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VOCÊ SE FOI.

Fui até sua casa e bati na porta, mas não tinha ninguém. Quis voltar depois. Achei que talvez os horários de suas aulas fossem diferentes no novo trimestre e você ainda estivesse no campus, ou, quem sabe, se realmente tivesse sido demitido, você estivesse trabalhando em outro lugar, dando aulas à noite, mas logo voltaria para casa.

O problema é que o portão da entrada estava fechado quando cheguei, e imaginei que isso significava que você não desejava receber visitas. Estacionei na estrada e passei pelo portão para ir até sua casa. Como você não respondeu, voltei para o carro e lá fiquei, com uma das mãos na porta, relutante em partir sem vê-lo. E seu vizinho me viu.

Sem nem ao menos me cumprimentar, ele disse três palavras que destruíram todas as minhas esperanças:

— Ele se mudou.

— Hã?

Fiquei paralisada na entrada de cascalho, com a chuva caindo ao redor e escurecendo a superfície.

Um pouco acima do peso e usando cavanhaque e boné, o homem deu de ombros.

— Ele se mudou para o Brooklyn ou Baltimore, sei lá. Um caminhão enorme apareceu há duas semanas, e não o vejo desde então.

— Bem, qual dos dois?

Ele deu de ombros de novo e continuou andando até subir os degraus da casa dele.

— Espere! Como posso encontrá-lo?

O vizinho se virou.

— Não sei. Ele foi embora com muita pressa. Desculpe.

Então ele abriu a porta dos fundos de casa e entrou.

E isso foi tudo, Bennett.

Eu jamais voltaria a ver você.

A Verdade Sobre NósOnde histórias criam vida. Descubra agora