Capítulo 32 (Reta Final).

14 2 1
                                    

Eu não queria acreditar em suas palavras,mas estranhamente tudo se encaixava,os terremotos começaram depois que David fugiu do abrigo para jovens. Mesmo assim me negava a acreditar naquilo...talvez possa ser uma teoria maluca que acabei de criar.

— É verdade?. — Pergunto para David.

— ...

— É VERDADE?.

— Sim... — Ele abaixa a cabeça.

— Como pôde fazer isso comigo?.

— Eu queria ter dito antes,mas...

— Mas o que David?. — Me enfureço — Você mentiu pra mim,disse que sabia se controlar,mas tudo que fez foi mentir o tempo todo.

— Me perdoa — O garoto recua — Sempre que estava tudo bem essas lembranças ruins vinham e acontecia...eu não queria estragar nossa amizade.

— ESTRAGAR NOSSA AMIZADE?. — Altero a voz — Eu não acredito,eu...

...fico tão atordoado que começo a andar de um lado para o outro...

— A minha vida era perfeita David,você tinha noção disso?.

— Eu... — Seus olhos começam a lacrimejar

— Toda aquela tragédia... — Respiro fundo — E você aqui como se nada estivesse acontecido?.

— Erick. — Ele tenta se aproximar.

— Eu não quero mais ter que olhar pra você. — Saio andando.

— Erick,vamos conversar. — Amélia interfere.

— Não tenho mais nada a dizer. — Saio andando.

Aquilo foi um golpe muito forte e estava acontecendo rápido de mais,e o pior,por mais que eu não quisesse admitir David era o responsável por todo esse sofrimento. Com os olhos cheios de água saio dali o mais rápido possível,sem olhar para trás o máximo que fiz foi correr até chegar em casa.

...quando as fortes emoções aparecem consequentemente meu corpo começa a brilhar. A única coisa que fiz foi ignorar tudo,não me importava se haviam pessoas por perto,aliás nada me importava mais,eu só queria chegar logo em casa e acordar desse pesadelo.

...assim que chego passo pelo meu pai como um furacão,caminho até meu quarto e me jogo de cara na cama,ali deixo todo o choro sair...

— Filho?. — Meu pai aparece — O que aconteceu? cadê o David?.

— ...foi ele pai.

— Ele quem?.

— David.

...e do início começo a explicar o que aconteceu...

...

O homem ouviu tudo,mas ficou um tempo sem falar nada,talvez só estivesse pensando no que poderia dizer para me ajudar. Apesar do silêncio o momento serviu para que eu pudesse me recompor...

— É,realmente foi uma tragédia. — Ele diz em seguida — Sinto muito por seus avós.

— ...

— E também por todo o resto.

— Eu devia ter ficado longe daquela maldita casa abandonada.

— Você tem todo o direito de ficar com raiva e culpa-lo pela catástrofe,mas David parece mais traumatizado com isso do que todos nós.

— O que quer dizer com isso?. — Pergunto.

— Você mesmo disse que ele já sofreu muito por não ter ninguém.

— É,eu disse. — Respiro fundo.

— David o ajudou com seus poderes,certo?...entenda que ele não teve essa mesma ajuda no começo.

— Mas como eu posso perdoa-lo?. — Encaro o vazio — Agora eu não paro de associar ele a essa catástrofe.

— Sabe,nesse exato momento seu corpo está brilhando.

— Eu havia esquecido...

— Com o David não deve ser diferente,ele tem seus próprios medos,certo?.

— Mas por qual motivo ele manteve segredo?. — Solto um suspiro.

Acho que já não é mais um mistério,desde o início David tentava me dizer algo,talvez tivesse seus motivos para não contar ou eu não estivesse preparado para ouvir...como agora. Aquilo que Teresa disse sobre eu ser o único que pode ajuda-lo ecoa na minha cabeça o tempo todo,a raiva pode ter me corrompido no início,mas agora só quero encontra-lo e me desculpar.

...é mínimo que posso fazer depois dele ter me ajudado tanto...

— Acho que fiz uma besteira. — Comento com a mão no rosto.

— Erick,ninguém tem controle quando está com raiva.

— E ainda tem essa proposta da Amélia,bom,eu quero muito respostas. — Falo.

— Você o ama?. — Ele pergunta.

— Muito. — Sorrio — Os terremotos me assustavam,mas eu não tenho mais medo agora e antes de tomar qualquer decisão preciso fazer algo primeiro.

— Faça o que achar certo.

— Eu vou atrás dele pai,vamos dar um jeito nisso.

No momento em que eu levanto da cama alguém bate na porta da frente desesperadamente,meu pai estranha e vai até a sala,eu vou logo atrás. Amélia estava ali com uma expressão bastante assustada,era algo sério,dava para sentir...

— ...é o David,ele...

— O que houve?  — Pergunto.

— Erick,você tem que vir comigo e rápido.

.........................................................

(Continua No Próximo Capítulo)

O Caminho Para As EstrelasOnde histórias criam vida. Descubra agora