Por algum motivo eu tinha um sorriso bobo no rosto,poderia estar me questionando sobre as inúmeras surpresas que tive hoje,mas ultimamente as coisas tem perdido o sentido para mim...eu apenas não podia só viver?. Quando chego em casa entro bem devagar,minha avó acabava de cruzar o corredor,logo ela se assusta ao me ver
— Erick,o que está fazendo aqui?.
— Eu fui liberado,tive febre. — Respondo minimamente.
— Febre?...mas hoje pela manhã você estava bem.
— Eu também não entendi,mas aconteceu.
— E como você está?. — A mulher se aproxima de mim.
— Bem.
— É,você está meio quente. — Ela conclui.
— Não é nada de mais. — Sorrio — A enfermeira me deu um remédio.
— Se aumentar me diga,febres não aparecem assim do nada.
— Cadê o vovô?. — Mudo de assunto.
— Foi no banco.
— Certo,eu vou para o meu quarto agora.
— Claro querido,vá repousar. — Ela sorri docemente.
— Me chame quando o almoço estiver pronto.
— Tudo bem.
...caminho até meu quarto,mas antes de entrar volto a falar com minha avó...
— Vovó,você acredita em coisas sobrenaturais?. — Pergunto diretamente.
— Não.
— Sério? nem quando pessoas mostram provas?.
— Sabe,o meu pai costumava contar histórias de lobisomens,ele dizia que chegou a lutar com um. — Ela explica — A parte divertida nisso é que ele sempre bebia,provavelmente esses encontros eram meras ilusões causada pelo excesso de álcool,eu nunca acreditei,mas tem gente que acredita então...
— Eh... — Tento dizer algo.
— Deus não nos colocou aqui para acreditarmos nessas besteiras.
— É uma bela resposta,mas e se os humanos tivessem poderes?.
— Erick,que pergunta é essa?.
— Curiosidade...
— Você anda vendo muito filme garoto. — Ela faz uma expressão negativa.
— Pois é...filmes.
É,eu realmente não me sinto confortável em dizer que sou um vaga-lume mutante. Ao entrar no quarto fecho a porta,tiro os sapatos,coloco a mochila em cima da cômoda e em seguida sento na beira da cama.
— Será que... — Algo me vem em mente.
Respiro fundo e logo começo a me concentrar,depois de uns segundos fiquei assim,apenas esperando algo acontecer. Para a minha surpresa meu corpo começa a brilhar,mas dessa vez não era contra a minha vontade.
...eu repito esse exercício até ter controle sobre a luminosidade...
Talvez não fosse possível no início,mas agora eu encarava aquilo com um olhar mais contemplativo,era estranho e inexplicável...mas lindo e surpreendente.
...
O tempo passou,era quase três da tarde e não tinha nada que eu pudesse fazer além de ficar assistindo a novela com meu avô. Depois de ficar um tempinho ali decido ir até onde David está,acho que seria legal fazer companhia para ele e saber mais sobre sua história.
— Vou indo nessa. — Levanto do sofá.
— A onde vai?. — Meu avô pergunta.
— Visitar um amigo.
— Mas e a sua febre?.
— Eu não estou mais com febre. — Respondo.
— Quando sua avó acordar não vai ficar nada feliz em saber que você saiu.
— É só dizer que eu fui visitar um amigo aqui perto,não vou sumir para sempre.
— Certo então.
...ao sair de casa ando até a residência abandonada...
Ao chegar olho em volta para ter certeza de que ninguém conhecido me veja,eu prometi a ele que manteria o segredo então tenho que ser cuidadoso. Prestes a bater na porta ouço um barulho lá dentro...
— David? você está aí dentro?. — Falo em voz baixa.
...depois de uns segundos em silêncio David abre a porta...
— Não,passa amanhã. — Diz ele em tom de brincadeira.
— Então eu posso deixar um recado?. — Sorrio.
— Erick,o que você está fazendo aqui?.
— Eu disse que viria.
— Pois é...vem,entra.
Com mais calma eu começo a reparar no interior da casa,mas como disse antes,não havia nada de especial nela,era só mais um lugar vazio e abandonado. David vai até o outro cômodo que provavelmente seria a cozinha e me pede para espera-lo ali,eu não sabia do que se tratava então permaneço no mesmo lugar.
— Aqui... — Ele volta segurando dois caixotes.
...David coloca os objetos no chão e ergue a mão na direção de um deles,o caixote vem flutuando até mim...
...
...antes que eu pudesse pensar em algo nós já estávamos sentados um ao lado do outro...
— Poltrona macia. — Comento de forma engraçada.
— Acredite,é a melhor da loja. — David entra na brincadeira.
— Eu ainda não acredito em como você sobrevive nesse lugar,a quanto tempo está aqui?. — Pergunto.
— Depois que eu fugi fiquei rondando pelas ruas durante um período. — Ele explica encarando o vazio — Eu estou me refugiando nessa casa já faz duas semanas.
— E como consegue os mantimentos?.
— Juntando latinhas,sei que não é um barril de dinheiro,mas é o suficiente. Por algum motivo a torneira da cozinha é a única que sai água limpa,tudo o que fiz foi arranjar um balde e...o resto você sabe.
— Sei que essas perguntas podem parecer inconvenientes,mas eu não consigo imaginar uma pessoa passando por isso. — Respiro fundo.
— Prazer,eu sou essa pessoa. — David brinca estendendo a mão.
— ...e ainda tem esses poderes.
— Eu podia usá-los para o mau,mas eu não sou esse tipo de pessoa e não tenho a intenção de ferir ninguém.
— Só agora aprendi a controlar os meus. — Movimento os ombros.
...e usando aquele exercício de concentração faço uma rápida demonstração...
— Com todo respeito,é uma bela luz. — David sorri.
— Acho que vou economizar uma boa grana da conta de luz.
...começamos a rir...
— Mas me conta Erick,qual é a sua história?.
— Bom...
...e partir daquele momento um diálogo agradável e divertido se inicia entre nós...
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(Continua No Próximo Capítulo)
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O Caminho Para As Estrelas
AventuraDois jovens,unidos por um acaso,resolvem trilhar o mesmo objetivo. A trajetória até o caminho para as estrelas é desafiadora e cheia de barreiras,apenas a confiança um no outro é capaz de lhes tirar dos perigos dessa longa jornada. (A história está...