Capítulo 21.

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...imediatamente sou acordado por um fraco terremoto,o susto foi tão grande que levanto do chão de uma vez. Eu estava em um espécie de depósito,a porta estava trancada,logo começo a lembrar do ocorrido.

— DAVID. — Grito chutando a porta.

Aqueles homens nem nos deram chance de explicar,eles não tinham o direito de fazer esse tipo de abordagem. Eu havia suportado muita coisa,mas isso já é o suficiente...ergo minha mão sob a fechadura da porta e disparo um raio fazendo-a abrir.

O depósito dava acesso direto ao mercadinho,noto que as prateleiras estavam todas derrubadas,haviam também pedaços de vidros espalhados pelo chão. Lá fora vejo os homens caídos no chão,me deu um certo alívio ao perceber que estavam apenas desmaiados.

...em frente vejo David,ele estava parado,mas suas mãos tremiam muito...

— David?. — Me aproximo dele. — O que houve?.

— Me desculpe...me desculpe...me desculpe...me desculpe. — Ele me abraça.

— Ei,calma. — Retribuo o gesto.

— Foi um acidente,ele tinha levado você e eu me desesperei. — David começa a chorar — Isso sempre acontece.

— Vê?...eles só estão desmaiados,está tudo bem. — Tento acalma-lo.

— Eu nunca roubei Erick,mas isso sempre acontece — Ele explica.

— Vem,nós precisamos sair daqui. — Lhe puxo com delicadeza.

— A mochila,onde está?.

— Fica aí,eu já volto.

A mochila estava jogada no chão,eu penso em enche-la com suprimentos,mas esse pensamento de que é errado logo aparece. Na verdade nada disso teria acontecido se aqueles homens tivessem nos deixado em paz...que se dane o sistema agora.

— Vamos. — Retorno em seguida.

...começamos a andar depressa...

— O que você pegou lá?. — David pergunta.

— Só o que a gente precisa. — Respondo — Não foi muita coisa.

— Erick,eu não quero te ver roubando.

— Íamos comprar,lembra?. — Me altero — Nos deram chance?...não

— Mas...

— MAS NADA DAVID.

...ele fica em silêncio,mas por qual motivo estamos discutindo?...

...rapidamente tento me acalmar...

— Me desculpe. — Respiro fundo — Eu só estou um pouco cansado.

— ...

— Tá tudo bem?. — Pergunto

— Acho que sim.

— David,você já passou por isso,verdade?

— Já e sempre tenho medo quando acontece.

— Olha,nós vamos dar um jeito. — Mostro positividade — Teremos mais controle daqui em diante.

— Eu espero. — Ele encara o vazio.

...

Depois que nos afastamos daquele lugar continuamos a andar,David permaneceu em silêncio durante todo o trajeto,seu olhar estava perdido no vazio e sua expressão exibia tristeza. Eu não queria vê-lo assim e me perguntava quando aquele garoto brincalhão iria voltar novamente.

— E então,vamos acampar no bosque de novo?. — Pergunto mostrando um sorriso — Adorei ficar sob as estrelas.

— ...

— Podemos contar histórias de terror em volta da fogueira para criar um clima assustador,o que acha?.

— ....

— David?.

...ele apenas me encara...

— Eu não gosto de te ver assim. — Solto um suspiro.

— As vezes eu esqueço que sou uma bomba-relógio de medos e traumas. — Ela fala — Quando ignoro esse sentimento ele sempre volta e se manifesta da pior forma possível.

— Ei,quem me salvou da queda do poste? quem me deu apoio quando meus avós se foram? quem me fez pular de um trem? quem me mostrou que a vida pode ser mais do que a gente imagina?...foi você David...o seu medo não estava lá quando essas coisas aconteceram.

— Erick,você só está enxergando o lado positivo.

— Olha onde viemos parar,o medo não nos deixaria enfrentar essa aventura. — Me empolgo — E se não tiver outra opção vamos seguir as estrelas.

...de repente começo a correr no meio da estrada como um maluco...

— Erick,espera. — David vem atrás de mim.

Logo estávamos correndo de mãos dadas pela estrada com um sorriso gigantesco no rosto,eu não sei como,mas a nossa energia estava mais radiante do que nunca. Quando percebemos nossa loucura paramos para tomar um pouco de ar...

— Eu demoraria dias para me recompor. — David comenta animado.

— Não sou um poço de alegria,mas dou para o gasto.

— Obrigado Erick. — Ele me abraça novamente.

...e bem ali,no meio do nada,demos um outro beijo...

...em outras palavras,era bom saber que tudo estava bem novamente...

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(Continua No Próximo Capítulo)

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