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DEMOROU MAIS UM dia para eu descobrir oficialmente o que tinha acontecido com você.

Depois do interrogatório eles o soltaram, e você foi para casa. Não sei exatamente o que lhe disseram, mas minha imaginação correu solta e preencheu todas as lacunas graças aos programas CSI e NCIS.

Imaginei que haviam feito ameaças veladas, dito coisas como não saia da cidade e estamos de olho em você. Fizeram você se sentir o bandido, alguém com quem todos tinham que se preocupar, como se você também pudesse ir atrás das filhas deles se não tomassem cuidado.

Descobri que você estava livre porque os policiais vieram falar comigo de novo, para me dar uma última chance de prestar queixa. Fizeram perguntas capciosas, guiaram-me em círculos, confundiram-me, tentaram me fazer acusá-lo. Acho que policiais de cidade pequena não têm muito o que fazer além de falar.

Por fim, anunciei que não tinha mais nada a declarar, que só queria seguir a vida. Falei que, de um jeito ou de outro, jamais voltaria a vê-lo, que as aulas tinham acabado, e acho que isso ajudou.

Mas quando disseram que encerrariam o caso e foram embora, o som da porta batendo foi surpreendentemente alto e ecoou em meu coração.

O caso estava encerrado. Assim como nosso relacionamento.

E agora não sei mais o que escrever.

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