2.
A grande mudança
( Continuação)Eu já disse que odeio despedidas? É, horrível, lágrimas a todo momento e eu não gosto nem um pouco de chorar. Abracei minha avó bem forte que em seguida me entregou uma carta e pediu para que eu a guardasse e somente a abrisse quando estivesse no meu apartamento. Eu e meus pais fomos para o aeroporto e lá nos despedimos com abraços e beijos. – minha mãe logo estava chorando e aí está o motivo por não gostar de despedidas, abracei-a mais forte e quando nos separamos o aviso dos nossos voos foi informado, ali nos separamos. E assim a grande mudança da minha vida começa.
Domingo – 10:00AM (Itália)
Quando cheguei na Itália fui direto até uma concessionária alugar um carro, o lugar estava lotado e fiquei esperando por 30min em uma fila até ser atendida. – poxa, já estava ficando sem paciência e pra completar um cara estava falando merda sobre uma moça (em Italiano) com o que imagino ser seu amigo, que mal parecia ouvir o que o imbecil falava.
— Ragazzo, essas mulheres a cada dia vão ficando mais putas, acredita que depois que fudi a mina e gozei na cara dela, na balada ontem, a safada deu um jeito de conseguir meu contato e me falou que estava grávida? — Tipo, quem ela pensa que é? Eu jamais seria tão desleixado com qualquer uma. – disse com um sorrisinho sarcástico.
— Olha Dário, não culpo a mulher! Fratello, você é um filho da puta que fode com todas e não tem a menor dignidade de por a merda de uma camisinha. — Porra, o que é que custa andar com uns dois pares de preservativo na carteira?
— Ah, é que...
— É que você não se importa se vai engravidar alguém ou não e eu já estou cansado de limpar a barra pra você Dário, vê se cresce porra! – diz o homem alto, que estava todo de preto.
— vai alla merda Ferhat, até parece que você é santo, tu come gente pra caralho todas as noites tem mulher na tua cama, ou achas que não fico sabendo das suas brincadeiras no bordel? – fala com deboche.
— Pelo menos eu uso preservativo e não tenho mil e um filhos perdidos por aí... – o homem ri, enquanto o outro o fuzila com um olhar mortal.
Que mundo é esse que vim parar, em pleno século 21 e as pessoas ainda pensam que mulheres não podem ter uma vida sexual ativa, pelo amor né, quem em sã consciência não usa preservativos? – Espero que outros italianos, não pensem da mesma forma... – Saí de meus pensamentos quando a atendente me chama, escolho um Bugatti Chiron. – eu amo carros velozes, tanto quanto sou apaixonada por motos. Uma curiosidade sobre mim, aprendi a dirigir muito jovem e desde a primeira vez, percebi que essa seria umas das minhas formas de libertação.
Peguei as chaves do Bugatti e as girei entre os dedos, entrei no carro e acelerei em direção a Roma (Capital italiana), onde minha nova vida me aguardava. A paisagem a minha frente era deslumbrante, uma visão incrível do mar de um lado e do outro montanhas, eu estava em uma subida, próximo de um desfiladeiro que dava diretamente uma queda livre em rochas ponte agudas. Ouvi um barulho alto, junto de um estrondo, dois carros em altíssima velocidade passam por mim batendo um no outro, tudo se passou como a cena de um filme, os carros estavam batendo entre si, até que vi e ouvi os tiros sendo disparados...Bumm...A merda estava feita...
Paro o carro e saio correndo para prestar socorro as pessoas do carro capotado, olho dentro do veículo e vejo dois homens e uma criança, percebo que um dos homens levou três tiros de uma Type-97 e o outro que estava dirigindo tomou um de raspão no quadril.– certamente irá ficar bem. – O que me preocupa é a criança que está desmaiada, sangrando e cheia de hematomas.
Ligo para a emergenza. — É um caso 560, por favor venham o mais rápido possível, os pacientes correm grande risco de vida!
— sì signora, passe-nos a localização e logo estaremos no local informado. – Falo o ponto localizável e desligo, pego minha mala de primeiro socorros que sempre carrego comigo e vou novamente em direção ao carro, tento puxar a porta mas, a mesma está emperrada...Черт (droga em russo). Dou um solavanco e impulsiono a porta para frente, quebrando a tranca da mesma e novamente puxo para trás, dessa vez abrindo-a. Vou em direção ao homem que estava dirigindo e averiguou seu estado, levanto com cuidado sua camisa e como previsto, sangue escorria da sua lateral direita, abro minha mala e pego luvas, gases, pinça e soro fisiológico. — É amigo, isso vai doer bastante! – digo em voz alta. E realmente vai, é possível que ele acorde, já que a bala ficou presa na pele, ponho minhas luvas, passo soro encima do ferimento e pego a pinça. É agora... O homem faz uma expressão de tamanha dor mas, pelo menos eu retirei o projétil, pego gases e limpo a ferida, passo mais soro e em seguida dou alguns pontos no ferimento e faço um curativo. – Foram 5min para prestar ajuda ao motorista. Vou em direção ao de maior ferida e não sei se com o que tenho aqui, posso fazer algo mas, vou tentar...
