Capítulo 9.

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Por algum motivo eu tinha um sorriso bobo no rosto,poderia estar me questionando sobre as inúmeras surpresas que tive hoje,mas ultimamente as coisas tem perdido o sentido para mim...eu apenas não podia só viver?. Quando chego em casa entro bem devagar,minha avó acabava de cruzar o corredor,logo ela se assusta ao me ver

— Erick,o que está fazendo aqui?.

— Eu fui liberado,tive febre. — Respondo minimamente.

— Febre?...mas hoje pela manhã você estava bem.

— Eu também não entendi,mas aconteceu.

— E como você está?. — A mulher se aproxima de mim.

— Bem.

— É,você está meio quente. — Ela conclui.

— Não é nada de mais. — Sorrio — A enfermeira me deu um remédio.

— Se aumentar me diga,febres não aparecem assim do nada.

— Cadê o vovô?. — Mudo de assunto.

— Foi no banco.

— Certo,eu vou para o meu quarto agora.

— Claro querido,vá repousar. — Ela sorri docemente.

— Me chame quando o almoço estiver pronto.

— Tudo bem.

...caminho até meu quarto,mas antes de entrar volto a falar com minha avó...

— Vovó,você acredita em coisas sobrenaturais?. — Pergunto diretamente.

— Não.

— Sério? nem quando pessoas mostram provas?.

— Sabe,o meu pai costumava contar histórias de lobisomens,ele dizia que chegou a lutar com um. — Ela explica — A parte divertida nisso é que ele sempre bebia,provavelmente esses encontros eram meras ilusões causada pelo excesso de álcool,eu nunca acreditei,mas tem gente que acredita então...

— Eh... — Tento dizer algo.

— Deus não nos colocou aqui para acreditarmos nessas besteiras.

— É uma bela resposta,mas e se os humanos tivessem poderes?.

— Erick,que pergunta é essa?.

— Curiosidade...

— Você anda vendo muito filme garoto. — Ela faz uma expressão negativa.

— Pois é...filmes.

É,eu realmente não me sinto confortável em dizer que sou um vaga-lume mutante. Ao entrar no quarto fecho a porta,tiro os sapatos,coloco a mochila em cima da cômoda e em seguida sento na beira da cama.

— Será que... — Algo me vem em mente.

Respiro fundo e logo começo a me concentrar,depois de uns segundos fiquei assim,apenas esperando algo acontecer. Para a minha surpresa meu corpo começa a brilhar,mas dessa vez não era contra a minha vontade.

...eu repito esse exercício até ter controle sobre a luminosidade...

Talvez não fosse possível no início,mas agora eu encarava aquilo com um olhar mais contemplativo,era estranho e inexplicável...mas lindo e surpreendente.

...

O tempo passou,era quase três da tarde e não tinha nada que eu pudesse fazer além de ficar assistindo a novela com meu avô. Depois de ficar um tempinho ali decido ir até onde David está,acho que seria legal fazer companhia para ele e saber mais sobre sua história.

— Vou indo nessa. — Levanto do sofá.

— A onde vai?. — Meu avô pergunta.

— Visitar um amigo.

— Mas e a sua febre?.

— Eu não estou mais com febre. — Respondo.

— Quando sua avó acordar não vai ficar nada feliz em saber que você saiu.

— É só dizer que eu fui visitar um amigo aqui perto,não vou sumir para sempre.

— Certo então.

...ao sair de casa ando até a residência abandonada...

Ao chegar olho em volta para ter certeza de que ninguém conhecido me veja,eu prometi a ele que manteria o segredo então tenho que ser cuidadoso. Prestes a bater na porta ouço um barulho lá dentro...

— David? você está aí dentro?. — Falo em voz baixa.

...depois de uns segundos em silêncio David abre a porta...

— Não,passa amanhã. — Diz ele em tom de brincadeira.

— Então eu posso deixar um recado?. — Sorrio.

— Erick,o que você está fazendo aqui?.

— Eu disse que viria.

— Pois é...vem,entra.

Com mais calma eu começo a reparar no interior da casa,mas como disse antes,não havia nada de especial nela,era só mais um lugar vazio e abandonado. David vai até o outro cômodo que provavelmente seria a cozinha e me pede para espera-lo ali,eu não sabia do que se tratava então permaneço no mesmo lugar.

— Aqui... — Ele volta segurando dois caixotes.

...David coloca os objetos no chão e ergue a mão na direção de um deles,o caixote vem flutuando até mim...

...

...antes que eu pudesse pensar em algo nós já estávamos sentados um ao lado do outro...

— Poltrona macia. — Comento de forma engraçada.

— Acredite,é a melhor da loja. — David entra na brincadeira.

— Eu ainda não acredito em como você sobrevive nesse lugar,a quanto tempo está aqui?. — Pergunto.

— Depois que eu fugi fiquei rondando pelas ruas durante um período. — Ele explica encarando o vazio — Eu estou me refugiando nessa casa já faz duas semanas.

— E como consegue os mantimentos?.

— Juntando latinhas,sei que não é um barril de dinheiro,mas é o suficiente. Por algum motivo a torneira da cozinha é a única que sai água limpa,tudo o que fiz foi arranjar um balde e...o resto você sabe.

— Sei que essas perguntas podem parecer inconvenientes,mas eu não consigo imaginar uma pessoa passando por isso. — Respiro fundo.

— Prazer,eu sou essa pessoa. — David brinca estendendo a mão.

— ...e ainda tem esses poderes.

— Eu podia usá-los para o mau,mas eu não sou esse tipo de pessoa e não tenho a intenção de ferir ninguém.

— Só agora aprendi a controlar os meus. — Movimento os ombros.

...e usando aquele exercício de concentração faço uma rápida demonstração...

— Com todo respeito,é uma bela luz. — David sorri.

— Acho que vou economizar uma boa grana da conta de luz.

...começamos a rir...

— Mas me conta Erick,qual é a sua história?.

— Bom...

...e partir daquele momento um diálogo agradável e divertido se inicia entre nós...

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(Continua No Próximo Capítulo)

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