na escola. Tudo parecia tranquilo naquele momento,mas logo sou tomado por uma sensação estranha,eu não sabia explicar o que poderia ser então o máximo que fiz foi ignorar por enquanto.

— Erick,tudo bem?. — Íris me observa.

— Claro,mais bem que isso impossível. — Respondo — Você estava falando sobre aquela série,verdade?.

— Exatamente,aliás...Cecília,você precisa assistir.

— Estou fora de romance melosos. — A garota cruza os braços — O terror do mundo real é mais interessante.

— Mas não se trata de romance. — Íris insisti.

Enquanto ela tentava convencer a outra sobre sua série favorita olho para o outro lado da rua,um garoto passava por ali e ele parecia ter bastante pressa. Eu já o tinha visto antes,não sei onde,mas me era familiar...

— Nelson,você também viu?. — Pergunto.

— Vi o que?.

— Aquele garoto.

— Garoto?. — Nelson tenta procurar-lo — Não tem ninguém ali.

— Mas eu podia jurar que...

— O que foi?. — Íris questiona.

— Deixa pra lá — Solto um suspiro — Deve ter sido impressão minha.

— Galera,acho melhor a gente entrar antes que o sinal toque. — Cecília olha para seu relógio.

— Alguém tem uma caneta extra para me emprestar?. — Diz Nelson mechendo em sua mochila.

— De novo — Íris se enfurece — Será que você nunca traz o necessário?.

— Aqui. — Lhe empresto uma.

— Obrigado Erick,prometo que irei devolver no fim da aula.

— Se você diz...

...hoje tem tudo para ser um dia agradável,a única coisa que peço é que não haja terremotos dessa vez...

...

A aula foi como qualquer outra,entre revisões e anotações eu não conseguia pensar em mais nada. O recreio estava prestes a começar,Íris estava sentada na cadeira ao lado,noto que ela guardava seus materiais numa velocidade surpreendente.

— Anda Erick.

— Mas o recreio nem começou ainda. — Falo.

— Falta um minuto. — Ela se agita.

— Pra que tanta pressa?...o recreio nem dura tanto tempo assim.

— Eu preciso ir ao banheiro.

— Tá explicado. — Sorrio.

...quando aquele minuto passou o sinal toca,Íris é a primeira a sair da sala...

Enquanto ela sai esbarrando em todo mundo pelo corredor eu caminho até o refeitório,provavelmente Nelson e Cecília estariam lá. Assim que pego meu lanche vou até uma mesa,logo em seguida eles aparecem e se sentam comigo.

— ...Ceci,você sabe que eu odeio quando me chamam disso. — Nelson parecia zangado.

— O que houve?. — Pergunto.

— Chamaram ele de Cubo. — Cecília responde.

— Achei que esse fosse é seu apelido.

— Não mais Erick,cansei disso,eu nem brinco mais de cubo mágico. — Ele explica — Além de tudo é um apelido ridículo e sem criatividade.

— Ei calma,isso faz parte da sua reputação.

— Que reputação?. — Nelson respira fundo — Eu sou gordo,é claro que Cubo seria um apelido perfeito,ele se encaixa em mim.

— O que foi que fizeram com você garoto?. — O encaro.

— Nada de mais. — Ele volta ao normal — Minha mãe me levou ao psicólogo,querem ver se eu consigo ficar longe das conspirações.

...as vezes esqueço que sua família não tem a mente aberta como a dele...

— Então,o que eu perdi?. — Íris aparece.

— Nelson acabou de dar um chilique. — Diz Cecília.

— Mas isso não é novidade...o que foi dessa vez?.

— Será que podemos falar de outra coisa?. — O garoto revira os olhos.

Apesar das loucuras Nelson é uma pessoa sensível e não deve ser fácil ouvir dos outros certos tipos de comentários. Por outro lado acho que só querem protege-lo...

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(Continua No Próximo Capítulo)

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