✈️ Whiskey ✈️

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Jotaro não entende de imediato o que quero dizer em ser o presente dele, apesar de nosso contato ser íntimo o suficiente para entregar o significado de tal mensagem.

A distância entre nosso olhar diminui, e as mãos em minha cintura logo descem e agarram as minhas nádegas. Ele está estranho, continua apertando meu traseiro em público, e eu seguro seu pescoço com as duas mãos, com carícias que reconheço que ele gosta muito. Deixo um beijo apaixonado em seus lábios, ouvindo-o gemer enquanto estamos conectados. Se ele realmente está chateado, não deveria levantar e ir embora em vez de me beijar e acariciar em público?

O beijo distorce meus sentidos. De repente, nem mesmo as batidas fortes da música parecem estar ao alcance de minha audição. A música que toca na boate no momento é simplesmente ignorada, assim como outros sons do ambiente.

— Nori, vamos sair daqui. — Jotaro parece implorar, e eu entendo. Levanto-me de suas pernas úmidas e visto o casaco. O silêncio do meu namorado é inquietante, e procuro os meninos ao redor para poder conversar sobre, e os encontro em nossa mesa na área vip, bebendo o resto da única bebida que abrimos mais cedo.

Arrumo minha roupa, e ao tatear em busca da mão de Jotaro, encontro apenas um vácuo. Meus sentimentos disparam dentro do meu peito, o incendiando em uma ansiedade rápida e dolorosa. Tateio mais um pouco e a ausência de uma superfície me deixa ainda mais assustado e triste comigo mesmo. Eu não devia ter feito isso, e agora um sentimento enorme de culpa aprisiona meu coração como se houvesse a porra de um cadeado gigante o prendendo.

Jotaro se foi. Me deixou sozinho aqui, e abaixo a cabeça para que os meninos não vejam o que aconteceu. Eu esperava estar triste, mas o vejo voltando do bar da boate com uma garrafa de champanhe na mão. Está sorrindo, porém disfarçado. Aliás, cadê sua camisa mesmo? Ele se aproxima e posso ver o olhar azul, sua proximidade é o que põe meus sentidos em ordem novamente.

— Você vai voar comigo hoje, querido? — murmura em meu ouvido, uma indagação provocante, acho que ele se rendeu à serpente do Éden diante dele.

Tais palavras despertam uma onda de arrepios em meus poros, sensíveis a ponto de sentir a respiração incontrolável de Jotaro próximo de mim. Arregalo os olhos, tem algo me deixando inquieto agora, e é a reação do meu namorado.

Sério e um pouco perdido, porém ele está assim desde quando entrou nesse lugar.

— Eu... não sei. — calo-me, arrependido, pois sei que vou ser punido por meus atos.

Não poderia estar mais correto, e antecipei os pensamentos de Jotaro. Quero entender suas palavras, quero ouvir dos seus lábios. Ele se aproxima do meu ouvido e grita novamente, com seu tom de voz batalhando contra o volume de uma música da Madonna:

— Entendi, você está com medo!

— Jot... — tento continuar, mas um dedo gelado e condensado cala meus lamentos ao ser estendido sobre os lábios.

— Não diga nada, estou sem entender até agora o que você acabou de fazer! — Jotaro volta a gritar em meu ouvido, então decifro que seu corpo não foi capaz de resistir. E entendo o motivo de tantos sermões. — Esse não é você, Nori, não mesmo.

— Eu era menos comportado antes de te conhecer, você sabe disso! — resmungo, sentindo a voz rasgando minha garganta. — sair do papel de Noriaki apaixonadinho por quatro minutos não mata.

Confesso que mata. Eu resisti muito para não vir a esse local, porém fui rendido aos pedidos dos meus amigos e eu matei toda a animação de mais cedo. Como disse antes, essa é uma daquelas experiências de "YOLO", e no meu próximo aniversário, jamais deixarei esse tipo de coisa acontecer. Prefiro pular para a parte do bolo de quinze centímetros.

Love At First Flight (Jotakak)Onde histórias criam vida. Descubra agora