Capítulo 7

24 4 0
                                    

Durante o café da manhã tentei parecer o mais natural possível,ao sair de casa sigo andando até a escola. Talvez fosse mais prático se eu ficasse em casa pesquisando sobre esse fenômeno,além de estar seguro ninguém me veria caso acontecesse de novo,mas o problema seria meus avós,eles iriam notar minhas esquisitices.

Tudo o que eu tinha que fazer era manter a calma durante o dia,afinal hoje é sexta feira,não há motivos para estresse. Quando chego na escola vou caminhando rapidamente até minha sala...

— Ei Erick.

...ouço a voz de Nelson pelo corredor...

— A onde vai com tanta pressa?. — Ele pergunta vindo em minha direção.

— Sala de aula. — Respondo meio assustado — Cadê as garotas?.

— Foram ao banheiro.

...um estranho silêncio deixa a situação desconfortável...

— Bom,antes de você chegar eu estava conversando com os garotos do time de futebol. — Nelson explica — Eles estão precisando de mais membros e querem fazer um teste com a gente...você é um ótimo goleiro.

— Eu não jogo futebol a anos. — Falo com uma expressão engraçada — Provavelmente vou pagar mico.

— Eu também não jogo,mas acho que é uma boa maneira de me enturmar.

— Você é veloz,não acho que seja complicado. — Comento — Isso tem haver com...

— Eu tenho que mudar então acho que esse é o caminho.

— Vou sentir falta do garoto das conspirações.

— Eu ainda acredito em algumas coisas,não me perdi para sempre.

— Bom saber. — Sorrio — Sobre o time de futebol,eu vou pensar um pouco.

— Eles são legais,mas não são pacientes,é melhor pensar logo.

— Claro. — Movimento os ombros.

Por um momento eu havia esquecido do que aconteceu comigo hoje cedo,como poderei esconder isso?. Nelson é o que tem a mente mais aberta,não seria arriscado contar para ele,mas por enquanto a luminosidade do meu corpo terá que ser um segredo só meu.

— Nelson.

— Sim?.

— Você sabe alguma coisa sobre bioluminescência em...mamíferos?.

— Erick,mamíferos fazem isso,a não ser que seja uma nova espécie. — Ele responde — Por qual motivo?.

— Nada,é só curiosidade mesmo,vi um vaga-lume ontem e achei que seria legal se uma pessoa produzisse luz.

— Esse tinha que ser estudado. — O garoto começa a rir.

— Pois é né...

...apesar de eu estar sorrindo seu comentário me deixa desconfortável...

...

Resumidamente o dia foi bastante normal,talvez nem tanto,na maior parte do tempo eu sentia como se estivesse com febre. Depois que o recreio acabou não deu mais para fingir que estava tudo bem.

— Senhor Martinelli. — Chamo o professor — Acho que estou com febre.

...o homem vem até mim e imediatamente toca a minha testa...

— Você está pegando fogo. — Ele fala — Vamos,venha comigo.

O professor me ajuda a levantar,naquele momento olho para Íris e ela parecia não entender a situação,eu apenas faço um gesto de que iria ligar depois. O homem pede licença para os alunos e juntos nós fomos caminhando até a enfermaria...

— A quanto tempo você está sentindo isso?. — Ele pergunta.

— Começou a piorar durante o recreio. — Respondo.

...quando chegamos o professor explica a situação para a enfermaria e me deixa a sós com ela...

...a moça começa fazer perguntas e a me examinar com todos os recursos que tinha...

— Pode ficar tranquilo,não é nada grave. — Diz ela — Talvez seja o indício de um resfriado,mas por precaução é melhor passar o resto do dia em casa.

— Sério?. — Questiono — Isso não parece se tratar de um simples resfriado.

— É por isso que você precisa ficar de olho e comunicar aos seus responsáveis caso haja alguma alteração.

...logo ela começa a vasculhar um armário contendo vários remédios...

— Tome,vai baixar a sua febre. — A enfermeira me entrega um comprimido — Enquanto isso vou lhe conseguir uma autorização de saída,fique aqui.

Assim que ela sai da sala eu levanto da cadeira e caminho até o filtro de água. Com o copo descartável em mãos bebo a água junto com o comprimido amargo...espero pela enfermeira que demora um pouco lá fora.

— Tudo pronto. — Ela aparece — Eu passei na sua sala,aqui estão seus materiais.

— Obrigado.

— Você quer uma carona até em casa?.

— Não precisa.

— Ótimo,a gente se vê segunda.

— Até lá...

...me despeço dela e saio...

Eu não estava feliz por ter saído cedo da escola,hoje o tempo livre com meus amigos foi interrompido por essa febre maldita. Talvez em casa eu melhore rápido,a última coisa que quero é desperdiçar o fim de semana. Andando pela calçada eu até que me sentia bem,mas tudo até agora tem sido muito estranho para mim. De repente ao olhar para o meu braço noto que o brilho anormal havia voltado.

— NNNAAAAAAAOOOOOOO. — Grito — Mas que porcaria.

A rua estava um pouco movimenta então apresso o passo,meu corpo começava a brilhar e eu não podia ficar no meio da rua. Vejo aquela casa abandonada de antes e sem pensar duas vezes me escondo dentro dela...

.........................................................

(Continua No Próximo Capítulo)

O Caminho Para As EstrelasOnde histórias criam vida. Descubra agora