Enfim, a ambulância chegou, os socorristas desceram com macas em direção do carro, imobilizaram os corpos dos feridos e os colocaram sob a maca.
— Signora, por acaso saberia nos informar como ocorreu o acidente? A Signora teve algum envolvimento? – A moça disse enquanto encarava de cima abaixo minhas roupas ensanguentadas.
— Não, eu estava indo para Roma quando dois carros passaram em alta velocidade e o tiroteio aconteceu, um dos carros perdeu o controle e capotou. E se me permite dizer, receio que precisem agir com mais agilidade ou o homem que tem três projéteis em locais distintos do corpo vai morrer em suas mãos! – digo já sem paciência.
— E se estou nesse estado... – Sou interrompida por um grito estridente e um dos socorristas chamando a mulher a minha frente.
— Os batimentos cardíacos dele estão caindo, a pressão sanguíneo também despencou!! – Diz enquanto segura o homem que está convulsionando. Eu sabia que isso iria acontecer, eu bem que avisei para se apressarem, tirei minha camisa e fiquei apenas de regata.
— Eu bem que avisei para se apressarem, agora deixem comigo e apressem-se em nos levar para o hospital, esse homem precisa entrar no centro cirúrgico com emergência. – Digo já encima do homem, realizando RCP (massagem cardíaca). — Andem logo!!! – Grito. Mais que merda, pessoas mais incompetentes. A ambulância dispara pelo asfalto. Quando chegamos em Roma, percebo que o hospital em que chegamos era exatamente o que vou trabalhar. – Mas, que coincidência do destino não é mesmo. – suspiro.
— Levem ele para um dos centros cirúrgicos o mais rápido possível e preparem tudo! Não temos muito tempo. Os outros dois, enviem para a enfermaria e cuidem dos machucou... Ah, antes que eu esqueça, quero que façam uma radiografia da garota e me entreguem quando eu sair da cirurgia.
— Aí, espera um pouco... Você por acaso é médica? Quem pensa que é?! – falou me encarando.
— Ela é Lility, a cirurgiã que informei que iria entrar na equipe! Agora façam o que ela manda, organizem o uniforme dela. – diz o que imagino ser o diretor do hospital / meu chefe...
A cirurgia durou 11h, o paciente teve uma hemorragia com múltiplos sangramentos internos, foram três projéteis, um estava alojado no abdômen, o segundo na escápula e o terceiro, ah o terceiro foi problemático, já que estava alojado entre dois ossos da coluna espinhal. A probabilidade do paciente sentir dores intensas por semanas, mas pelo menos não terá sequelas. Passo pela porta alongando meus músculos e vou em direção ao refeitório do hospital onde pego um sanduíche natural e um suco verde. Olho meu celular e já são 21:30pm, mais que primeiro dia interessante, termino meu lanche e vou ver a garota na enfermaria.
— Então, como a paciente está? – pergunto.
— Bem Signora, o caso dela é estável, contudo continua em coma por causa do impacto e o trauma, o resultado do raio x saiu, gostaria de dar uma olhada? – disse a técnica de enfermagem.
— Sim, por favor!
Como eu imaginava, a uma pequena mancha em seu pulmão, certamente por causa do impacto e o fato da jovem não estar com cinto de segurança só piorou a situação. – sendo bem sincera, é um milagre ela estar viva.
— Levem-na para a UTI e fiquem monitorando-a a cada 2h, entendeu?!
— Sim, doutora!
— Ótimo, estou indo para casa, meu turno acabou a 20min.
— Signora, o diretor pediu para informar que suas coisas foram enviadas para o seu apartamento e o seu carro está no estacionamento do hospital, ele disse que seus turnos começam oficialmente na terça! — Ok obrigada! – Mais que dia, isso é o que chamo de chegada em grande estilo. Pego as chaves do meu Bugatti com a secretária e vou para o estacionamento onde encontro-o com facilidade já que é o único carro esportivo, entro e vou embora para casa.
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In Itália
FanfictionLility nasceu em família rica, contudo sua personalidade livre e provocante não se encaixa nem um pouco com a das típicas garotas riquinhas, Lily gosta da liberdade. Fehat é um homem nervosamente sem paciência, ar provocativo e frio, vê o mundo de f...