Sim, o policial acelerou sua viatura para sair daquele lugar macabro, mas não era uma tarefa muito fácil, uma vez que seu superior não tinha a menor intenção de deixá-lo escapar. Este pega seu veículo, que também estava por ali e começa a perseguir o subordinado.
O caminho para voltar à cidade era uma única trilha em linha reta, de modo que não se podia despistar quem estivesse atrás. Era realmente um grande desafio para o militar. Ele poderia trazer os fatos à tona através do rádio comunicador, mas infelizmente, ali era muito afastado na cidade, de modo que o aparelho não funcionava como deveria. Teria que chegar mais perto da torre que transmitia os sinais, essa, no entanto, ficava somente no centro, próxima a delegacia.
A distância entre os dois era entorno de 600 metro em certo momento. É bem verdade que ele disparou na frente, porém sua viatura era de um modelo mais antigo que a do seu superior, uma vez que a cidade não tinha recursos para efetuar a troca de todos os carros policiais.
A cada segundo a distância diminuía mais e mais, o agente sabia que tinha que fazer algo o quanto antes, para ter chance de cumprir sua missão.
Quando a distância entre os veículos era de apenas 200 metros, e, já avistava a torre de transmissão ao longe, um tiro é disparado do carro de trás, tiro este que acerta o retrovisor do carro, dificultando a visualização do carro que o perseguia.
Como estava na frente, não podia revidar o tiro, pois correria um grande risco de perder o controle de sua viatura.
Mais um tiro é disparado, este atinge um pneu, resultando numa brusca perda de controle que o faz bater num poste de iluminação. Seguidos clarões acontecem em seguida, eram fios elétricos dando curto encima dele.Seu líder estaciona logo atrás. Encontrava-se receoso em chegar para terminar o serviço, devido o risco de uma explosão, ou mesmo de receber uma descarga elétrica.
O subordinado sabia que era o seu fim, então tinha que tentar entrar em contato com a delegacia e narrar tudo que presenciou. Já estava relativamente perto da área de alcance, não custava uma última tentativa.
- Soldado Vasconcelos, câmbio. - Falou com uma voz trêmula, estava em estado de choque.
- Em que podemos ajudar, soldado? Câmbio. - Responde um policial do outro lado da linha
- Anote tudo que vou relatar, e você tem que acreditar em tudo que eu disser. Sobre o caso que o delegado reabriu, bem, ele está envolvido com o suspeito. Eu e o soldado Morales presenciamos ele conversar com esse. E tem mais, talvez o sujeito não seja humano, pois ele comentou que tinha mais de 7.000 anos de vida, será mesmo possível algo assim?
- Enfim, Morales está morto. Ele foi alvejado a tiros por nosso comandante, enquanto tentávamos escapar e trazer os fatos à tona. Logo será minha vez de partir.
- Só te peço que diga às nossas famílias sobre nosso amor por elas. Adeus, companheiro.
- Aonde está, soldado? Diga-me, encaminharei reforços para ajudá-lo agora mesmo. - Pergunta o policial atendente.
Após isso ele ouve 3 tiros e se depara com o fim da chamada.
Aquilo tudo era de mais para o policial, ele estava apavorado com tudo que lhe fora descrito, além do mais ele ouviu tiros, seu parceiro teria mesmo morrido? E se fosse uma pegadinha? Caso não fosse, poderia ele ser o próximo alvo de seu superior. De todo modo ele teria que fazer uma escolha.
Antes que ele pudesse tomar uma decisão, o rádio comunicador toca novamente. Seria Vasconcelos ou o Delegado?
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Não Diga Um A
Mystery / ThrillerQuando um estranho bate à porta, certamente você fica um pouco receoso em atendê-lo, e com razão, afinal, não se deve confiar em pessoas nunca vistas. E se esse, além de desconhecido, for mudo e comunicar-se através de sinais irreconhecíveis? CUIDAD...