- Souza, o capitão está te chamando em sua sala. - Disse um dos guardas que acabava de chegar do enterro ao policial que ajudara Edson.
"O que será que ele quer? Não pode me matar com a delegacia cheia de guardas." Este era o pensamento que rondava a cabeça do policial que logo chega na sala do delegado.
- Entre e feche a porta. - Diz o superior.
O soldado obedece.
- Perceba, Souza. Não há como sair dessa com vida, aposto que já percebeu. No entanto, você ainda pode proteger sua família. Prometo que se fizer o que eu ordenar, nada acontecerá com ela.
- Eu te matar aqui, agora, colocaria em cheque minha posição. Então vou direto ao ponto:
- Pegue essa arma e atire em sua cabeça quando chegar no banheiro. Você era amigo de Morales e Vasconcelos, logo um suicídio se encaixará bem no contexto, tendo em vista sua proximidade com ambos.
Souza fica quieto, estava pensativo. Sua família era o que vinha em primeiro lugar na sua vida. Se tinha a chance de protegê-la, assim o faria.
Além do mais, já havia obtido êxito em repassar as informações para o senhor da biblioteca. Este só teria que prestar atenção na pasta que estava entre os livros entregues.
- Certo. Não faça nada com minha família, é só o que te peço. - Diz o policial num tom abatido.
- Ela ficará bem, garanto.
Então Souza abaixa sua cabeça, confirmando que fará o ato. Estica a mão e pega a arma que o delegado havia colocado sobre a mesa.
Sai da sala em silêncio e vai em direção ao vestiário da delegacia. A última coisa que fez antes de atirar contra sua cabeça, foi pegar uma foto da sua mulher e filho para visualizar pela última vez.
Após o barulho de tiro, os policiais vão correndo em direção ao vestiário para ver o que ali ocorrera. Souza estava caído no chão, sem vida.
Um deles vai para a sala do superior avisar sobre o ocorrido. Este fala ao policial para comunicar à família de Souza sobre o que aconteceu. Disse também para ele falar que a corporação arcaria com todas as custas desde o velório ao enterro.
Por dentro, estava aliviado. Conseguira apagar todos os rastros que o colocassem sobre suspeitas. Bom, era o que achava.
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Não Diga Um A
Mistério / SuspenseQuando um estranho bate à porta, certamente você fica um pouco receoso em atendê-lo, e com razão, afinal, não se deve confiar em pessoas nunca vistas. E se esse, além de desconhecido, for mudo e comunicar-se através de sinais irreconhecíveis? CUIDAD...